Em Madrid, a manifestação em defesa da saúde pública e de qualidade foi convocada por mais de 70 associações de moradores em apoio ao pessoal da Saúde que está em greve desde Novembro na comunidade autónoma.
De acordo com os organizadores, a mobilização juntou mais de um milhão de manifestantes provenientes de todos os municípios da Comunidade de Madrid (a Delegação do Governo espanhol diz que foram 250 mil).
Especialmente visada, nas palavras de ordem, foi Isabel Ayuso (PP), acusando-a de ser a presidente da região mais rica e da que menos investe na Saúde, e a quem a Mesa en Defensa de la Sanidad Pública – Marea Blanca tem exigido o cumprimento da lei em vigor, de acordo com a qual o orçamento da Saúde deve corresponder a 7,5% do PIB, com 25% dessa verba destinada aos cuidados de saúde primária.
Dezenas de milhares de médicos e enfermeiros manifestaram-se, este domingo, em defesa de uma Saúde pública e de qualidade, e contra os cortes e as privatizações no sector na Comunidade de Madrid. Convocados pela Mesa en Defensa de la Sanidad Pública – Marea Blanca, os cerca de 30 mil manifestantes, segundo dados oficiais, criticaram as políticas do governo da Comunidade de Madrid, liderado por Isabel Ayuso (PP), e exigiram maior financiamento, mais profissionais e mais centros de cuidados primários na região. Por volta do meio-dia, apareceu uma grande faixa contra os cortes nos serviços públicos de saúde da comunidade autónoma, atrás da qual seguiram milhares de pessoas no desfile que uniu o Ministério espanhol da Saúde e o Museu Rainha Sofia. Durante a mobilização, que coincidiu com a greve que os profissionais de cuidados de saúde primária e de pediatria estão a realizar em defesa das condições de trabalho, Carmen Esbrí, porta-voz da Marea Blanca, disse ao Público espanhol que «isto está a ficar cada vez mais fora de controlo, apesar dos alertas que temos vindo a fazer há mais de uma década». Ao longo da marcha ouviram-se palavras de ordem como «Ayuso demissão», «Nada para a privada», «Cortar na Saúde é criminoso» ou «2023 e Saúde Pública sem solução». «Há mais de três anos que cerca de 200 mil cidadãos não têm médico de família, porque o seu médico se reformou ou está de baixa, e esses postos de trabalho não foram preenchidos, violando a Lei da Regulamentação Sanitária da Comunidade de Madrid», disse Esbrí durante a mobilização. Já nas imediações do Museu Rainha Sofia, representantes da Mesa en Defensa de la Sanidad Pública – Marea Blanca defenderam o cumprimento da lei em vigor, de acordo com a qual o orçamento da Saúde deve corresponder a 7,5% do PIB, com 25% dessa verba dedicada aos cuidados de saúde primária. Na ocasião, lembraram a existência de longas listas de espera nos hospitais, o que «exerce pressão sobre os utentes e provoca demoras vergonhosas e inadmissíveis; muito eficazes para que se vejam forçados a ter de recorrer à saúde privada». Também denunciaram a «privatização silenciosa» do sistema através dos pacientes que são enviados do público para o privado – fazendo com que se «multipliquem os milhões de euros que são desviados da Saúde pública para os bolsos dos accionistas das empresas privadas». A este propósito, referiram-se ao Elliott, um dos fundos abutre «mais agressivos do mundo», que opera em hospitais da Comunidade de Madrid e que fica com um de cada dois euros do orçamento da Saúde pública, indica o Público. De acordo com a plataforma convocante, o lucro que diversas empresas obtêm com a Saúde pública ultrapassa os 30 mil milhões de euros. «Mais de 40% dos recursos públicos na Saúde vão parar a mãos privadas», denunciaram. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Milhares de trabalhadores manifestam-se em Madrid em defesa da Saúde pública
A região mais rica é a menos investe na Saúde
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Em declarações ao Público espanhol, uma trabalhadora da Saúde e habitante de Aluche afirmou: «Eles têm uma linha para fazer desaparecer a Saúde pública e, sobretudo, os cuidados de saúde primária.»
Na manifestação, que contou com o apoio de partidos progressistas e onde se reafirmou o apoio à greve dos médicos de família e pediatras, exigiu-se a contratação de novos profissionais para os hospitais públicos, de modo a aliviar as enormes listas de espera existentes.
Em Compostela, «a população revolta-se contra uma situação injusta»
A plataforma SOS Sanidade Pública mobilizou cerca de 50 mil pessoas, este domingo, na capital galega, denunciando as políticas de «desmantelamento e privatização» levadas a cabo pela Xunta na área da Saúde.
Numa manifestação que abarrotou as ruas de Compostela e que a SOS Sanidade Pública qualificou como «histórica», pediu-se a demissão do responsável do Departamento da Saúde, Julio García Comesaña, e afirmou-se que «o povo galego não está disposto a deixar que o seu sistema de Saúde público e de Cuidados Primários acabem desmantelados e privatizados», refere o diário Nós.
Manuel Martín, porta-voz da plataforma, criticou a política da Xunta, que «visa a privatização» do sistema e «demonstra uma enorme incapacidade para gerir os recursos».
Destacou a existência de longas listas de espera e a impossibilidade de as pessoas acederem aos cuidados de saúde primários, situação que considera «dramática» e «injusta», contra a qual «o povo se revolta».
Em frente à Catedral, foi lido um manifesto, no qual se exige uma mudança de política da Xunta governada pelo PP e se afirma que «esta degradação da Saúde pública é uma estratégia deliberada para beneficiar os interesses dos fundos de investimento privados, à conta da supressão de um direito básico dos trabalhadores».
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