Diversas fontes referem que, apesar de não ter sido autorizada, a mobilização de terça-feira, convocada pela Confederação de Estudantes do Chile (Confech), decorria de forma pacífica, nas ruas de Santiago, até à intervenção da Polícia.
Impedidos de chegar ao Palácio de La Moneda e ao Ministério da Educação, onde pretendiam deixar uma carta com as suas reivindicações, grupos de estudantes atiraram pedras à Polícia, que usou gás lacrimogéneo e canhões de água para os dispersar. A Telesur refere que 140 estudantes foram detidos.
Reforma que deixa a porta aberta ao lucro
No dia em que a reforma educativa deu entrada no Congresso chileno, a Confech acusou o governo de avançar com um projecto que «não cumpre a promessa de acesso gratuito e universal ao ensino» e que consolida o «negócio da Educação, deixando a porta aberta ao lucro».
Na sua conta de Twitter, a confederação estudantil afirma que o negócio irá crescer «à custa da Educação pública como direito» e que, por via dos empréstimos, irá aumentar o «endividamento de mais de 700 mil estudantes».
Acusando o governo de ter criado esta reforma sem ter ouvido estudantes, reitores, trabalhadores e a sociedade em geral, a Confech defendeu que, para se alcançar a «gratuitidade completa» no ensino, é necessário proceder a uma nova reforma fiscal e criticou o Estado chileno pelo facto de actualmente financiar mais universidades privadas que públicas – e com esta reforma prosseguirá a senda do «subfinanciamento da Educação pública», afirmam.
Luta por uma educação gratuita, desde 2011
O carácter gratuito da educação superior é, desde 2011, uma das principais reivindicações dos estudantes, que, desde então, têm estado nas ruas a lutar por esse direito.
A iniciativa, que foi incluída no programa eleitoral do segundo mandato da presidente Michelle Bachelet, estabelecia que 70% dos estudantes com menos posses pudessem aceder à universidade de forma gratuita; contudo, a quota foi reduzida de forma considerável este ano, refere a Telesur.
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