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Canadá quer impedir venezuelanos de votar no domingo

Jorge Arreaza denunciou que o Canadá proibiu a abertura de locais de voto na Embaixada e nos consulados da Venezuela existentes no país norte-americano. Mais de 5000 venezuelanos ficam impedidos de votar.

O ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros denunciou, em Caracas, a gravidade da atitude do Canadá face às eleições venezuelanas marcadas para o próximo domingo
Créditos / hispantv.com

A situação foi revelada esta quarta-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Jorge Arreaza, que falou à imprensa na Casa Amarela, sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Caracas.

«O Canadá fez-nos chegar uma uma nota diplomática, datada de 16 de Maio, na qual nos dizem que não autorizarão o governo da Venezuela a instalar centros de votação na nossa Embaixada e consulados no Canadá», disse Arreaza.

A missiva «notifica a Embaixada [da Venezuela] de que o governo do Canadá não processou favoravelmente a solicitação que lhe foi feita [...] e, como resultado disso», tanto a Embaixada como os consulados «estão obrigados, segundo a nota, a cumprir e a abster-se de instalar os centros de votação», explicou o diplomata.

O Canadá alega que não reconhece as eleições e classifica a Venezuela como uma «ditadura». Perante isto, o ministro instou os presentes a questionarem quem era a ditadura, se a Venezuela, que promove um acto eleitoral, ou o Canadá, que tenta impedir a sua realização.

Arreaza insistiu na gravidade da situação, que viola o direito internacional e constitui uma «violação de um direito humano, da declaração dos direitos humanos». «O pacto dos direitos civis e políticos contempla o direito ao sufrágio como um direito político-humano, que o governo do Canadá pretende impedir», declarou, citado pela AVN.

Destacando que o governo da República Bolivariana da Venezuela vai trabalhar no sentido de «estabelecer uma comunicação directa com as autoridades canadianas», o ministro instou o governo canadiano a reflectir sobre a sua atitude contra o processo eleitoral de dia 20 de Maio.

Estão inscritos nos cadernos eleitorais 5027 venezuelanos residentes no Canadá, um país que, de há muito, promove a ingerência contra o governo bolivariano e apoia a aplicação de sanções unilaterais contra o país de Bolívar.

Mais de 20 milhões chamados a votar

Mais de 20,5 milhões de venezuelanos têm a direito a eleger, no próximo dia 20 de Maio, o presidente da República Bolivariana da Venezuela para o período 2019-2025. Já na eleição dos membros dos Conselhos Legislativos, que tem lugar no mesmo dia, podem participar quase 19 milhões de eleitores.

Intramuros, o calendário do processo eleitoral decorre sem problemas, depois de, no início de Março, a presidente do organismo eleitoral, Tibisay Lucena, ter anunciado que o acto eleitoral, inicialmente previsto para 22 de Abril, iria ter lugar a 20 de Maio.

Amanhã, o Conselho Eleitoral tem prevista a instalação de 34 143 mesas em mais de 14 mil locais de voto. Todo o processo está a ser e continuará a ser acompanhado por mais de 150 pessoas – políticos, académicos, intelectuais, jornalistas –, que assumem o papel de «acompanhantes internacionais».

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