A informação foi divulgada, esta quinta-feira, por Nidia Quintero, da Federação Nacional Unitária Agropecuária (Fensuagro).
Numa conferência de imprensa, em Bogotá, em que participaram representantes de outras organizações envolvidas na paralisação nacional por tempo indeterminado, reafirmou-se as exigências já expressas ao governo da Colômbia: a implementação dos acordos de paz firmados na capital cubana, em 2016, entre as FARC-EP e o governo do país andino; o fim dos assassinatos de líderes sociais, campesinos e de defensores dos direitos humanos em vários pontos do território nacional; a reabertura da chamada MIA (mesa de interlocução e acordo).
Carmenza Gómez, representante da Associação Nacional de Zonas de Reserva Campesina (Anzorc), manifestou especial preocupação com a perseguição movida aos líderes sociais. «Vamo-nos mobilizar até que o governo responda pela segurança dos líderes», disse, em referência aos assassinatos mais recentes.
«Estão-nos a matar e ninguém diz nada, não há responsáveis, ninguém investiga, o governo silencia», denunciou, citada pelo portal da Marcha Patriótica.
Entre os casos mais recentes de assassinatos de «líderes sociais» contam-se o de Miguel Pérez, no departamento de Antioquia (dia 22), e Aulio Isarama Forastero, no departamento de Chocó (dia 24). O primeiro integrava, no município de Tarazá, o programa de substituição gradual e voluntária de cultivos de uso ilícito; o segundo era governador de uma região indígena no município de Alto Baudó, informa a TeleSur.
Mobilização a crescer
Até dia 26, houve protestos e mobilizações nos departamentos de Antioquia, Bolívar, Caquetá, Cauca, Cundinamarca, Guaviare, Meta, Nariño, Norte de Santander, Putumayo e Vale do Cauca.
Noutros departamentos, há registo de comunidades que estão em assembleia permanente, até que o governo se sente à mesa e negoceie o conjunto de reivindicações apresentadas.
Até ao momento, a resposta do governo não tem sido a desejada. No dia 23, o ministro para o Pós-Conflito, Rafael Pardo, limitou-se a receber o caderno reivindicativo apresentado pelas organizações promotoras da paralisação, num encontro que durou pouco mais de cinco minutos e em que «não foi apontado um espaço de diálogo formal», indica a Marcha Patriótica, que espera uma nova atitude do governo de Santos numa reunião agendada para o final desta semana.
No dia 25, o Esquadrão Móvel Antidistúrbios carregou de forma violenta sobre agricultores que se manifestavam na região do Catacumbo (departamento de Norte de Santander). De acordo com a Associação Campesina do Catacumbo, foram usados jactos de água e bombas de gás lacrimogéneo.
Para além das organizações referidas, muitas outras aderiram à paralisação nacional e às mobilizações, entre elas a Coordenação Nacional de Povos Indígenas (Conpi), a Coordenação Nacional de Organizações e Comunidades Afro-Descendentes (Conafro), a Coordenadora Nacional de Cultivadores de Coca, Papoila e Marijuana (Coccam), e a Marcha Patriótica.
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