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UNRWA alerta para agravamento da «crise humanitária» em Gaza

De acordo com a agência da ONU para os refugiados palestinianos, mais de um milhão de pessoas estão em risco de ficar sem comida no enclave, caso não seja permitida a entrada de mais abastecimentos.

Destruição na Faixa de Gaza vista a partir dos territórios ocupados por Israel em 1948, a 20 de Março de 2025 Créditos / PressTV

«O cerco em curso está a agravar a crise humanitária. Tem de acabar», declarou a UNRWA esta terça-feira na sua conta de Twitter (X).

Na mesma ocasião, revelou que, desde o reinício dos bombardeamentos israelitas, a 18 de Março, pelo menos 124 mil pessoas foram deslocadas. «As famílias levam o pouco que têm, sem abrigo, sem segurança e sem ter para onde ir», alertou.

Para a UNRWA, a situação na Faixa de Gaza cercada é uma «catástrofe humanitária», com a comida a escassear e os preços a aumentarem.

Violando o cessar-fogo em vigor desde 19 de Janeiro, as forças de ocupação retomaram os ataques aéreos à Faixa de Gaza há pouco mais de uma semana, provocando pelo menos 792 mortos e 1663 feridos – 70% dos quais são mulheres, crianças e idosos, refere a Wafa.

De 7 de Outubro de 2023 até ontem, a ofensiva israelita no enclave costeiro provocou pelo menos 50 144 mortos – havendo ainda mais 14 mil desaparecidos que são dados como mortos – e 113 704 feridos, segundo revelaram as autoridades de saúde.

As mesmas fontes indicam que as equipas de emergência continuam a não ser capazes de chegar aos feridos e aos corpos sob os escombros e espalhados pelas estradas, uma vez que as ambulâncias e as equipas de protecção civil continuam a ser alvejadas pelas forças sionistas.

Destruição e repressão na Cisjordânia ocupada

Organismos palestinianos de defesa do direito dos presos deram conta da detenção de 25 palestinianos na noite de segunda-feira e madrugada de terça, em vários pontos da Margem Ocidental ocupada (sobretudo nas cidades de Hebron (al-Khalil), Nablus, Ramallah, Qalqilya e Jerusalém).

Forças sionistas de ocupação na Margem Ocidental / Anadolu 

Também destacaram o facto de a ofensiva israelita contra o Norte da Cisjordânia se perpetuar, acompanhada por centenas de detenções (480 em Jenin e nos seus campos de refugiados, e 230 em Tulkarem e campos de refugiados).

Outro aspecto que destacam, nas províncias onde se registou uma «escalada», é a prática do rapto ou das execuções sumárias por parte das forças de ocupação, acções que são acompanhadas de intensa destruição de infra-estruturas.

Na segunda-feira, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) chamou a atenção para a «situação precária» em que vivem milhares de pessoas na Cisjordânia, sem abrigo, serviços básicos e acesso a cuidados de saúde, num contexto de deslocação forçada de populações e de destruição que não era visto há décadas, indica o portal The Cradle.

«As pessoas não conseguem regressar às suas casas porque as forças israelitas bloquearam o acesso aos campos, destruindo casas e infra-estruturas», denunciou a MSF.

De acordo com dados das Nações Unidas, mais de 930 palestinianos foram mortos e cerca de 7000 ficaram feridos, desde 7 de Outubro de 2023, em ataques das forças militares e de colonos israelitas na Margem Ocidental ocupada.

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