Kitham Saafin, que é também membro do secretariado da União Geral das Mulheres da Palestina, foi detida pelas forças israelitas em sua casa, na cidade de Beitunia, nas imediações de Ramallah, no passado dia 2 – o mesmo dia em que foram detidos seis outros defensores dos direitos humanos palestinianos, informa a Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos).
No dia 9, um comandante militar israelita decretou que Saafin permanecesse em detenção administrativa por meio ano – um regime de detenção que permite às autoridades israelitas manter os palestinianos presos sem julgamento, nem acusação formal, por períodos indefinidamente renováveis.
A União dos Comités de Mulheres Palestinianas denunciou de imediato a detenção de Saafin, que já havia sido detida em 2017 pelas forças de ocupação israelitas e sujeita ao regime de detenção administrativa por três meses, notando que esta detenção se insere num ataque contínuo a mulheres palestininas, especialmente estudantes. Cerca de 40 mulheres palestinianas estao presas nos cárceres israelitas.
Khitam Saafin é uma defensora das mulheres palestinianas e lutadora pela libertação do povo palestiniano bem conhecida a nível internacional, aponta a Samidoun, pelo que várias organizações palestinianas, árabes e de outras regiões do mundo têm vindo a condenar a sua detenção e a exigir a sua libertação.
MDM solidário com as mulheres palestinianas que lutam
Em Portugal, o Movimento Democrático de Mulheres (MDM) expressou a sua solidariedade para com Khitam Saafin e «todas as mulheres activistas palestinas que lutam pelos direitos das mulheres e do seu povo», exigindo «a libertação imediata de Khitam e das crianças e jovens também encarcerados, de todos os presos políticos na Palestina».
No mesmo documento, datado de dia 7, o Conselho Nacional do MDM manifesta a sua preocupação com as «contínuas prisões arbitrárias "administrativas" de palestinianos, homens, mulheres e crianças, pelas forças israelitas», bem como com as «condições a que são sujeitos nas prisões israelitas».
Por seu lado, Manu Pineda, membro do Parlamento Europeu e presidente da Delegação para as Relações com a Palestina, emitiu um comunicado em que apela à União Europeia para «mobilizar todos os seus esforços diplomáticos para alcançar a libertação rápida da Senhora Safin e de todos os outros cidadãos palestinianos detidos sem acusações formais».
Dos cerca de 4500 presos palestinianos nas cadeias de Israel, 370 estão detidos ao abrigo do regime de detenção administrativa, revela a rede solidária Samidoun, que, além de denunciar os mais recentes ataques contra o movimento de mulheres na Palestina, apela a todas as organizações internacionais de mulheres, estudantis e outras que «façam ouvir a sua voz em solidariedade com Kitham Saafin e os seus camaradas palestinianos presos, visados pela ocupação israelita».
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