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Aumentam as ameaças de morte a jornalistas na Colômbia

A Fundación para la Libertad de Prensa (FLIP) divulgou um comunicado, esta quinta-feira, em que alerta para vários «casos críticos» e revela a existência de 89 ameaças de morte só este ano.

O número de ameaças de morte contra jornalistas na Colômbia tem vindo a crescer nos últimos anos
Créditos / elheraldo.co

A FLIP chama a atenção para o aumento do número de ameaças a jornalistas em diversas regiões do país sul-americano, tendo registado, este ano, 89 casos de ameaças, enquanto em igual período de 2017 contabilizara 65 casos.

No documento, divulgado ontem, a fundação considera que se trata de uma tendência alarmante: «Nos últimos anos registou-se um aumento considerável no número de ameaças contra jornalistas na Colômbia. Enquanto em 2015 a FLIP documentou 59 casos de ameaças, em 2016 esse número subiu para 90 e em 2017 chegou a 129», diz o texto, citado por El Espectador.

Pedro Vaca, director da FLIP, disse a este diário que os casos já foram comunicados à Unidade Nacional de Protecção (adstrita ao Ministério do Interior), considerando, no entanto, que as medidas adoptadas foram insuficientes ou muito demoradas.

O texto refere vários «casos críticos» de jornalistas que foram ameaçados nos departamentos de Antioquia e Putumayo, por investigarem «irregularidades em torno da actividade mineira» ou divulgarem notícias sobre casos de assassinatos de dirigentes sociais e de defensores dos direitos humanos.

«Face à situação crítica que o país enfrenta, devido aos assassinato de defensores dos direitos humanos e às ameaças a jornalistas, a FLIP manifesta a sua preocupação pela ausência de acções eficazes por parte da Unidade Nacional de Protecção», afirma o documento.

Neste contexto, a FLIP solicita ao governo colombiano que reforce as medidas destinadas a salvaguardar a vida e a integridade de quem exerce o trabalho jornalístico na Colômbia.

Contexto mais amplo de violência

O aumento do número de ameaças de morte a jornalistas enquadra-se no contexto mais amplo da violência contra «líderes sociais e defensores dos direitos humanos» na Colômbia. No passado dia 10 de Julho, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) revelou que, este ano, foram assassinados 123 dirigentes sociais.

Num relatório publicado em Maio último pela Marcha Patriótica, a Cimeira Agrária, Étnica e Popular, e o Indepaz, revela-se que, entre 24 de Novembro de 2016 – data da assinatura definitiva do acordo de paz entre as FARC-EP e o governo colombiano – e 14 de Maio deste ano, foram assassinados na Colômbia 283 «líderes sociais e defensores dos direitos humanos». Se se tiver em conta todo o ano de 2016, esse número sobe para 385.

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