Em Nova Déli, centenas de pessoas participaram numa mobilização [vídeo] que reuniu dirigentes de dez organizações de massas, em «protesto contra os ataques brutais de Israel a Gaza» – revelou na sua conta de Twitter (X) o Partido Comunista da Índia (Marxista).
Numa iniciativa solidária com a Palestina com ampla participação de estudantes, representantes do PCI(M), do Partido Comunista da Índia e do Partido Comunista da Índia (Marxista-Leninista) Libertação questionaram «o silêncio do governo indiano face à agressão em curso», condenaram a violação do cessar-fogo por parte das forças sionistas e o massacre contínuo de populações civis no enclave palestiniano, «com o apoio expresso dos Estados Unidos».
Na ocasião, pediram ao mundo que se oponha a este cenário de genocídio e afirme a sua solidariedade com a Palestina e, neste sentido, pediram ao governo liderado por Narendra Modi que assuma «um posicionamento mais assertivo» e «deixe de auxiliar Israel nas suas actividades criminosas».
Na acção de luta, que teve lugar esta sexta-feira por iniciativa da Organização de Solidariedade com a Palestina (que integra partidos de esquerda, organizações de jovens, mulheres e sindicatos), os participantes exibiram cartazes a denunciar o genocídio em Gaza, a afirmar que «EUA e Israel são o eixo do mal», a exigir o fim da ocupação da Palestina, punição para Israel e a detenção de Netanyahu, «criminoso de guerra».
«Mais de 430 mortos pelos ataques aéreos! Mais de 180 crianças mortas! Parem este genocídio!», lia-se num cartaz alusivo à violação do cessar-fogo que entrara em vigor a 19 de Janeiro, por parte das forças sionistas, e aos ataques recentes de Israel contra a Faixa de Gaza – que, desde 18 de Março, provocaram mais de 600 mortos e mais de mil feridos, segundo refere a agência Wafa.
Palestina: luta inspiradora anti-imperialista e anticolonista
Nas intervenções dos presentes, o governo indiano foi repetidamente criticado pelos laços que mantém com Israel, cuja declaração «como Estado de Apartheid» foi exigida, assim como o fim da impunidade de que goza – pese embora as muitas declarações internacionais que condenam os seus actos.
Neste contexto, foi evocada a longa tradição de apoio da Índia à Palestina e como o actual governo, de extrema-direita, está a quebrar essa tradição, recusando-se não só a assumir uma posição clara «contra o comportamento criminoso de Israel», como ainda tentou «bloquear protestos contra Israel» e «punir expressões de solidariedade com a Palestina».
A este propósito, Subhashini Ali, do Partido Comunista da Índia (Marxista), acusou o governo de procurar «influenciar negativamente a percepção popular sobre a questão palestiniana», refere o Peoples Dispatch.
No entender da dirigente comunista, o governo de extrema-direita «tem procurado passar a narrativa da questão palestiniana como meramente de religião», remetendo a luta da resistência para um «foro sectário».
Ali repudiou este relato e sublinhou que a luta do povo palestiniano é uma luta anti-imperialista e anticolonialista, e em defesa do seu direito de autodeterminação.
A dirigente do PCI(M) louvou ainda a firmeza do povo palestiniano, que, mesmo tendo de enfrentar a ocupação, a destruição e os bombardeamentos há décadas, «se recusou a render-se perante a opressão imperialista e continuou a lutar uma luta inspiradora».
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