«Cuba socialista representa a esperança e o exemplo de que é possível enfrentar o poder do imperialismo e lutar pela construção de um mundo melhor», lê-se numa das resoluções aprovadas durante o 24.º Congresso do Partido Comunista da Índia (Marxista), que decorreu em Madurai, no estado de Tamil Nadu (extremo Sul da Índia).
No final dos quatro dias do conclave do PCI(M), no passado dia 6, foi eleito o secretário-geral, M. A. Baby, e os 84 membros do Comité Central para os próximos três anos.
Entre as várias resoluções aprovadas sobre temas relevantes para os trabalhadores, contam-se as relativas à Palestina e a Cuba, com a condenação das agressões imperialistas em ambos os casos.
Condenação dos ataques genocidas de Israel à Palestina
A resolução sobre a Palestina exige um cessar-fogo imediato e permanente na Faixa de Gaza, e condena o «massacre bárbaro» levado a cabo pelas forças de ocupação, sublinhando que mais de 50 mil palestinianos foram mortos no espaço de 16 meses, 60% dos quais são mulheres e crianças.
«Israel está a encorajar activamente os colonos sionistas a ocupar terras palestinianas na Cisjordânia e a estabelecer colonatos judaicos. Desta forma, está a anexar lentamente o território palestiniano na Margem Ocidental», alerta o texto, no qual se acusa Israel de pretender correr com os palestinianos da sua terra, no contexto da agenda de criação do «Grande Israel».
Exigindo que esse Estado seja declarado como «de Apartheid», a resolução dos comunistas indianos também condena o apoio que tem sido dado à entidade sionista no ataque à Palestina pelos EUA e outros países imperialistas da Europa Ocidental.
Outro aspecto em destaque na resolução do PCI(M) é o da condenação do governo indiano, liderado pelo Bharatiya Janata Party (BJP, de extrema-direita), pelo facto de ter abandonado o posicionamento tradicional e oficial da Índia de apoio à Palestina e à luta do seu povo. Em vez disso, «o governo do BJP está agora do lado de Israel», denuncia o texto.
Para fundamentar as suas posições, o BJP «está a projectar o ataque israelita a Gaza como uma guerra religiosa», afirma a resolução, em que se exige ao governo indiano que deixe de apoiar a entidade sionista e regresse à política tradicional da Índia de apoio à Palestina.
Segundo refere o Peoples Dispatch, no momento da apresentação da resolução, todos os delegados usavam o keffiyeh, indumentária que há muito simboliza a resistência do povo palestiniano à ocupação.
Cuba – símbolo da resistência ao imperialismo
No congresso do PCI(M), foi também aprovada uma resolução em solidariedade com Cuba, na qual se faz um apelo aos militantes para que cumpram a «tarefa anti-imperialista» de mobilizar a «máxima ajuda financeira» ao país caribenho, que há décadas é alvo de um bloqueio unilateral imposto pelos Estados Unidos.
Classificando esse bloqueio como «genocida», o documento destaca as suas consequências para o povo cubano, privando-o de recursos essenciais e dificultando o seu acesso a combustível, energia e alimentos.
«Os EUA sempre consideraram toda a América Latina como o seu quintal, e não podem tolerar nem a mais leve afirmação de soberania por parte de qualquer país. Desde que a revolução cubana se declarou socialista, os EUA têm-se esforçado por quebrar o espírito do povo cubano e garantir o colapso do país», lê-se no texto.
Neste contexto, o PCI(M) destacou as conquistas alcançadas na Ilha, onde é garantido o direito do povo a educação gratuita e a cuidados de saúde gratuitos, bem como o acesso à prática do desporto, às artes e à cultura.
«Cuba envia os seus médicos e enfermeiros para qualquer país do mundo que enfrente calamidades naturais ou pandemias. Este é o compromisso de Cuba com o internacionalismo e a preocupação com a humanidade, estendendo a sua mão amiga mesmo quando ela própria está a sofrer», afirma o documento.
Sublinhando a coragem e o heroísmo com que os cubanos estão a resistir às tentativas para os subjugar, o PCI(M) declara que «agora é tempo de o mundo se solidarizar com Cuba e ajudá-la a ultrapassar a crise criada pelo imperialismo».
«Estar com Cuba é juntar-se à luta contra o imperialismo e em defesa do socialismo», sublinha.
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