De acordo com o relatório publicado esta semana pela Los Angeles Homeless Services Authority (LAHSA), a percentagem de pessoas a viver nas ruas é ainda maior quando a abordagem se centra apenas na Cidade de Los Angeles (16%).
No total, a LAHSA registou 59 mil pessoas a viver e a dormir em passeios, tendas, carros abandonados, abrigos ou «habitações de transição» subsidiadas. Trata-se do número mais elevado registado pela instituição desde que começou a fazer inquéritos, há dez anos.
Entre os factores mencionados para o agravamento da situação – caracterizada como «crise de acesso à habitação no Sul da Califórnia» –, estão o aumento do custo da habitação e a estagnação salarial entre as camadas com salários mais baixos.
De acordo com o estudo, referido pale agência Reuters, a Califórnia tem mais pessoas a viver em situação de pobreza que qualquer outro estado norte-americano, sendo no Condado de Los Angeles que se regista a taxa de pobreza mais elevada (24,3%).
Los Angeles, capital dos sem-abrigo nos EUA
Ao longo do ano de 2018, cerca de 22 mil pessoas sem casa conseguiram aceder a uma habitação permanente (mais 23% que no ano anterior); contudo, mais do dobro ficaram sem casa no mesmo período, de acordo com os dados revelados pela LAHSA.
Defensores dos direitos humanos e dos direitos dos inquilinos denunciam que as habitações a baixo custo são desprezadas pelas autoridades, acusando-as de favorecer a «gentrificação» e políticas que privilegiam «projectos comerciais e residenciais de elevado custo».
Os críticos acusam ainda as autoridades locais de «pouco fazerem para renovarem milhares de casas devolutas que podiam ser aproveitadas como apartamentos a custos acessíveis».
«Não é por acaso que o Condado de Los Angeles é a capital dos sem-abrigo dos EUA», afirmam.
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