A escola da aldeia palestiniana de Urif, no Norte da Margem Ocidental ocupada, tem sido repeditamente atacada, nos últimos meses, por israelitas residentes no colonato ilegal de Yitzhar, muitas vezes com a «ajuda» das forças militares.
De acordo com Ghassan Daghlas, que acompanha a actividade dos colonatos no Norte da Cisjordânia, ontem os colonos atacaram à pedrada várias casas e a escola da aldeia, que teve de ser evacuada.
A mesma fonte indicou que um estudante de 17 anos, identificado como Humam Abed al-Hafiz Shihada, ficou ferido numa perna, refere a agência Ma'an, de acordo com a qual as forças israelitas terão disparado bombas de gás lacrimogéneo e balas de aço revestidas de borracha contra os estudantes que fugiam da escola.
Pelo menos 30 crianças afectadas por gás lacrimogéneo em Hebron
Soldados israelitas dispararam, esta quinta-feira, granadas de gás lacrimogéneo contra um grupo de crianças quando estas se encontravam no pátio de uma escola primária ou nas suas imediações, na Cidade Velha de Hebron, no Sul da Margem Ocidental ocupada.
Pelo menos 30 sofreram de asfixia e uma teve de ser levada para o hospital em estado grave, refere a agência Wafa, citada pela PressTV. O director da escola informou que vários colonos acompanharam os soldados no ataque à escola.
Um caso semelhante ocorreu na cidade em 16 de Dezembro último, quando soldados israelitas dispararam granadas de gás lacrimogéneo e granadas atordoantes numa rua em que existem várias escolas, refere o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).
A mesma fonte revela que tem aumentado o número de ataques israelitas contra palestinianos na Cidade Velha de Hebron, que se encontra sob controlo do Exército israelita depois de a Presença Temporária Internacional em Hebron (TIPH, na sigla em inglês) – um grupo civil de observação – ter sido forçada, no início deste mês, a abandonar a cidade. Israel recusou-se a prolongar o seu mandato, após 22 anos de funcionamento.
Sistema educativo alvo de ataques constantes
No relatório anual relativo a 2017, publicado pelo Ministério palestiniano da Educação em Março deste ano, registam-se inúmeros ataques do governo israelita ao sistema educativo palestiniano. De acordo com o documento, citado pela Ma'an, 80 279 crianças, 4929 professores e membros do pessoal auxiliar foram «alvo de ataques» de colonos ou soldados israelitas.
O texto revela que nove estudantes foram mortos e que 603 estudantes, 55 professores e membros do pessoal auxiliar foram atingidos com fogo real ou balas de borracha durante os raides israelitas contra as escolas. Muitas dezenas de estudantes – diz ainda o documento – sofreram os efeitos de sufocação devido à inalação do gás lacrimogéneo disparado pelas forças israelitas.
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