Pequim responde, desta forma, à mais recente escalada do presidente norte-americano, Donald Trump, que impôs tarifas até 104% aos bens importados do país asiático e, depois, de 125%.
Trump anunciou esta quarta-feira uma pausa de 90 dias nas chamadas «tarifas recíprocas», mas elevou as impostas à China para 125%, com efeito imediato.
Em plena guerra tarifária ou comercial, o Ministério chinês do Comércio anunciou também a inclusão de mais 12 empresas norte-americanas na lista de controlo de exportações, justificando a medida com o facto de essas empresas se terem envolvido em «actividades que podem pôr em risco a segurança nacional e os interesses da China», indica a Xinhua.
Também sancionou seis empresas norte-americanas envolvidas na venda de armas a Taiwan, «minando seriamente a soberania nacional, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China».
Além disso, o país asiático interpôs um processo contra os Estados Unidos junto do mecanismo de resolução de diferendos da Organização Mundial do Comércio (OMC), em virtude das últimas tarifas aplicadas pelos EUA.
Para o Ministério do Comércio, as tarifas adicionais de 50% aos produtos chineses decretadas pelo presidente norte-americano «violam de forma séria as regras da OMC» e constituem um «erro grave que se junta ao já existente», realçando «a natureza unilateral de intimidação das acções dos EUA», disse um representante do ministério esta quarta-feira.
Neste contexto, Pequim anunciou que irá «defender com firmeza os seus direitos e interesses legítimos em conformidade com as normas da OMC», bem como «o sistema de comércio multilateral e a ordem económica e comercial internacional».
Também esta quarta-feira, o Gabinete de Informação do Conselho de Estado da China divulgou um livro branco intitulado «Posição da China sobre algumas questões relativas às relações económicas e comerciais entre a China e os EUA».
A cooperação económica e comercial entre a China e os Estados Unidos gerou benefícios substanciais para ambas as partes, destaca o governo chinês no documento, acrescentando que o unilateralismo e o proteccionismo norte-americano causaram graves perturbações a essa cooperação.
As chamadas «tarifas recíprocas» impostas pelos Estados Unidos vão prejudicar os próprios interesses norte-americanos e os de outros, afirma o texto, divulgado pela Xinhua, no qual se declara a necessidade de respeitar os interesses de cada parte e que as divergências naturais existentes sejam resolvidas pela via do diálogo.
«Não há vencedores numa guerra comercial e o proteccionismo não leva a lado nenhum», afirma-se no texto, sublinhando que o êxito de um país não deve ser encarado como uma ameaça para o outro.
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