Numa assembleia de delegados realizada em Vigo, Paulo Carril, secretário-geral da CIG, anunciou esta quinta-feira que a central sindical vai conjugar, ao longo deste ano, a divulgação de propostas e a mobilização de rua contra a precariedade e a pobreza laboral, no âmbito da campanha «Trabalho, igualdade e salários dignos numa Galiza com direitos».
Entre as propostas que a central sindical pretende sociabilizar, contam-se a redução da jornada de trabalho para as 35 horas semanais (a caminho de uma semana de quatro dias e 32 horas), a revogação da reforma laboral de 2021 (que ampliou a precariedade e não acabou com as cadeias de subcontratação), o aumento do salário mínimo para 60% do salário médio do Estado espanhol, em cumprimento da Carta Social Europeia, ou o estabelecimento de um rendimento social de inserção que garanta um rendimento mínimo, refere a confederação no seu portal.
A assembleia de Vigo foi uma de várias que tiveram lugar esta quinta-feira nas sete cidades galegas – Ferrol, Corunha, Lugo, Compostela, Pontevedra, Vigo e Ourense – para que os delegados sindicais abordassem o conteúdo da campanha referida, que se prolonga pelo mês de Abril, em direcção ao Primeiro de Maio.
Ao intervir no encontro de Vigo, Carril abordou a necessidade de dar uma resposta «ao actual retrocesso nos direitos e condições de vida da classe trabalhadora, num contexto marcado pela disseminação da pobreza laboral e pela queda dos salários, que afecta especialmente as mulheres e os jovens».
Neste sentido, o dirigente sindical sublinhou que a campanha que a CIG acaba de lançar tem como objectivos fazer frente à precariedade laboral e ao empobrecimento dos trabalhadores, acabar com as desigualdades de género e a disparidade salarial, garantir a criação de emprego de qualidade e a protecção social.
Agenda neoliberal
Na ocasião, Paulo Carril dirigiu críticas à Xunta e ao governo central, que acusou de estar a implementar um programa neoliberal imposto pela União Europeia. «O governo e os partidos da oposição concordam com a visão unitária do Estado e com a agenda neoliberal», afirmou, dando como exemplo a recente revogação da reforma aos 61 anos e a não aprovação do aumento das pensões.
Também denunciou a chamada «concertação social», que «dificulta as nossas reivindicações e não faz mais do que engordar o patronato», e, no âmbito galego, criticou a Xunta, que «nos pretende convencer de que o problema não é a dependência colonial que sofremos, a pilhagem dos nossos recursos».
Em seu entender, as políticas ultra-liberais do PP na Galiza «têm como resultado um maior envelhecimento da população, uma emigração constante e uma mercantilização dos serviços públicos». «Querem transformar-nos apenas num centro de atracção turística, com os problemas de habitação que isso implica», alertou.
Neste contexto, insistiu na pertinência de intensificar as mobilizações nas ruas e nos locais de trabalho, destacando que se conquistam melhores condições nos acordos alcançados onde a CIG tem maioria – «ao ponto de nos últimos anos se ter reduzido a diferença histórica entre os salários galegos e os do resto do Estado», disse.
Carril fez ainda um apelo à participação nas mobilizações convocadas pela central sindical para os dias 8 e 10 de Março, Dia da Mulher Trabalhadora e Dia da Classe Operária Galega, respectivamente, que se celebram com o lema da campanha iniciada: «Trabalho, igualdade e salários dignos numa Galiza com direitos».
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