Shadi Omar Lutfi Salim, de 41 anos, foi morto a tiro pelas forças de ocupação israelitas à entrada da localidade de Beita, a sul de Nablus.
A agência WAFA afirma que Lutfi Salim foi atingido ontem à noite, numa altura em que não se registava qualquer protesto ou distúrbio na zona, e que os militares israelitas alegaram que «ele se aproximou dos soldados de forma ameaçadora com o que parecia ser uma barra de ferro».
No entanto, Abdul-Mun'im Issa, membro do Município de Beita, disse à agência que Salim, técnico municipal dos serviços de água, foi abrir a principal fonte de abastecimento de água antes de ser morto a tiro.
Com o fluxo mediático centrado no «conflito» de Gaza e nos «confrontos» de Jerusalém, a demolição de casas ou a acção dos colonos até pode vir à tona, mas os raides nocturnos quase passam despercebidos. No que respeita a esta madrugada, a agência WAFA dá conta de 11 palestinianos presos pelas forças israelitas de ocupação em vários pontos da Margem Ocidental – cinco em Nablus, três em Hebron (al-Khalil), dois em Belém e um em Salfit. Alguns eram ex-presos. Na madrugada anterior, as forças israelitas invadiram quase duas dezenas de casas na cidade de Ni’lin, perto de Ramallah, viraram o interior das casas do avesso, interrogaram dezenas de pessoas e deitaram fogo a vários veículos, indica a mesma fonte. O raide, que começou à 1h da madrugada e terminou por volta das 5h30, esteve na origem de intensos confrontos. Pelo menos dez pessoas foram presas. Só no dia 1 as forças israelitas prenderam mais de 30 na Cisjordânia e nos territórios ocupados em 1948. Um ministro israelita defendeu o apelo para que os judeus usem armas contra palestinianos em Lod. Na madrugada desta quinta-feira, informa a agência WAFA, as forças israelitas prenderam pelo menos nove palestinianos e deixaram feridos outros sete no contexto de raides que levaram a cabo em vários pontos da Margem Ocidental ocupada. No distrito de Belém, as tropas israelitas entraram no campo de refugiados de Aida, a norte da cidade, onde se registaram confrontos violentos. As tropas dispararam fogo real contra quem protestava contra a invasão e pelo menos três adolescentes foram baleados, refere a fonte, acrescentando que foram levados de imediato para um hospital. No dia 2, a WAFA e o Palestinian Information Center (Palinfo) deram igualmente conta de raides israelitas em vários pontos da Margem Ocidental ocupada. Pelo menos 17 palestinianos foram presos, incluindo menores de idade. Partindo de um relatório recente sobre a questão, um jornalista do Activestills aborda as invasões das casas de palestinianos pelo Exército israelita, a sua natureza arbitrária e os danos psicológicos que geram. Oren Ziv, fotojornalista e membro fundador do colectivo de fotografia Activestills, conta que há cerca de uma década se juntou a activistas israelitas na aldeia palestiniana de Asira al-Qibliya, na Margem Ocidental ocupada, localizada perto de Yitzhar, um posto avançado militar israelita que se viria a tornar um colonato nos anos 80. «Chegámos poucas horas depois de os colonos terem assaltado a aldeia, atacado os residentes palestinianos e vandalizado as suas propriedades. Temendo que os colonos pudessem regressar, alguns residentes pediram-nos que ficássemos durante a noite», relata. Os colonos não voltaram, mas, perto das duas da manhã, soldados israelitas invadiram a aldeia, avançando de uma casa para outra. «Acordámos com o som de batidas fortes na porta de metal da casa em que estávamos. Os soldados, que se mostraram surpreendidos ao encontrar israelitas numa aldeia palestiniana, juntaram-nos a todos, incluindo crianças, no jardim e realizaram um "interrogatório" rápido a cada pessoa», conta. «ao não existir um procedimento oficial para as buscas domiciliárias na Cisjordânia ocupada, isto significa que, para o Exército israelita, qualquer casa palestiniana é um alvo legítimo a dado momento» Os soldados foram «misericordiosos» com aquela família palestiniana, mas na casa ao lado reviraram tudo e tiraram de lá todos os pertences. «Cerca de uma hora depois, os soldados voltaram para os jipes militares e desapareceram na noite. Não apresentaram qualquer mandado de busca, nem deram qualquer explicação para o raide», diz Ziv. Estas invasões militares de casas, que estão associadas à violência da ocupação de Israel, foram o tema de um estudo publicado recentemente, no final de Novembro, pelas organizações de direitos humanos Yesh Din, Breaking the Silence e Physicians for Human Rights-Israel (PHRI). O relatório centra-se nos efeitos que estas operações têm na saúde mental dos palestinianos e no modo como, para lá dos objectivos declarados pelo Exército israelita, estas invasões se tornaram em si mesmas um objectivo. O jornalista denuncia que, ao não existir um procedimento oficial para as buscas domiciliárias na Cisjordânia ocupada, isto significa que, para o Exército israelita, qualquer casa palestiniana é um alvo legítimo a dado momento. O estudo, intitulado «Uma vida exposta: invasões militares de casas palestinianas na Cisjordânia», baseia-se em 158 testemunhos de palestinianos cujas casas foram invadidas nos últimos anos; 31 entrevistas realizadas a famílias palestinianas afectadas, por especialistas na área da Saúde; e entrevistas a 40 soldados israelitas e cinco oficiais que participaram nestas operações. «"Embora os israelitas tenham menos conhecimento deste fenómeno do que dos postos de controlo ou das demolições de casas, muitos palestinianos nascem e crescem numa realidade em que os soldados armados assaltam habitualmente as suas casas"» Em 88% dos casos documentados no estudo, as famílias palestinianas afirmaram que os soldados as obrigaram a juntar-se numa só divisão, ou separaram os seus membros por diversas divisões, onde os mantiveram sob vigilância. Em 30% das invasões referidas, os palestinianos informaram que os soldados os ameaçaram com violência, e em 25% dos casos os palestinianos disseram que os soldados recorreram à força ou violência física contra um membro da família. Das famílias entrevistadas, 64% disseram que as suas casas foram invadidas mais que uma vez. Das invasões registadas, 88% tiveram lugar entre a meia-noite e as cinco da manhã. «As invasões militares a casas palestinianas [na Cisjordânia ocupada] são das operações mais comuns e rotineiras sob a ocupação israelita», disse Ziv Stahl, directora do departamento de investigação da Yesh Din, que também trabalhou no relatório. «Embora os israelitas tenham menos conhecimento deste fenómeno do que dos postos de controlo ou das demolições de casas, muitos palestinianos nascem e crescem numa realidade em que os soldados armados assaltam habitualmente as suas casas», continuou. «É um instrumento violento e repressivo que se tornou fundamental para o mecanismo de controlo de Israel sobre os palestinianos», disse. Os objectivos declarados destas invasões militares são realizar buscas, detenções ou recolher informação (mapping), mas os testemunhos registados descrevem uma realidade muito diferente. De acordo com as declarações dos soldados, o objectivo implícito destas operações é o que se descreve em coloquialismo militar como «demonstração de força» e «criar um sentido de perseguição». Visam dissuadir as pessoas, comunidades inteiras, de participar em actividades políticas que se opõem à ocupação. «[estas operações] visam dissuadir as pessoas, comunidades inteiras, de participar em actividades políticas que se opõem à ocupação» Um sargento israelita disse à Breaking the Silence que o «propósito principal é a dissuasão», sublinhando que a ideia é mostrar que o Exército israelita «está ali» e «pode entrar na sua casa a qualquer momento». Ao ser questionado se entravam em casas ao acaso, o soldado disse: «Absolutamente, é completamente um [jogo de] um-dó-li-tá». Um dos pontos centrais do estudo é que, com base na lei militar, não há mandados judiciais nestas invasões, o que significa que também não estão sujeitas a qualquer revisão ou escrutínio judicial. Qualquer oficial ou soldado por ele autorizado têm o poder de ordenar uma invasão de uma casa na Cisjordânia ocupada. Em Março, a Yesh Din, a PHRI e seis famílias palestinianas solicitaram ao Tribunal Superior de Israel que os militares cessassem as invasões e as buscas em casas palestinianas sem mandado judicial, excepto em casos urgentes. O tribunal decretou que deve ser o Estado a determinar se pode revelar os seus procedimentos confidenciais sobre invasões domiciliárias. O propósito da petição é obrigar Israel a criar um mecanismo através do qual se possam autorizar as buscas domiciliários, refere Michael Sfard, assessor legal da Yesh Din e da Breaking the Silence. «Mesmo que seja apenas uma formalidade, o facto de haver um processo burocrático já é um avanço», explica. «Ocasionalmente, haverá um juiz que levará este proceso a sério», frisa. O relatório também examina o impacto psicológico dos raides israelitas nos palestinianos. Os adultos cujas casas foram invadidas reportam sintomas de perturbação de stress pós-traumático e ansiedade, incluindo perturbações do sono e hiperactividade. Por seu lado, as crianças e os adolescentes mostram maior dependência dos pais e um comportamento agressivo, além dos sintomas revelados pelos adultos, revela o texto. «"os palestinianos estão a viver um trauma colectivo como resultado da ocupação em curso [...] As consequências negativas para a saúde mental estão entre as mais altas do mundo"» «Não consigo adormecer antes da 1h ou 2h», diz RS, uma mulher da cidade de Sinjil, no Norte da Cisjordânia ocupada, citada no relatório. «Começo a ruminar e, mal ouço um barulho, espero os militares», acrescenta. «Às vezes, não muitas, sonho que eles vêm para levar o meu marido e que ele foge. Agora, fico a pensar até às 2h30 – 3h, e depois acalmo um pouco, assim que passa o tempo em que eles são esperados», diz. De acordo com Jomanah Milham, psiquiatra e voluntária da PHRI, «as invasões militares de casas, habitualmente acompanhadas por violência verbal ou física, são uma experiência ameaçadora e podem causar perturbação de stress pós-traumático». Ela refere que os sintomas desta perturbação podem incluir flashbacks, pesadelos, perturbações do sono e estado de alerta excessivo. «se os palestinianos apresentam uma queixa, o aparelho interno do Exército israelita justifica retroactivamente os danos à propriedade causados durante as buscas domiciliárias. Portanto, as investigações sobre vandalismo são encerradas sem que um só soldado seja julgado» «As conclusões [do estudo] são consistentes com as de muitos outros estudos, que mostram que os palestinianos estão a viver um trauma colectivo como resultado da ocupação em curso», acrescenta Milham. «As consequências negativas para a saúde mental estão entre as mais altas do mundo», sublinha. De acordo com o relatório, se os palestinianos apresentam uma queixa, o aparelho interno do Exército israelita justifica retroactivamente os danos à propriedade causados durante as buscas domiciliárias. Portanto, as investigações sobre vandalismo são encerradas sem que um só soldado seja julgado, e a procuradoria militar rejeita a queixa sem abrir qualquer investigação penal. O relatório revela que todas as queixas apresentadas pelos palestinianos desde 2008 – com a ajuda da Yesh Din – relativas a danos à propriedade foram arquivadas sem que tenha havido qualquer acusação. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As forças israelitas levam a cabo estas operações de busca e captura num registo praticamente diário, quase sempre de madrugada. Alegando que «procuram» palestinianos, invadem as casas sem mandado de detenção onde e sempre que lhes apetece. São frequentes os confrontos com os residentes palestinianos, os mais de três milhões que vivem na Margem Ocidental ocupada e que, lembra a WAFA, ficam completamente à mercê da autoridade militar que lhes é imposta pelos comandantes israelitas. Na terça-feira, além das detenções na Margem Ocidental e em Jerusalém Oriental ocupadas, a imprensa deu conta da detenção de palestinianos nos territórios ocupados em 1948, no âmbito de uma campanha iniciada no passado dia 24 de Maio que as autoridades israelitas designaram como «Lei e Ordem». A operação de larga escala, designada «Lei e Ordem» e lançada esta segunda-feira, tem como alvo 500 palestinianos residentes em Israel. Desde 9 de Maio, mais de 1500 foram ali detidos. De acordo com a agência WAFA, a «Operação Lei e Ordem» representa um «ajuste de contas» com os palestinianos com cidadania israelita ou residentes em aldeias e cidades dos territórios ocupados em 1948. São visados alegadamente por terem organizado protestos – ou neles terem participado – contra as políticas do regime de apartheid sionista, nomeadamente as expulsões de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada, os ataques a palestinianos no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, e a brutal ofensiva contra o enclave costeiro cercado de Gaza. A mesma fonte revela que, ao executarem a campanha, as forças israelitas estão a efectuar detenções violentas, a derrubar portas das casas e intimidar menores e famílias. Em declarações à WAFA, Hassan Jabarin, director do Centro Legal para os Direitos da Minoria Árabe em Israel (Adalah), criticou a campanha massiva de detenções como uma «declaração de guerra contra os manifestantes palestinianos, activistas políticos e menores, como vingança pelas posições políticas e nacionais que assumiram recentemente». Em Gaza, mais de 20 palestinianos foram mortos em ataques israelitas. Na Cisjordânia, as forças de ocupação provocaram dezenas de feridos, esta madrugada. O MPPM condena a «violência sionista». Pelo menos 22 palestinianos perderam a vida na sequência de ataques aéreos perpetrados pelas forças israelitas ontem e hoje. O número é avançado pela agência WAFA. Já o Palestinian Information Center (Palinfo) regista 24 mortes e mais de cem feridos. Ontem, o Ministério palestiniano da Saúde informou que 20 palestinianos, incluindo nove crianças, tinham sido mortos em raides aéreos israelitas sobre o enclave costeiro cercado. De acordo com o Palinfo, tratar-se-ia de uma acção de retaliação de Israel, depois de várias facções da resistência palestiniana em Gaza terem disparado rockets para «alvos israelitas» na segunda-feira como resposta aos ataques sionistas dos últimos dias à Mesquita de al-Aqsa e ao Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. Os militares israelitas afirmaram ter interceptado e destruído a maioria dos mísseis, refere a PressTV, que cita a Al Jazeera. Ontem, a imprensa tinha noticiado que as forças israelitas haviam reforçado o seu contingente de tropas na Margem Ocidental ocupada, e esta madrugada confirmaram-se as previsões: dezenas de palestinianos feridos, muitos dos quais com fogo real, segundo informou o Ministério palestiniano da Saúde. O Crescente Vermelho dá conta de centenas de feridos, na sequência do mais recente ataque das forças israelitas ao complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, esta segunda-feira. «Há centenas de pessoas feridas em resultado dos confrontos e cerca de 50 foram hospitalizadas», revelou o Crescente Vermelho palestiniano numa breve nota de imprensa, depois de soldados israelitas, com equipamento antidistúrbios, terem disparado balas de borracha, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo contra os palestinianos no complexo de al-Aqsa, e estes terem respondido com o lançamento de objectos. Algumas fontes afirmam que, entre os palestinianos detidos pelas forças de ocupação, se encontram vários feridos que tentavam escapar aos confrontos. O raide israelita desta segunda-feira segue-se a semanas de tensão, confrontos, violência e repressão exercida sobre os palestinianos, sobretudo na Mesquita de al-Aqsa e na Bab al-Amoud (Porta de Damasco), na Cidade Velha de Jerusalém, bem como no Bairro de Sheikh Jarrah, onde várias famílias palestinianas estão em risco de ser expulsas, por ordem de um tribunal israelita, para que ali surja um novo colonato. Prossegue a acção terrorista de Israel que, depois de anunciar que quer desalojar dezenas de famílias em Sheikh Jarrah (Jerusalém), atacou esta noite a mesquita de Al-Aqsa, que estava cheia. A cidade ocupada de Jerusalém continua palco de violações aos direitos do povo palestiniano, que se tem manifestado, pese embora a forte repressão israelita, contra a intenção da expulsão de dezenas de famílias das suas casas no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém. Esta noite, foram mais de 200 aqueles que ficaram feridos na sequência de um ataque das forças policiais israelitas à mesquita Al-Aqsa, enquanto centenas rezavam no âmbito da época sagrada para os muçulmanos, o Ramadão. Regista-se, entre os feridos, perdas de um olho e ossos partidos, por terem sofrido do impacto de balas de borracha, granadas de atordoamento e canhões de água. Terá contribuído para agravar o estado de saúde destas pessoas, o facto de que, durante horas, equipas médicas estiveram impedidas prestar auxílio aos feridos. As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Para além dos feridos, de acordo com a WAFA, só hoje tinham sido detidos mais 13 palestinianos adolescentes que protestavam após as suas casas terem sido atingidas por ataques israelitas na zona velha de Jerusalém, mas também nos bairros de Silwan, Ras al-Amoud, Isawiyya, e al-Tur. Recorde-se que as populações têm-se manifestado, nos últimos dias, contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar dezenas de famílias palestinianas de suas casas no bairro Sheikh Jarrah, para as destruir e aí construir novos colonatos. Mesmo sob a violência israelita, os palestinianos já demonstraram intenção de continuar a sua luta, com manifestações convocadas para hoje, em diversas cidades, em resposta à agressão ao seu povo e ao ataque feito aos crentes que rezavam na mesquita Al-Aqsa. O Conselho Nacional Palestiniano recordou ao mundo que se trata de um crime de limpeza étnica, que é feito com recurso à violência, ao terrorismo e a métodos coercivos que violam as Convenções de Genebra. Neste sentido, foram enviadas cartas a chefes parlamentares de países árabes, islâmicos, africanos e asiáticos, assim como ao Parlamento Europeu e a outras instituições supranacionais, e ainda a presidentes de parlamentos nacionais de todos os continentes, com intuito de reforçar a necessidade de estes confrontarem o poder ocupante pelos seus crimes. Diversos países e instituições já condenaram «fortemente» as mais recentes acções de violência do Estado de Israel contra o povo palestiniano, assim como requereram a urgente intervenção da comunidade internacional. Realizou-se hoje em Damasco, na Síria, uma manifestação com a participação de milhares de refugiados palestinianos e sírios para expressar o seu apoio à resistência contra a ocupção israelita. Esta acção é organizada no âmbito do Dia Internacional de Jerusalém e os participantes levaram uma maqueta da mesquita Al-Aqsa, bandeiras sírias, palestinianas e de países e movimentos que apoiam a resistência a Israel e aos EUA em toda a região. Recorde-se que este dia é assinalado desde 1979, no último sábado do mês do Ramadão, em todas partes do mundo, com o objectivo de se demonstrar a solidariedade para o povo palestiniano. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Pelo menos 17 pessoas, incluindo um paramédico, foram feridas, ontem à noite, quando participavam em manifestações em Jerusalém Oriental ocupada, segundo informou o Crescente Vermelho. Na Cidade Velha e imediações, pelo menos 90 palestinianos ficaram feridos, no sábado, na sequência da repressão das forças israelitas e dos confrontos que se seguiram. No dia anterior, última sexta-feira do Ramadão, outros 200 palestinianos ficaram feridos, depois de as forças israelitas terem invadido o complexo de al-Aqsa. Os últimos raides das forças israelitas precedem uma marcha de grupos extremistas judaicos, prevista para esta segunda-feira, em que Israel celebra aquilo que designa como Dia de Jerusalém – o dia em que Jerusalém Oriental foi ocupada, em 1967. Habitualmente, a marcha reúne milhares de colonos e outros extremistas israelitas, e, de acordo com a PressTV, é provável que a violência aumente nos territórios ocupados. As forças israelitas usaram como justificação para o violento raide desta manhã o facto de quererem proteger o complexo de al-Aqsa dos extremistas judeus, refere a WAFA. Entretanto, as autoridades israelitas têm estado a enviar reforços para a Margem Ocidental ocupada, o que faz prever uma escalada na repressão sobre os palestinianos e nos confrontos. A escalada dos ataques israelitas, bem como a eventual expulsão de famílias do Bairro de Sheikh Jarrah têm merecido a condenação internacional, da Suíça a congressistas democratas norte-americanos, passando por múltiplos países árabes e muçulmanos. Para esta segunda-feira, refere a PressTV, foi agendada uma sessão de emergência, à porta fechada, do Conselho de Segurança das Nações Unidas para debater a situação, na sequência de um pedido realizado pela Tunísia. As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Antes, o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou «profunda preocupação» com a violência continuada em Jerusalém Oriental ocupada, tendo instado Israel a parar as demolições de casas palestinianas e os despejos dos seus proprietários. No Reino Unido, na Alemanha, na Turquia, na Jordânia, entre outros países, houve mobilizações para condenar as «atrocidades do regime israelita» e manifestar solidariedade com o povo palestiniano. Vários países muçulmanos emitiram declarações de condenação às «agressões de Telavive contra os palestinianos», nomeadamente do Iraque, do Paquistão, do Irão, dos Emirados Árabes Unidos, da Jordânia, da Turquia e da Síria. O Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros destacou a «importância de preservar os direitos inalienáveis do povo palestiniano, com base nos princípios do direito internacional e das resoluções das Nações Unidas que dizem respeito à Causa Palestiniana». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na sequência da brutal intervenção das forças israelitas, esta segunda-feira, no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém – que, segundo o Crescente Vermelho, provocou mais de 330 feridos entre os palestinianos –, registaram-se confrontos, esta madrugada a norte de Ramallah, no checkpoint de DCO, onde nove palestinianos foram atingidos com balas de aço revistas de borracha, e no posto de controlo de Qalandia, a sul da mesma cidade, onde, refere a WAFA, 37 pessoas foram atingidas pelas forças israelitas com balas de borracha. A mesma fonte dá conta de intensa repressão no Norte da Cisjordânia ocupada, nomeadamente em Jenin, Nablus e Tulkarem, onde vários palestinianos foram atingidos com fogo real e outros sofreram problemas respiratórios derivados da inalação de gás lacrimogéneo. No Sul da Margem Ocidental ocupada, pelo menos sete pessoas foram atingidas com fogo real e dez com balas de borracha em Hebron (al-Khalil); em Belém, informa ainda a WAFA, as forças israelitas atingiram um manifestante na cara com uma lata de gás lacrimogéneo. Num comunicado emitido esta segunda-feira, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) declara a condenação enérgica da «violência do Exército, da Polícia e dos colonos israelitas sobre palestinianos em Jerusalém e atribui toda a responsabilidade pela explosão de violência à ocupação por Israel e aos seus apoiantes». O movimento solidário lembra que «a Cidade Velha de Jerusalém assistiu, nas últimas semanas, a ataques covardes a residentes palestinianos e a marchas de israelitas de extrema-direita reclamando "Morte aos Árabes!"», sublinhando que «a impunidade de que gozam os extremistas israelitas estimula-os a incrementar o seu discurso de ódio contra os palestinianos». As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Afirma igualmente que «têm suscitado manifestações de condenação os anunciados despejos de famílias palestinianas, no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, das casas onde habitam há gerações, para as atribuir a colonos judeus, em nome de um pretenso ancestral direito de propriedade». O MPPM recorda, no entanto, que «este é apenas o mais recente episódio numa longa série de expropriações, demolições e despejos que têm assombrado a vida das famílias palestinianas, sempre com o objectivo de as levar a deixar caminho livre para a ocupação». Neste contexto, o MPPM reclama ao Governo português que condene inequivocamente a violência das forças e dos colonos israelitas contra pessoas e bens palestinianos; exija ao governo de Israel o fim das limpezas étnicas e o respeito pelos direitos dos palestinianos; reconheça o Estado da Palestina nas fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como sua capital, seguindo recomendações aprovadas pela Assembleia da República. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As autoridades israelitas apresentam a «Lei e Ordem» como uma operação para lidar com «agitadores» e «criminosos» envolvidos em ataques contra «judeus» nas últimas semanas, mas, para os palestinianos que vivem nos territórios ocupados em 1948, é claro que se trata de uma tentativa de «intimidar e disciplinar» quem se mobilizou nos últimos tempos. Mais de 1500 palestinianos com cidadania israelita foram presos desde 9 de Maio, revela a WAFA, precisando que pelo menos 200 serão processados judicialmente. Por seu lado, a Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos (SPP) afirmou que as forças de ocupação israelitas levaram a cabo campanhas sistemáticas de detenções ao longo do mês de Maio, que afectaram mais de 2400 palestinianos. Já hoje, a SPP deu conta de 18 detenções em vários pontos da Cisjordânia ocupada. Outro elemento destacado pela SPP é o aumento das detenções administrativas. Desde o início deste mês, foram emitidas 155 ordens de detenção administrativa contra os palestinianos, 84 das quais são novas ordens e as restantes renovações. De acordo com a SPP, trata-se da percentagem mais elevada, num tão curto período de tempo, em vários anos. De acordo com o regime de detenção administrativa, Israel pode manter os palestinianos presos sem julgamento e sem acusação por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. Na madrugada desta terça-feira, as forças israelitas à paisana mataram um palestiniano, identificado como Jamil Fahd, na cidade de al-Bireh, na Margem Ocidental ocupada. Este assassinato segue-se ao de outro palestiniano, de 17 anos de idade, ontem perpetrado por forças israelitas em Jerusalém Oriental ocupada, tendo estas alegado que Zuhdi al-Tawil as tentou atacar com uma faca. Estas mortes têm lugar num contexto de grande tensão nos territórios palestinianos ocupados, incluindo o actual Estado de Israel, e seguem-se a semanas de repressão, confrontos e milhares de detenções. Para além disso, a Faixa de Gaza esteve submetida a 11 dias de bombardeamentos que, segundo os dados mais recentes divulgados pela WAFA (à medida que vão sendo encontrados corpos nos escombros e que alguns feridos em estado grave morrem) provocou a morte a 253 palestinianos e deixou feridos mais de 8500. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No total, só nesse dia foram presos mais de 30 palestinianos, 12 dos quais na cidade de maioria árabe de Kafr Kana (territórios ocupados em 1948, actual Estado de Israel), onde as forças israelitas montaram uma verdadeira operação de «emboscada», segundo a imprensa palestiniana. As detenções aí verificadas, tal como em Lydd (Lod), Acra e Haifa (outras cidades nos territórios ocupados em 1948), seguem-se aos fortes protestos dos palestinianos contra a tentativa de expulsão dos residentes palestinianos do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, os ataques israelitas ao complexo da Mesquita de al-Aqsa e o bombardeamento da Faixa de Gaza cercada, onde, revela hoje a WAFA, o número de mortos subiu para 258. Na sexta-feira passada, Amichai Langfeld, vereador do partido de extrema-direita Lar Judaico na cidade de Lod, apelou aos judeus com armas que viessem para a cidade proteger os residentes judeus, afirmando que não confiava na Polícia, informa o Palinfo. Numa carta enviada a Amir Ohana, ministro israelita da Segurança Pública, Ofer Cassif, deputado ao Parlamento israelita pela Lista Conjunta, afirmou que, nas declarações do vereador de Lod «há um apelo explícito a pessoas armadas para que façam justiça pelas próprias mãos e usem até fogo real… tudo isto sob os auspícios do presidente da Câmara de Lod, que estava ao lado do instigador». «Sem a sua intervenção imediata para travar este incitamento flagrante, pode ocorrer uma tragédia», acrescentou Cassif. Louvando a «resistência heróica de todo o povo palestiniano», o movimento solidário português saúda o «cessar-fogo incondicional em Gaza», mas alerta que as questões de fundo subsistem. Num documento publicado este domingo, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) «saúda o cessar-fogo incondicional em Gaza que entrou em vigor nesta sexta-feira, 21 de Maio, e que põe fim a 11 dias de bárbaros e intoleráveis bombardeamentos, nos quais Israel causou a morte a quase 250 palestinianos, entre os quais 65 crianças, e provocou ferimentos em cerca de dois milhares, além de provocar uma devastação generalizada num território já de si empobrecido». Também ontem, a ministra da Saúde da Palestina, Mai Alkaila, revelou em conferência de imprensa que a «bárbara» agressão israelita contra o povo palestiniano, levada a cabo nas últimas semanas em Jerusalém, na Margem Ocidental ocupada e na Faixa de Gaza cercada, provocou a morte de 277 pessoas, incluindo 70 crianças e 40 mulheres, além de cerca de 8500 feridos, informa a agência WAFA. Em Jerusalém Oriental, na Margem Ocidental e em Gaza os palestinianos festejaram o anúncio de cessar-fogo declarado por Telavive e aceite pela resistência palestiniana, que entrou em vigor esta madrugada. Na Faixa de Gaza cercada, submetida a intensos bombardeamentos durante 11 dias, que provocaram pelo menos 234 mortos e mais de 1700 feridos, milhares de pessoas vieram para as ruas, enquanto em Jerusalém Oriental e na Margem Ocidental ocupadas a população lançou fogo de artifício, revela a PressTV. A Agência de Notícias do Médio Oriente (MENA) informou que o cessar-fogo «mútuo e simultâneo» entraria em vigor às 2h desta madrugada (hora da Palestina). A iniciativa, patrocinada pelo Egipto, ocorre pouco depois de o governo israelita ter informado o executivo egípcio da intenção de pôr fim à escalada de violência, segundo revelaram a cadeia Al Jazeera e meios de informação israelitas. Sobem de tom as vozes e aumentam as iniciativas, a nível internacional, para acabar com a carnificina em Gaza, quando a agressão militar israelita no enclave costeiro palestiniano entra no décimo dia. Os ataques perpetrados esta madrugada pela aviação e a artilharia israelita contra a Faixa de Gaza cercada provocaram pelo menos mais quatro mortos e dez feridos, refere a agência WAFA. Uma das vítimas mortais era um jornalista. De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Ministério palestiniano da Saúde, 219 pessoas foram mortas no enclave costeiro desde o início dos bombardeamentos israelitas, no dia 10 de Maio, incluindo 63 crianças, 36 mulheres e 16 idosos, e 1530 ficaram feridas. A ofensiva militar israelita provocou ainda mais de 52 mil deslocados entre a população palestiniana e destrui ou danificou seriamente quase 450 edifícios no enclave, incluindo seis hospitais e nove centros de cuidados primários de saúde, informou ontem o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês). Os intensos bombardeamentos sobre o enclave palestiniano mantêm-se esta segunda-feira. O Ministério da Saúde denunciou que os ataques israelitas estão a atingir trabalhadores desse sector. As forças militares israelitas lançaram fortes ataques sobre vários pontos do enclave costeiro cercado, atingindo casas, fábricas, terras agrícolas e outras infra-estruturas, causando danos materiais «massivos», revelou o correspondente da WAFA na Faixa de Gaza. Só na parte ocidental da cidade de Gaza, foram reportados mais de 100 ataques aéreos, que atingiram vários bairros e casas, provocando vítimas entre a população civil, incluindo mulheres e crianças, refere o correspondente, sem precisar o número de mortos e feridos. Estes ataques seguem-se aos fortes bombardeamentos de ontem, dia em que o Ministério palestiniano da Saúde em Gaza afirmou que, desde o começo da ofensiva israelita, há uma semana, 197 palestinianos foram mortos no enclave, incluindo 58 crianças e 34 mulheres, e mais de 1230 ficaram feridos. Só este domingo, afirmaram as autoridades sanitárias, os ataques provocaram a morte a 42 palestinianos, incluindo dez crianças, indica a PressTV. Os ataques prosseguiram esta madrugada e manhã, destruindo infra-estruturas e provocando dezenas de vítimas. Na Cisjordânia, as forças israelitas prenderam mais de 40 palestinianos e mataram dois jovens. O número de vítimas mortais civis dos ataques aéreos israelitas contra o enclave costeiro cercado subiu para 48, incluindo 14 crianças e três mulheres, revelou o Ministério palestiniano da Saúde numa actualização às 13h (hora local), acrescentando que 304 pessoas ficaram feridas desde o início dos ataques, na segunda-feira. De acordo com a agência WAFA, a aviação israelita levou a cabo mais de 40 ataques contra vários pontos na Faixa de Gaza esta manhã, a que se juntam outros cem antes, destruindo edifícios, fábricas e residências. A PressTV refere que dois comandantes do Hamas foram mortos nos ataques desta manhã, em que a aviação israelita voltou a bombardear, pelo terceiro dia consecutivo, as sedes da Polícia e das forças de segurança em Gaza, bem como a Universidade Islâmica de Gaza. O Exército israelita afirmou que os comandantes eram oficiais dos serviços de inteligência do Hamas e que os ataques eram uma resposta às «centenas de mísseis» lançados a partir de Gaza nas 24 horas anteriores, acrescentando – revela a PressTV – que se trata do seu «maior ataque desde 2014». Em Gaza, mais de 20 palestinianos foram mortos em ataques israelitas. Na Cisjordânia, as forças de ocupação provocaram dezenas de feridos, esta madrugada. O MPPM condena a «violência sionista». Pelo menos 22 palestinianos perderam a vida na sequência de ataques aéreos perpetrados pelas forças israelitas ontem e hoje. O número é avançado pela agência WAFA. Já o Palestinian Information Center (Palinfo) regista 24 mortes e mais de cem feridos. Ontem, o Ministério palestiniano da Saúde informou que 20 palestinianos, incluindo nove crianças, tinham sido mortos em raides aéreos israelitas sobre o enclave costeiro cercado. De acordo com o Palinfo, tratar-se-ia de uma acção de retaliação de Israel, depois de várias facções da resistência palestiniana em Gaza terem disparado rockets para «alvos israelitas» na segunda-feira como resposta aos ataques sionistas dos últimos dias à Mesquita de al-Aqsa e ao Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. Os militares israelitas afirmaram ter interceptado e destruído a maioria dos mísseis, refere a PressTV, que cita a Al Jazeera. Ontem, a imprensa tinha noticiado que as forças israelitas haviam reforçado o seu contingente de tropas na Margem Ocidental ocupada, e esta madrugada confirmaram-se as previsões: dezenas de palestinianos feridos, muitos dos quais com fogo real, segundo informou o Ministério palestiniano da Saúde. O Crescente Vermelho dá conta de centenas de feridos, na sequência do mais recente ataque das forças israelitas ao complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, esta segunda-feira. «Há centenas de pessoas feridas em resultado dos confrontos e cerca de 50 foram hospitalizadas», revelou o Crescente Vermelho palestiniano numa breve nota de imprensa, depois de soldados israelitas, com equipamento antidistúrbios, terem disparado balas de borracha, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo contra os palestinianos no complexo de al-Aqsa, e estes terem respondido com o lançamento de objectos. Algumas fontes afirmam que, entre os palestinianos detidos pelas forças de ocupação, se encontram vários feridos que tentavam escapar aos confrontos. O raide israelita desta segunda-feira segue-se a semanas de tensão, confrontos, violência e repressão exercida sobre os palestinianos, sobretudo na Mesquita de al-Aqsa e na Bab al-Amoud (Porta de Damasco), na Cidade Velha de Jerusalém, bem como no Bairro de Sheikh Jarrah, onde várias famílias palestinianas estão em risco de ser expulsas, por ordem de um tribunal israelita, para que ali surja um novo colonato. Prossegue a acção terrorista de Israel que, depois de anunciar que quer desalojar dezenas de famílias em Sheikh Jarrah (Jerusalém), atacou esta noite a mesquita de Al-Aqsa, que estava cheia. A cidade ocupada de Jerusalém continua palco de violações aos direitos do povo palestiniano, que se tem manifestado, pese embora a forte repressão israelita, contra a intenção da expulsão de dezenas de famílias das suas casas no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém. Esta noite, foram mais de 200 aqueles que ficaram feridos na sequência de um ataque das forças policiais israelitas à mesquita Al-Aqsa, enquanto centenas rezavam no âmbito da época sagrada para os muçulmanos, o Ramadão. Regista-se, entre os feridos, perdas de um olho e ossos partidos, por terem sofrido do impacto de balas de borracha, granadas de atordoamento e canhões de água. Terá contribuído para agravar o estado de saúde destas pessoas, o facto de que, durante horas, equipas médicas estiveram impedidas prestar auxílio aos feridos. As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Para além dos feridos, de acordo com a WAFA, só hoje tinham sido detidos mais 13 palestinianos adolescentes que protestavam após as suas casas terem sido atingidas por ataques israelitas na zona velha de Jerusalém, mas também nos bairros de Silwan, Ras al-Amoud, Isawiyya, e al-Tur. Recorde-se que as populações têm-se manifestado, nos últimos dias, contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar dezenas de famílias palestinianas de suas casas no bairro Sheikh Jarrah, para as destruir e aí construir novos colonatos. Mesmo sob a violência israelita, os palestinianos já demonstraram intenção de continuar a sua luta, com manifestações convocadas para hoje, em diversas cidades, em resposta à agressão ao seu povo e ao ataque feito aos crentes que rezavam na mesquita Al-Aqsa. O Conselho Nacional Palestiniano recordou ao mundo que se trata de um crime de limpeza étnica, que é feito com recurso à violência, ao terrorismo e a métodos coercivos que violam as Convenções de Genebra. Neste sentido, foram enviadas cartas a chefes parlamentares de países árabes, islâmicos, africanos e asiáticos, assim como ao Parlamento Europeu e a outras instituições supranacionais, e ainda a presidentes de parlamentos nacionais de todos os continentes, com intuito de reforçar a necessidade de estes confrontarem o poder ocupante pelos seus crimes. Diversos países e instituições já condenaram «fortemente» as mais recentes acções de violência do Estado de Israel contra o povo palestiniano, assim como requereram a urgente intervenção da comunidade internacional. Realizou-se hoje em Damasco, na Síria, uma manifestação com a participação de milhares de refugiados palestinianos e sírios para expressar o seu apoio à resistência contra a ocupção israelita. Esta acção é organizada no âmbito do Dia Internacional de Jerusalém e os participantes levaram uma maqueta da mesquita Al-Aqsa, bandeiras sírias, palestinianas e de países e movimentos que apoiam a resistência a Israel e aos EUA em toda a região. Recorde-se que este dia é assinalado desde 1979, no último sábado do mês do Ramadão, em todas partes do mundo, com o objectivo de se demonstrar a solidariedade para o povo palestiniano. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Pelo menos 17 pessoas, incluindo um paramédico, foram feridas, ontem à noite, quando participavam em manifestações em Jerusalém Oriental ocupada, segundo informou o Crescente Vermelho. Na Cidade Velha e imediações, pelo menos 90 palestinianos ficaram feridos, no sábado, na sequência da repressão das forças israelitas e dos confrontos que se seguiram. No dia anterior, última sexta-feira do Ramadão, outros 200 palestinianos ficaram feridos, depois de as forças israelitas terem invadido o complexo de al-Aqsa. Os últimos raides das forças israelitas precedem uma marcha de grupos extremistas judaicos, prevista para esta segunda-feira, em que Israel celebra aquilo que designa como Dia de Jerusalém – o dia em que Jerusalém Oriental foi ocupada, em 1967. Habitualmente, a marcha reúne milhares de colonos e outros extremistas israelitas, e, de acordo com a PressTV, é provável que a violência aumente nos territórios ocupados. As forças israelitas usaram como justificação para o violento raide desta manhã o facto de quererem proteger o complexo de al-Aqsa dos extremistas judeus, refere a WAFA. Entretanto, as autoridades israelitas têm estado a enviar reforços para a Margem Ocidental ocupada, o que faz prever uma escalada na repressão sobre os palestinianos e nos confrontos. A escalada dos ataques israelitas, bem como a eventual expulsão de famílias do Bairro de Sheikh Jarrah têm merecido a condenação internacional, da Suíça a congressistas democratas norte-americanos, passando por múltiplos países árabes e muçulmanos. Para esta segunda-feira, refere a PressTV, foi agendada uma sessão de emergência, à porta fechada, do Conselho de Segurança das Nações Unidas para debater a situação, na sequência de um pedido realizado pela Tunísia. As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Antes, o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou «profunda preocupação» com a violência continuada em Jerusalém Oriental ocupada, tendo instado Israel a parar as demolições de casas palestinianas e os despejos dos seus proprietários. No Reino Unido, na Alemanha, na Turquia, na Jordânia, entre outros países, houve mobilizações para condenar as «atrocidades do regime israelita» e manifestar solidariedade com o povo palestiniano. Vários países muçulmanos emitiram declarações de condenação às «agressões de Telavive contra os palestinianos», nomeadamente do Iraque, do Paquistão, do Irão, dos Emirados Árabes Unidos, da Jordânia, da Turquia e da Síria. O Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros destacou a «importância de preservar os direitos inalienáveis do povo palestiniano, com base nos princípios do direito internacional e das resoluções das Nações Unidas que dizem respeito à Causa Palestiniana». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na sequência da brutal intervenção das forças israelitas, esta segunda-feira, no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém – que, segundo o Crescente Vermelho, provocou mais de 330 feridos entre os palestinianos –, registaram-se confrontos, esta madrugada a norte de Ramallah, no checkpoint de DCO, onde nove palestinianos foram atingidos com balas de aço revistas de borracha, e no posto de controlo de Qalandia, a sul da mesma cidade, onde, refere a WAFA, 37 pessoas foram atingidas pelas forças israelitas com balas de borracha. A mesma fonte dá conta de intensa repressão no Norte da Cisjordânia ocupada, nomeadamente em Jenin, Nablus e Tulkarem, onde vários palestinianos foram atingidos com fogo real e outros sofreram problemas respiratórios derivados da inalação de gás lacrimogéneo. No Sul da Margem Ocidental ocupada, pelo menos sete pessoas foram atingidas com fogo real e dez com balas de borracha em Hebron (al-Khalil); em Belém, informa ainda a WAFA, as forças israelitas atingiram um manifestante na cara com uma lata de gás lacrimogéneo. Num comunicado emitido esta segunda-feira, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) declara a condenação enérgica da «violência do Exército, da Polícia e dos colonos israelitas sobre palestinianos em Jerusalém e atribui toda a responsabilidade pela explosão de violência à ocupação por Israel e aos seus apoiantes». O movimento solidário lembra que «a Cidade Velha de Jerusalém assistiu, nas últimas semanas, a ataques covardes a residentes palestinianos e a marchas de israelitas de extrema-direita reclamando "Morte aos Árabes!"», sublinhando que «a impunidade de que gozam os extremistas israelitas estimula-os a incrementar o seu discurso de ódio contra os palestinianos». As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Afirma igualmente que «têm suscitado manifestações de condenação os anunciados despejos de famílias palestinianas, no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, das casas onde habitam há gerações, para as atribuir a colonos judeus, em nome de um pretenso ancestral direito de propriedade». O MPPM recorda, no entanto, que «este é apenas o mais recente episódio numa longa série de expropriações, demolições e despejos que têm assombrado a vida das famílias palestinianas, sempre com o objectivo de as levar a deixar caminho livre para a ocupação». Neste contexto, o MPPM reclama ao Governo português que condene inequivocamente a violência das forças e dos colonos israelitas contra pessoas e bens palestinianos; exija ao governo de Israel o fim das limpezas étnicas e o respeito pelos direitos dos palestinianos; reconheça o Estado da Palestina nas fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como sua capital, seguindo recomendações aprovadas pela Assembleia da República. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Entretanto, as Brigadas al-Quds, ala militar do movimento Jihad Islâmica, anunciaram que tinham lançado esta manhã 100 rockets para as cidades israelitas de Telavive, Ashkelon, Be’er Sheva e Sderot, noticiou o Palestine Today. Também como resposta ao bombardeamento continuado de alvos civis na Faixa de Gaza, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, do Hamas, dispararam mais de 300 mísseis, esta quarta-feira, para território israelita, informa a PressTV. A mesma fonte revela que, desde segunda-feira à noite, na sequência da brutal intervenção das forças israelitas no complexo da Mesquita de al-Aqsa, grupos da resistência palestiniana lançaram mais de mil rockets para território israelita. As autoridades israelitas confirmaram cinco mortes como consequência destas acções. Pelo menos cem israelitas ficaram feridos, segundo a imprensa hebraica. O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou que Israel é responsável pelas consequências das atrocidades na Mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, cujas chamas «alastraram a Gaza», informa a PressTV. O dirigente político disse ainda que representantes do Catar, do Egipto e das Nações Unidas tinham estado em contacto com o Hamas, apelando à calma, mas sublinhou que se Israel «quiser escalar o conflito, a resistência está pronta, se eles quiserem parar, a resistência está pronta». Por seu lado, o ministro israelita da Defesa, Benny Gantz, avisou que «isto é apenas o princípio» dos ataques de Israel, noticia a PressTV. As forças de ocupação israelitas efectuaram raides, esta madrugada, em vários pontos da Margem Ocidental ocupada, tendo detido mais de 40 palestinianos, na sua maioria ex-presos, segundo revelou a Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos. As detenções tiveram lugar nos distritos de Hebron (al-Khalil), Nablus, Tulkarem, Tubas e Qalqilia, revela a agência WAFA. A mesma fonte indica que dois jovens palestinianos foram mortos a tiro esta manhã por soldados israelitas. Rashid Muhammad Abu Arreh, de 16 anos, foi atingido com disparos no pescoço e no peito, e teve morte imediata, na sequência de confrontos entre residentes de Tubas e as forças de ocupação. No campo de refugiados de Fawwar, a sul de Hebron, soldados israelitas mataram Hussein Titi, de 26 anos, durante um raide em que efectuaram detenções, noticia a WAFA. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Numa conferência de imprensa, representantes do Ministério disseram que dois médicos foram mortos nos ataques israelitas – Ayman Abu al-Auf e Moean al-Aloul – e denunciaram que os bombardeamentos estão a atingir trabalhadores da Saúde e da ajuda humanitária Afirmaram ainda que os ataques têm tido um «impacto devastador nas pessoas e no ambiente». «Edifícios residenciais foram destruídos, escolas, locais de culto, estradas, escritórios da imprensa, edifícios governamentais e linhas eléctricas», disse Abu al-Reesh, secretário do Ministério da Saúde. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e outros funcionários israelitas afirmaram que o fim da agressão contra Gaza não está para breve, apesar dos apelos internacionais e das gigantescas manifestações de solidariedade com o povo palestiniano em vários pontos do mundo. As vozes contra o massacre subiram de tom este domingo, dia em que o Conselho de Segurança das Nações Unidas tentou avançar com uma declaração conjunta com vista ao «cessar-fogo»; no entanto, os EUA, grande aliado de Israel e membro permanente do Conselho, bloqueou qualquer declaração nesse sentido. A urgência de travar a agressão contra o povo palestiniano e de acabar com a impunidade de Israel e as suas reiteradas violações do direito internacional são destacadas pelas organizações promotoras. «Solidariedade com a Palestina. Fim à agressão. Fim à ocupação» é o lema da iniciativa solidária que, na próxima segunda-feira, terá lugar em Lisboa (Largo do Martim Moniz) e no Porto (Praça da Palestina), às 18h. No texto de apresentação, as organizações promotoras – CGTP-IN, Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) – afirmam que «é urgente pôr fim aos bombardeamentos israelitas de Gaza, que já provocaram largas dezenas de mortos e centenas de feridos – muitos dos quais crianças». Em Gaza, mais de 20 palestinianos foram mortos em ataques israelitas. Na Cisjordânia, as forças de ocupação provocaram dezenas de feridos, esta madrugada. O MPPM condena a «violência sionista». Pelo menos 22 palestinianos perderam a vida na sequência de ataques aéreos perpetrados pelas forças israelitas ontem e hoje. O número é avançado pela agência WAFA. Já o Palestinian Information Center (Palinfo) regista 24 mortes e mais de cem feridos. Ontem, o Ministério palestiniano da Saúde informou que 20 palestinianos, incluindo nove crianças, tinham sido mortos em raides aéreos israelitas sobre o enclave costeiro cercado. De acordo com o Palinfo, tratar-se-ia de uma acção de retaliação de Israel, depois de várias facções da resistência palestiniana em Gaza terem disparado rockets para «alvos israelitas» na segunda-feira como resposta aos ataques sionistas dos últimos dias à Mesquita de al-Aqsa e ao Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. Os militares israelitas afirmaram ter interceptado e destruído a maioria dos mísseis, refere a PressTV, que cita a Al Jazeera. Ontem, a imprensa tinha noticiado que as forças israelitas haviam reforçado o seu contingente de tropas na Margem Ocidental ocupada, e esta madrugada confirmaram-se as previsões: dezenas de palestinianos feridos, muitos dos quais com fogo real, segundo informou o Ministério palestiniano da Saúde. O Crescente Vermelho dá conta de centenas de feridos, na sequência do mais recente ataque das forças israelitas ao complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, esta segunda-feira. «Há centenas de pessoas feridas em resultado dos confrontos e cerca de 50 foram hospitalizadas», revelou o Crescente Vermelho palestiniano numa breve nota de imprensa, depois de soldados israelitas, com equipamento antidistúrbios, terem disparado balas de borracha, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo contra os palestinianos no complexo de al-Aqsa, e estes terem respondido com o lançamento de objectos. Algumas fontes afirmam que, entre os palestinianos detidos pelas forças de ocupação, se encontram vários feridos que tentavam escapar aos confrontos. O raide israelita desta segunda-feira segue-se a semanas de tensão, confrontos, violência e repressão exercida sobre os palestinianos, sobretudo na Mesquita de al-Aqsa e na Bab al-Amoud (Porta de Damasco), na Cidade Velha de Jerusalém, bem como no Bairro de Sheikh Jarrah, onde várias famílias palestinianas estão em risco de ser expulsas, por ordem de um tribunal israelita, para que ali surja um novo colonato. Prossegue a acção terrorista de Israel que, depois de anunciar que quer desalojar dezenas de famílias em Sheikh Jarrah (Jerusalém), atacou esta noite a mesquita de Al-Aqsa, que estava cheia. A cidade ocupada de Jerusalém continua palco de violações aos direitos do povo palestiniano, que se tem manifestado, pese embora a forte repressão israelita, contra a intenção da expulsão de dezenas de famílias das suas casas no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém. Esta noite, foram mais de 200 aqueles que ficaram feridos na sequência de um ataque das forças policiais israelitas à mesquita Al-Aqsa, enquanto centenas rezavam no âmbito da época sagrada para os muçulmanos, o Ramadão. Regista-se, entre os feridos, perdas de um olho e ossos partidos, por terem sofrido do impacto de balas de borracha, granadas de atordoamento e canhões de água. Terá contribuído para agravar o estado de saúde destas pessoas, o facto de que, durante horas, equipas médicas estiveram impedidas prestar auxílio aos feridos. As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Para além dos feridos, de acordo com a WAFA, só hoje tinham sido detidos mais 13 palestinianos adolescentes que protestavam após as suas casas terem sido atingidas por ataques israelitas na zona velha de Jerusalém, mas também nos bairros de Silwan, Ras al-Amoud, Isawiyya, e al-Tur. Recorde-se que as populações têm-se manifestado, nos últimos dias, contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar dezenas de famílias palestinianas de suas casas no bairro Sheikh Jarrah, para as destruir e aí construir novos colonatos. Mesmo sob a violência israelita, os palestinianos já demonstraram intenção de continuar a sua luta, com manifestações convocadas para hoje, em diversas cidades, em resposta à agressão ao seu povo e ao ataque feito aos crentes que rezavam na mesquita Al-Aqsa. O Conselho Nacional Palestiniano recordou ao mundo que se trata de um crime de limpeza étnica, que é feito com recurso à violência, ao terrorismo e a métodos coercivos que violam as Convenções de Genebra. Neste sentido, foram enviadas cartas a chefes parlamentares de países árabes, islâmicos, africanos e asiáticos, assim como ao Parlamento Europeu e a outras instituições supranacionais, e ainda a presidentes de parlamentos nacionais de todos os continentes, com intuito de reforçar a necessidade de estes confrontarem o poder ocupante pelos seus crimes. Diversos países e instituições já condenaram «fortemente» as mais recentes acções de violência do Estado de Israel contra o povo palestiniano, assim como requereram a urgente intervenção da comunidade internacional. Realizou-se hoje em Damasco, na Síria, uma manifestação com a participação de milhares de refugiados palestinianos e sírios para expressar o seu apoio à resistência contra a ocupção israelita. Esta acção é organizada no âmbito do Dia Internacional de Jerusalém e os participantes levaram uma maqueta da mesquita Al-Aqsa, bandeiras sírias, palestinianas e de países e movimentos que apoiam a resistência a Israel e aos EUA em toda a região. Recorde-se que este dia é assinalado desde 1979, no último sábado do mês do Ramadão, em todas partes do mundo, com o objectivo de se demonstrar a solidariedade para o povo palestiniano. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Pelo menos 17 pessoas, incluindo um paramédico, foram feridas, ontem à noite, quando participavam em manifestações em Jerusalém Oriental ocupada, segundo informou o Crescente Vermelho. Na Cidade Velha e imediações, pelo menos 90 palestinianos ficaram feridos, no sábado, na sequência da repressão das forças israelitas e dos confrontos que se seguiram. No dia anterior, última sexta-feira do Ramadão, outros 200 palestinianos ficaram feridos, depois de as forças israelitas terem invadido o complexo de al-Aqsa. Os últimos raides das forças israelitas precedem uma marcha de grupos extremistas judaicos, prevista para esta segunda-feira, em que Israel celebra aquilo que designa como Dia de Jerusalém – o dia em que Jerusalém Oriental foi ocupada, em 1967. Habitualmente, a marcha reúne milhares de colonos e outros extremistas israelitas, e, de acordo com a PressTV, é provável que a violência aumente nos territórios ocupados. As forças israelitas usaram como justificação para o violento raide desta manhã o facto de quererem proteger o complexo de al-Aqsa dos extremistas judeus, refere a WAFA. Entretanto, as autoridades israelitas têm estado a enviar reforços para a Margem Ocidental ocupada, o que faz prever uma escalada na repressão sobre os palestinianos e nos confrontos. A escalada dos ataques israelitas, bem como a eventual expulsão de famílias do Bairro de Sheikh Jarrah têm merecido a condenação internacional, da Suíça a congressistas democratas norte-americanos, passando por múltiplos países árabes e muçulmanos. Para esta segunda-feira, refere a PressTV, foi agendada uma sessão de emergência, à porta fechada, do Conselho de Segurança das Nações Unidas para debater a situação, na sequência de um pedido realizado pela Tunísia. As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Antes, o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou «profunda preocupação» com a violência continuada em Jerusalém Oriental ocupada, tendo instado Israel a parar as demolições de casas palestinianas e os despejos dos seus proprietários. No Reino Unido, na Alemanha, na Turquia, na Jordânia, entre outros países, houve mobilizações para condenar as «atrocidades do regime israelita» e manifestar solidariedade com o povo palestiniano. Vários países muçulmanos emitiram declarações de condenação às «agressões de Telavive contra os palestinianos», nomeadamente do Iraque, do Paquistão, do Irão, dos Emirados Árabes Unidos, da Jordânia, da Turquia e da Síria. O Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros destacou a «importância de preservar os direitos inalienáveis do povo palestiniano, com base nos princípios do direito internacional e das resoluções das Nações Unidas que dizem respeito à Causa Palestiniana». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na sequência da brutal intervenção das forças israelitas, esta segunda-feira, no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém – que, segundo o Crescente Vermelho, provocou mais de 330 feridos entre os palestinianos –, registaram-se confrontos, esta madrugada a norte de Ramallah, no checkpoint de DCO, onde nove palestinianos foram atingidos com balas de aço revistas de borracha, e no posto de controlo de Qalandia, a sul da mesma cidade, onde, refere a WAFA, 37 pessoas foram atingidas pelas forças israelitas com balas de borracha. A mesma fonte dá conta de intensa repressão no Norte da Cisjordânia ocupada, nomeadamente em Jenin, Nablus e Tulkarem, onde vários palestinianos foram atingidos com fogo real e outros sofreram problemas respiratórios derivados da inalação de gás lacrimogéneo. No Sul da Margem Ocidental ocupada, pelo menos sete pessoas foram atingidas com fogo real e dez com balas de borracha em Hebron (al-Khalil); em Belém, informa ainda a WAFA, as forças israelitas atingiram um manifestante na cara com uma lata de gás lacrimogéneo. Num comunicado emitido esta segunda-feira, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) declara a condenação enérgica da «violência do Exército, da Polícia e dos colonos israelitas sobre palestinianos em Jerusalém e atribui toda a responsabilidade pela explosão de violência à ocupação por Israel e aos seus apoiantes». O movimento solidário lembra que «a Cidade Velha de Jerusalém assistiu, nas últimas semanas, a ataques covardes a residentes palestinianos e a marchas de israelitas de extrema-direita reclamando "Morte aos Árabes!"», sublinhando que «a impunidade de que gozam os extremistas israelitas estimula-os a incrementar o seu discurso de ódio contra os palestinianos». As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Afirma igualmente que «têm suscitado manifestações de condenação os anunciados despejos de famílias palestinianas, no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, das casas onde habitam há gerações, para as atribuir a colonos judeus, em nome de um pretenso ancestral direito de propriedade». O MPPM recorda, no entanto, que «este é apenas o mais recente episódio numa longa série de expropriações, demolições e despejos que têm assombrado a vida das famílias palestinianas, sempre com o objectivo de as levar a deixar caminho livre para a ocupação». Neste contexto, o MPPM reclama ao Governo português que condene inequivocamente a violência das forças e dos colonos israelitas contra pessoas e bens palestinianos; exija ao governo de Israel o fim das limpezas étnicas e o respeito pelos direitos dos palestinianos; reconheça o Estado da Palestina nas fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como sua capital, seguindo recomendações aprovadas pela Assembleia da República. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No mesmo sentido, sublinham a urgência de acabar com a expulsão dos palestinianos das suas casas e terrenos, com os colonatos e a ocupação, lembrando que o povo palestiniano aguarda há décadas «a prometida criação de um Estado» e que as «promessas e as resoluções das Nações Unidas estão por cumprir» também há décadas. «O que se passa na Palestina não é um conflito, é uma violenta ocupação, ilegal e atentatória dos direitos humanos e dos direitos nacionais do povo palestiniano», afirmam os promotores das acções solidárias, que exigem ao Governo português o abandono da sua «chocante posição de colocar em pé de igualdade agressor e agredido, opressor e oprimido», bem como a condenação de Israel «pelos seus crimes». Os bombardeamentos sobre o enclave costeiro palestiniano cercado entraram no quinto dia. Esta sexta-feira de manhã, os militares israelitas afirmaram que tinham realizado um ataque aéreo massivo sobre o que classificaram como uma rede de túneis criada pelo Hamas. Durante o bombardeamento, que durou aproximadamente 40 minutos – informa a PressTV –, cerca de 450 mísseis foram disparados sobre 150 alvos no Norte da Faixa de Gaza. Aos ataques aéreos, juntou-se intenso fogo da artilharia israelita posicionada ao longo da vedação que cerca o território, alegando os militares israelitas que os alvos eram posições do Hamas. Os ataques prosseguiram esta madrugada e manhã, destruindo infra-estruturas e provocando dezenas de vítimas. Na Cisjordânia, as forças israelitas prenderam mais de 40 palestinianos e mataram dois jovens. O número de vítimas mortais civis dos ataques aéreos israelitas contra o enclave costeiro cercado subiu para 48, incluindo 14 crianças e três mulheres, revelou o Ministério palestiniano da Saúde numa actualização às 13h (hora local), acrescentando que 304 pessoas ficaram feridas desde o início dos ataques, na segunda-feira. De acordo com a agência WAFA, a aviação israelita levou a cabo mais de 40 ataques contra vários pontos na Faixa de Gaza esta manhã, a que se juntam outros cem antes, destruindo edifícios, fábricas e residências. A PressTV refere que dois comandantes do Hamas foram mortos nos ataques desta manhã, em que a aviação israelita voltou a bombardear, pelo terceiro dia consecutivo, as sedes da Polícia e das forças de segurança em Gaza, bem como a Universidade Islâmica de Gaza. O Exército israelita afirmou que os comandantes eram oficiais dos serviços de inteligência do Hamas e que os ataques eram uma resposta às «centenas de mísseis» lançados a partir de Gaza nas 24 horas anteriores, acrescentando – revela a PressTV – que se trata do seu «maior ataque desde 2014». Em Gaza, mais de 20 palestinianos foram mortos em ataques israelitas. Na Cisjordânia, as forças de ocupação provocaram dezenas de feridos, esta madrugada. O MPPM condena a «violência sionista». Pelo menos 22 palestinianos perderam a vida na sequência de ataques aéreos perpetrados pelas forças israelitas ontem e hoje. O número é avançado pela agência WAFA. Já o Palestinian Information Center (Palinfo) regista 24 mortes e mais de cem feridos. Ontem, o Ministério palestiniano da Saúde informou que 20 palestinianos, incluindo nove crianças, tinham sido mortos em raides aéreos israelitas sobre o enclave costeiro cercado. De acordo com o Palinfo, tratar-se-ia de uma acção de retaliação de Israel, depois de várias facções da resistência palestiniana em Gaza terem disparado rockets para «alvos israelitas» na segunda-feira como resposta aos ataques sionistas dos últimos dias à Mesquita de al-Aqsa e ao Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. Os militares israelitas afirmaram ter interceptado e destruído a maioria dos mísseis, refere a PressTV, que cita a Al Jazeera. Ontem, a imprensa tinha noticiado que as forças israelitas haviam reforçado o seu contingente de tropas na Margem Ocidental ocupada, e esta madrugada confirmaram-se as previsões: dezenas de palestinianos feridos, muitos dos quais com fogo real, segundo informou o Ministério palestiniano da Saúde. O Crescente Vermelho dá conta de centenas de feridos, na sequência do mais recente ataque das forças israelitas ao complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, esta segunda-feira. «Há centenas de pessoas feridas em resultado dos confrontos e cerca de 50 foram hospitalizadas», revelou o Crescente Vermelho palestiniano numa breve nota de imprensa, depois de soldados israelitas, com equipamento antidistúrbios, terem disparado balas de borracha, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo contra os palestinianos no complexo de al-Aqsa, e estes terem respondido com o lançamento de objectos. Algumas fontes afirmam que, entre os palestinianos detidos pelas forças de ocupação, se encontram vários feridos que tentavam escapar aos confrontos. O raide israelita desta segunda-feira segue-se a semanas de tensão, confrontos, violência e repressão exercida sobre os palestinianos, sobretudo na Mesquita de al-Aqsa e na Bab al-Amoud (Porta de Damasco), na Cidade Velha de Jerusalém, bem como no Bairro de Sheikh Jarrah, onde várias famílias palestinianas estão em risco de ser expulsas, por ordem de um tribunal israelita, para que ali surja um novo colonato. Prossegue a acção terrorista de Israel que, depois de anunciar que quer desalojar dezenas de famílias em Sheikh Jarrah (Jerusalém), atacou esta noite a mesquita de Al-Aqsa, que estava cheia. A cidade ocupada de Jerusalém continua palco de violações aos direitos do povo palestiniano, que se tem manifestado, pese embora a forte repressão israelita, contra a intenção da expulsão de dezenas de famílias das suas casas no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém. Esta noite, foram mais de 200 aqueles que ficaram feridos na sequência de um ataque das forças policiais israelitas à mesquita Al-Aqsa, enquanto centenas rezavam no âmbito da época sagrada para os muçulmanos, o Ramadão. Regista-se, entre os feridos, perdas de um olho e ossos partidos, por terem sofrido do impacto de balas de borracha, granadas de atordoamento e canhões de água. Terá contribuído para agravar o estado de saúde destas pessoas, o facto de que, durante horas, equipas médicas estiveram impedidas prestar auxílio aos feridos. As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Para além dos feridos, de acordo com a WAFA, só hoje tinham sido detidos mais 13 palestinianos adolescentes que protestavam após as suas casas terem sido atingidas por ataques israelitas na zona velha de Jerusalém, mas também nos bairros de Silwan, Ras al-Amoud, Isawiyya, e al-Tur. Recorde-se que as populações têm-se manifestado, nos últimos dias, contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar dezenas de famílias palestinianas de suas casas no bairro Sheikh Jarrah, para as destruir e aí construir novos colonatos. Mesmo sob a violência israelita, os palestinianos já demonstraram intenção de continuar a sua luta, com manifestações convocadas para hoje, em diversas cidades, em resposta à agressão ao seu povo e ao ataque feito aos crentes que rezavam na mesquita Al-Aqsa. O Conselho Nacional Palestiniano recordou ao mundo que se trata de um crime de limpeza étnica, que é feito com recurso à violência, ao terrorismo e a métodos coercivos que violam as Convenções de Genebra. Neste sentido, foram enviadas cartas a chefes parlamentares de países árabes, islâmicos, africanos e asiáticos, assim como ao Parlamento Europeu e a outras instituições supranacionais, e ainda a presidentes de parlamentos nacionais de todos os continentes, com intuito de reforçar a necessidade de estes confrontarem o poder ocupante pelos seus crimes. Diversos países e instituições já condenaram «fortemente» as mais recentes acções de violência do Estado de Israel contra o povo palestiniano, assim como requereram a urgente intervenção da comunidade internacional. Realizou-se hoje em Damasco, na Síria, uma manifestação com a participação de milhares de refugiados palestinianos e sírios para expressar o seu apoio à resistência contra a ocupção israelita. Esta acção é organizada no âmbito do Dia Internacional de Jerusalém e os participantes levaram uma maqueta da mesquita Al-Aqsa, bandeiras sírias, palestinianas e de países e movimentos que apoiam a resistência a Israel e aos EUA em toda a região. Recorde-se que este dia é assinalado desde 1979, no último sábado do mês do Ramadão, em todas partes do mundo, com o objectivo de se demonstrar a solidariedade para o povo palestiniano. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Pelo menos 17 pessoas, incluindo um paramédico, foram feridas, ontem à noite, quando participavam em manifestações em Jerusalém Oriental ocupada, segundo informou o Crescente Vermelho. Na Cidade Velha e imediações, pelo menos 90 palestinianos ficaram feridos, no sábado, na sequência da repressão das forças israelitas e dos confrontos que se seguiram. No dia anterior, última sexta-feira do Ramadão, outros 200 palestinianos ficaram feridos, depois de as forças israelitas terem invadido o complexo de al-Aqsa. Os últimos raides das forças israelitas precedem uma marcha de grupos extremistas judaicos, prevista para esta segunda-feira, em que Israel celebra aquilo que designa como Dia de Jerusalém – o dia em que Jerusalém Oriental foi ocupada, em 1967. Habitualmente, a marcha reúne milhares de colonos e outros extremistas israelitas, e, de acordo com a PressTV, é provável que a violência aumente nos territórios ocupados. As forças israelitas usaram como justificação para o violento raide desta manhã o facto de quererem proteger o complexo de al-Aqsa dos extremistas judeus, refere a WAFA. Entretanto, as autoridades israelitas têm estado a enviar reforços para a Margem Ocidental ocupada, o que faz prever uma escalada na repressão sobre os palestinianos e nos confrontos. A escalada dos ataques israelitas, bem como a eventual expulsão de famílias do Bairro de Sheikh Jarrah têm merecido a condenação internacional, da Suíça a congressistas democratas norte-americanos, passando por múltiplos países árabes e muçulmanos. Para esta segunda-feira, refere a PressTV, foi agendada uma sessão de emergência, à porta fechada, do Conselho de Segurança das Nações Unidas para debater a situação, na sequência de um pedido realizado pela Tunísia. As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Antes, o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou «profunda preocupação» com a violência continuada em Jerusalém Oriental ocupada, tendo instado Israel a parar as demolições de casas palestinianas e os despejos dos seus proprietários. No Reino Unido, na Alemanha, na Turquia, na Jordânia, entre outros países, houve mobilizações para condenar as «atrocidades do regime israelita» e manifestar solidariedade com o povo palestiniano. Vários países muçulmanos emitiram declarações de condenação às «agressões de Telavive contra os palestinianos», nomeadamente do Iraque, do Paquistão, do Irão, dos Emirados Árabes Unidos, da Jordânia, da Turquia e da Síria. O Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros destacou a «importância de preservar os direitos inalienáveis do povo palestiniano, com base nos princípios do direito internacional e das resoluções das Nações Unidas que dizem respeito à Causa Palestiniana». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na sequência da brutal intervenção das forças israelitas, esta segunda-feira, no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém – que, segundo o Crescente Vermelho, provocou mais de 330 feridos entre os palestinianos –, registaram-se confrontos, esta madrugada a norte de Ramallah, no checkpoint de DCO, onde nove palestinianos foram atingidos com balas de aço revistas de borracha, e no posto de controlo de Qalandia, a sul da mesma cidade, onde, refere a WAFA, 37 pessoas foram atingidas pelas forças israelitas com balas de borracha. A mesma fonte dá conta de intensa repressão no Norte da Cisjordânia ocupada, nomeadamente em Jenin, Nablus e Tulkarem, onde vários palestinianos foram atingidos com fogo real e outros sofreram problemas respiratórios derivados da inalação de gás lacrimogéneo. No Sul da Margem Ocidental ocupada, pelo menos sete pessoas foram atingidas com fogo real e dez com balas de borracha em Hebron (al-Khalil); em Belém, informa ainda a WAFA, as forças israelitas atingiram um manifestante na cara com uma lata de gás lacrimogéneo. Num comunicado emitido esta segunda-feira, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) declara a condenação enérgica da «violência do Exército, da Polícia e dos colonos israelitas sobre palestinianos em Jerusalém e atribui toda a responsabilidade pela explosão de violência à ocupação por Israel e aos seus apoiantes». O movimento solidário lembra que «a Cidade Velha de Jerusalém assistiu, nas últimas semanas, a ataques covardes a residentes palestinianos e a marchas de israelitas de extrema-direita reclamando "Morte aos Árabes!"», sublinhando que «a impunidade de que gozam os extremistas israelitas estimula-os a incrementar o seu discurso de ódio contra os palestinianos». As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Afirma igualmente que «têm suscitado manifestações de condenação os anunciados despejos de famílias palestinianas, no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, das casas onde habitam há gerações, para as atribuir a colonos judeus, em nome de um pretenso ancestral direito de propriedade». O MPPM recorda, no entanto, que «este é apenas o mais recente episódio numa longa série de expropriações, demolições e despejos que têm assombrado a vida das famílias palestinianas, sempre com o objectivo de as levar a deixar caminho livre para a ocupação». Neste contexto, o MPPM reclama ao Governo português que condene inequivocamente a violência das forças e dos colonos israelitas contra pessoas e bens palestinianos; exija ao governo de Israel o fim das limpezas étnicas e o respeito pelos direitos dos palestinianos; reconheça o Estado da Palestina nas fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como sua capital, seguindo recomendações aprovadas pela Assembleia da República. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Entretanto, as Brigadas al-Quds, ala militar do movimento Jihad Islâmica, anunciaram que tinham lançado esta manhã 100 rockets para as cidades israelitas de Telavive, Ashkelon, Be’er Sheva e Sderot, noticiou o Palestine Today. Também como resposta ao bombardeamento continuado de alvos civis na Faixa de Gaza, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, do Hamas, dispararam mais de 300 mísseis, esta quarta-feira, para território israelita, informa a PressTV. A mesma fonte revela que, desde segunda-feira à noite, na sequência da brutal intervenção das forças israelitas no complexo da Mesquita de al-Aqsa, grupos da resistência palestiniana lançaram mais de mil rockets para território israelita. As autoridades israelitas confirmaram cinco mortes como consequência destas acções. Pelo menos cem israelitas ficaram feridos, segundo a imprensa hebraica. O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou que Israel é responsável pelas consequências das atrocidades na Mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, cujas chamas «alastraram a Gaza», informa a PressTV. O dirigente político disse ainda que representantes do Catar, do Egipto e das Nações Unidas tinham estado em contacto com o Hamas, apelando à calma, mas sublinhou que se Israel «quiser escalar o conflito, a resistência está pronta, se eles quiserem parar, a resistência está pronta». Por seu lado, o ministro israelita da Defesa, Benny Gantz, avisou que «isto é apenas o princípio» dos ataques de Israel, noticia a PressTV. As forças de ocupação israelitas efectuaram raides, esta madrugada, em vários pontos da Margem Ocidental ocupada, tendo detido mais de 40 palestinianos, na sua maioria ex-presos, segundo revelou a Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos. As detenções tiveram lugar nos distritos de Hebron (al-Khalil), Nablus, Tulkarem, Tubas e Qalqilia, revela a agência WAFA. A mesma fonte indica que dois jovens palestinianos foram mortos a tiro esta manhã por soldados israelitas. Rashid Muhammad Abu Arreh, de 16 anos, foi atingido com disparos no pescoço e no peito, e teve morte imediata, na sequência de confrontos entre residentes de Tubas e as forças de ocupação. No campo de refugiados de Fawwar, a sul de Hebron, soldados israelitas mataram Hussein Titi, de 26 anos, durante um raide em que efectuaram detenções, noticia a WAFA. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No entanto, a agência WAFA refere que diversas infra-estruturas civis foram atingidas e vários civis foram mortos, elevando para 119 o número de vítimas mortais dos ataques israelitas a Gaza, em que se incluem 31 crianças. O Ministério palestiniano da Saúde regista ainda 830 feridos, 139 dos quais crianças (informação de acordo com o despacho da WAFA às 11h07, hora local). Entretanto, na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, continuam a registar-se ataques dos militares e colonos israelitas contra a população palestiniana. Ao meio-dia (hora local), a WAFA referia ainda a existência de dezenas de feridos pelas forças israelitas em protestos contra as agressões a Gaza e a Jerusalém. Grupos de judeus extremistas também têm atacado, em várias cidades, a população palestiniana residente nos territórios ocupados em 1948, inclusive em suas casas. Entretanto, os grupos da resistência palestiniana em Gaza continuam a disparar mísseis para o interior desses territórios. Já esta sexta-feira, o Hamas afirmou ter lançado pelo menos 250 rockets para Israel, como resposta ao bombardeamento incessante da Faixa de Gaza, refere a PressTV. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por videoconferência, o ministro palestiniano dos Negócios Estrangeiros, Riyad al-Maliki, afirmou que Israel está a cometer «crimes de guerra» contra o povo palestiniano, e fez um apelo ao aumento da pressão internacional para pôr fim à agressão. A agressão israelita a Gaza segue-se aos fortes confrontos registados entre palestinianos e as forças de ocupação israelitas na Margem Ocidental, durante o mês do Ramadão, depois de militares e colonos terem atacado palestinianos na Mesquita de al-Aqsa e imediações, em Jerusalém. Ao mesmo tempo, as autoridades e forças israelitas tentavam expulsar de suas casas os habitantes do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada, para ali avançar com um colonato, desencadeando também fortes protestos nos territórios ocupados e a nível internacional. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Ontem, o Ministério palestiniano da Saúde revelou igualmente que, desde 7 de Maio, as forças israelitas mataram 23 palestinianos na Margem Ocidental ocupada e um em Jerusalém. Para além disso, atingiram a tiro e feriram outros 3825 Margem Ocidental e 1011 em Jerusalém. Entretanto, a estes números já há que acrescentar as dezenas de feridos registados ontem à tarde e esta madrugada. Desde 10 de Maio, a aviação militar israelita lançou centenas de ataques sobre a Faixa de Gaza, atingindo edifícios governamentais, residenciais, escritórios da imprensa, bancos e outro tipo de infra-estruturas civis, num território onde vivem cerca de dois milhões de pessoas submetidas a um bloqueio que dura há 12 anos e onde as infra-estruturas básicas já tinham sido fortemente danificadas noutras ofensivas israelitas. França, Egipto, Jordânia e mediadores das Nações Unidas intensificaram os esforços diplomáticos com vista a um «cessar-fogo», e prevê-se que a Assembleia Geral da ONU discuta a questão esta quinta-feira, informa a PressTV. França propôs ainda uma resolução no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) «a apelar ao cessar-fogo», e, de acordo com um comunicado ontem emitido pelo gabinete presidencial de Emmanuel Macron, a iniciativa conta com o apoio do Egipto e da Jordânia. Em Gaza, mais de 20 palestinianos foram mortos em ataques israelitas. Na Cisjordânia, as forças de ocupação provocaram dezenas de feridos, esta madrugada. O MPPM condena a «violência sionista». Pelo menos 22 palestinianos perderam a vida na sequência de ataques aéreos perpetrados pelas forças israelitas ontem e hoje. O número é avançado pela agência WAFA. Já o Palestinian Information Center (Palinfo) regista 24 mortes e mais de cem feridos. Ontem, o Ministério palestiniano da Saúde informou que 20 palestinianos, incluindo nove crianças, tinham sido mortos em raides aéreos israelitas sobre o enclave costeiro cercado. De acordo com o Palinfo, tratar-se-ia de uma acção de retaliação de Israel, depois de várias facções da resistência palestiniana em Gaza terem disparado rockets para «alvos israelitas» na segunda-feira como resposta aos ataques sionistas dos últimos dias à Mesquita de al-Aqsa e ao Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. Os militares israelitas afirmaram ter interceptado e destruído a maioria dos mísseis, refere a PressTV, que cita a Al Jazeera. Ontem, a imprensa tinha noticiado que as forças israelitas haviam reforçado o seu contingente de tropas na Margem Ocidental ocupada, e esta madrugada confirmaram-se as previsões: dezenas de palestinianos feridos, muitos dos quais com fogo real, segundo informou o Ministério palestiniano da Saúde. O Crescente Vermelho dá conta de centenas de feridos, na sequência do mais recente ataque das forças israelitas ao complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, esta segunda-feira. «Há centenas de pessoas feridas em resultado dos confrontos e cerca de 50 foram hospitalizadas», revelou o Crescente Vermelho palestiniano numa breve nota de imprensa, depois de soldados israelitas, com equipamento antidistúrbios, terem disparado balas de borracha, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo contra os palestinianos no complexo de al-Aqsa, e estes terem respondido com o lançamento de objectos. Algumas fontes afirmam que, entre os palestinianos detidos pelas forças de ocupação, se encontram vários feridos que tentavam escapar aos confrontos. O raide israelita desta segunda-feira segue-se a semanas de tensão, confrontos, violência e repressão exercida sobre os palestinianos, sobretudo na Mesquita de al-Aqsa e na Bab al-Amoud (Porta de Damasco), na Cidade Velha de Jerusalém, bem como no Bairro de Sheikh Jarrah, onde várias famílias palestinianas estão em risco de ser expulsas, por ordem de um tribunal israelita, para que ali surja um novo colonato. Prossegue a acção terrorista de Israel que, depois de anunciar que quer desalojar dezenas de famílias em Sheikh Jarrah (Jerusalém), atacou esta noite a mesquita de Al-Aqsa, que estava cheia. A cidade ocupada de Jerusalém continua palco de violações aos direitos do povo palestiniano, que se tem manifestado, pese embora a forte repressão israelita, contra a intenção da expulsão de dezenas de famílias das suas casas no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém. Esta noite, foram mais de 200 aqueles que ficaram feridos na sequência de um ataque das forças policiais israelitas à mesquita Al-Aqsa, enquanto centenas rezavam no âmbito da época sagrada para os muçulmanos, o Ramadão. Regista-se, entre os feridos, perdas de um olho e ossos partidos, por terem sofrido do impacto de balas de borracha, granadas de atordoamento e canhões de água. Terá contribuído para agravar o estado de saúde destas pessoas, o facto de que, durante horas, equipas médicas estiveram impedidas prestar auxílio aos feridos. As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Para além dos feridos, de acordo com a WAFA, só hoje tinham sido detidos mais 13 palestinianos adolescentes que protestavam após as suas casas terem sido atingidas por ataques israelitas na zona velha de Jerusalém, mas também nos bairros de Silwan, Ras al-Amoud, Isawiyya, e al-Tur. Recorde-se que as populações têm-se manifestado, nos últimos dias, contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar dezenas de famílias palestinianas de suas casas no bairro Sheikh Jarrah, para as destruir e aí construir novos colonatos. Mesmo sob a violência israelita, os palestinianos já demonstraram intenção de continuar a sua luta, com manifestações convocadas para hoje, em diversas cidades, em resposta à agressão ao seu povo e ao ataque feito aos crentes que rezavam na mesquita Al-Aqsa. O Conselho Nacional Palestiniano recordou ao mundo que se trata de um crime de limpeza étnica, que é feito com recurso à violência, ao terrorismo e a métodos coercivos que violam as Convenções de Genebra. Neste sentido, foram enviadas cartas a chefes parlamentares de países árabes, islâmicos, africanos e asiáticos, assim como ao Parlamento Europeu e a outras instituições supranacionais, e ainda a presidentes de parlamentos nacionais de todos os continentes, com intuito de reforçar a necessidade de estes confrontarem o poder ocupante pelos seus crimes. Diversos países e instituições já condenaram «fortemente» as mais recentes acções de violência do Estado de Israel contra o povo palestiniano, assim como requereram a urgente intervenção da comunidade internacional. Realizou-se hoje em Damasco, na Síria, uma manifestação com a participação de milhares de refugiados palestinianos e sírios para expressar o seu apoio à resistência contra a ocupção israelita. Esta acção é organizada no âmbito do Dia Internacional de Jerusalém e os participantes levaram uma maqueta da mesquita Al-Aqsa, bandeiras sírias, palestinianas e de países e movimentos que apoiam a resistência a Israel e aos EUA em toda a região. Recorde-se que este dia é assinalado desde 1979, no último sábado do mês do Ramadão, em todas partes do mundo, com o objectivo de se demonstrar a solidariedade para o povo palestiniano. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Pelo menos 17 pessoas, incluindo um paramédico, foram feridas, ontem à noite, quando participavam em manifestações em Jerusalém Oriental ocupada, segundo informou o Crescente Vermelho. Na Cidade Velha e imediações, pelo menos 90 palestinianos ficaram feridos, no sábado, na sequência da repressão das forças israelitas e dos confrontos que se seguiram. No dia anterior, última sexta-feira do Ramadão, outros 200 palestinianos ficaram feridos, depois de as forças israelitas terem invadido o complexo de al-Aqsa. Os últimos raides das forças israelitas precedem uma marcha de grupos extremistas judaicos, prevista para esta segunda-feira, em que Israel celebra aquilo que designa como Dia de Jerusalém – o dia em que Jerusalém Oriental foi ocupada, em 1967. Habitualmente, a marcha reúne milhares de colonos e outros extremistas israelitas, e, de acordo com a PressTV, é provável que a violência aumente nos territórios ocupados. As forças israelitas usaram como justificação para o violento raide desta manhã o facto de quererem proteger o complexo de al-Aqsa dos extremistas judeus, refere a WAFA. Entretanto, as autoridades israelitas têm estado a enviar reforços para a Margem Ocidental ocupada, o que faz prever uma escalada na repressão sobre os palestinianos e nos confrontos. A escalada dos ataques israelitas, bem como a eventual expulsão de famílias do Bairro de Sheikh Jarrah têm merecido a condenação internacional, da Suíça a congressistas democratas norte-americanos, passando por múltiplos países árabes e muçulmanos. Para esta segunda-feira, refere a PressTV, foi agendada uma sessão de emergência, à porta fechada, do Conselho de Segurança das Nações Unidas para debater a situação, na sequência de um pedido realizado pela Tunísia. As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Antes, o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou «profunda preocupação» com a violência continuada em Jerusalém Oriental ocupada, tendo instado Israel a parar as demolições de casas palestinianas e os despejos dos seus proprietários. No Reino Unido, na Alemanha, na Turquia, na Jordânia, entre outros países, houve mobilizações para condenar as «atrocidades do regime israelita» e manifestar solidariedade com o povo palestiniano. Vários países muçulmanos emitiram declarações de condenação às «agressões de Telavive contra os palestinianos», nomeadamente do Iraque, do Paquistão, do Irão, dos Emirados Árabes Unidos, da Jordânia, da Turquia e da Síria. O Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros destacou a «importância de preservar os direitos inalienáveis do povo palestiniano, com base nos princípios do direito internacional e das resoluções das Nações Unidas que dizem respeito à Causa Palestiniana». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na sequência da brutal intervenção das forças israelitas, esta segunda-feira, no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém – que, segundo o Crescente Vermelho, provocou mais de 330 feridos entre os palestinianos –, registaram-se confrontos, esta madrugada a norte de Ramallah, no checkpoint de DCO, onde nove palestinianos foram atingidos com balas de aço revistas de borracha, e no posto de controlo de Qalandia, a sul da mesma cidade, onde, refere a WAFA, 37 pessoas foram atingidas pelas forças israelitas com balas de borracha. A mesma fonte dá conta de intensa repressão no Norte da Cisjordânia ocupada, nomeadamente em Jenin, Nablus e Tulkarem, onde vários palestinianos foram atingidos com fogo real e outros sofreram problemas respiratórios derivados da inalação de gás lacrimogéneo. No Sul da Margem Ocidental ocupada, pelo menos sete pessoas foram atingidas com fogo real e dez com balas de borracha em Hebron (al-Khalil); em Belém, informa ainda a WAFA, as forças israelitas atingiram um manifestante na cara com uma lata de gás lacrimogéneo. Num comunicado emitido esta segunda-feira, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) declara a condenação enérgica da «violência do Exército, da Polícia e dos colonos israelitas sobre palestinianos em Jerusalém e atribui toda a responsabilidade pela explosão de violência à ocupação por Israel e aos seus apoiantes». O movimento solidário lembra que «a Cidade Velha de Jerusalém assistiu, nas últimas semanas, a ataques covardes a residentes palestinianos e a marchas de israelitas de extrema-direita reclamando "Morte aos Árabes!"», sublinhando que «a impunidade de que gozam os extremistas israelitas estimula-os a incrementar o seu discurso de ódio contra os palestinianos». As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Afirma igualmente que «têm suscitado manifestações de condenação os anunciados despejos de famílias palestinianas, no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, das casas onde habitam há gerações, para as atribuir a colonos judeus, em nome de um pretenso ancestral direito de propriedade». O MPPM recorda, no entanto, que «este é apenas o mais recente episódio numa longa série de expropriações, demolições e despejos que têm assombrado a vida das famílias palestinianas, sempre com o objectivo de as levar a deixar caminho livre para a ocupação». Neste contexto, o MPPM reclama ao Governo português que condene inequivocamente a violência das forças e dos colonos israelitas contra pessoas e bens palestinianos; exija ao governo de Israel o fim das limpezas étnicas e o respeito pelos direitos dos palestinianos; reconheça o Estado da Palestina nas fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como sua capital, seguindo recomendações aprovadas pela Assembleia da República. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Até ao momento, o CSNU foi incapaz de apresentar uma declaração sobre a Palestina, uma vez que os EUA, aliado de Israel, bloquearam as propostas já apresentadas por China, Noruega e Tunísia. Também os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) fizeram um «apelo ao cessar-fogo», que visa «prestar todo o apoio humanitário a Gaza», mas a iniciativa não obteve unanimidade, uma vez que a Hungria não aderiu ao apelo. Os restantes ministros, refere a PressTV, deixaram a indicação de que a UE deve tentar relançar o processo de paz, conjuntamente com a Rússia, os EUA e as Nações Unidas. Tal como aconteceu no fim-de-semana passado em diversos pontos do mundo e, esta segunda-feira, em Lisboa e no Porto, ontem várias cidades foram palco de iniciativas solidárias com a Palestina, nomeadamente Beirute, Bagdade, Buenos Aires, Cidade do México e Santiago do Chile. Em Nova Iorque, milhares de pessoas voltaram a mobilizar-se a favor da Palestina, desta vez nas imediações do Consulado de Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Osama Hamdan, representante do Hamas, afirmou que os grupos da resistência tinham recebido garantias da parte dos mediadores egípcios de que iriam cessar os ataques israelitas contra Gaza, e o Bairro de Sheikh Jarrah e a Mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém. Os bombardeamentos sobre a Faixa de Gaza cercada, iniciados a 10 de Maio, seguiram-se a semanas de forte violência no complexo da Mesquita de al-Aqsa e no Bairro de Sheikh Jarrar, por parte de forças israelitas e colonos. As facções da resistência responderam lançando centenas de rockets para os territórios ocupados pelas forças sionistas em 1948. O presidente norte-americano, Joseph Biden, disse esta quinta-feira que falou com Netanyahu depois de o cessar-fogo ter sido anunciado, tendo reafirmado ao primeiro-ministro israelita o apoio total dos EUA contra a resistência palestiniana em Gaza. O chefe de Estado também garantiu a Netanyahu que os EUA irão fornecer a Israel os mísseis necessários ao seu sistema de defesa Cúpula de Ferro (Iron Dome, em inglês), refere a PressTV. Ao longo dos 11 dias do massacre a Gaza, os EUA reiteraram o apoio a Israel e ao «seu direito a defender-se» (em alusão aos rockets lançados pelos grupos da resistência palestiniana) e bloquearam tentativas sucessivas de aprovar uma declaração no Conselho de Segurança das Nações Unidas a apelar ao cessar-fogo. Biden disse ainda que irá trabalhar com a Autoridade Palestiniana, que «governa» (é uma forma de dizer) na Margem Ocidental ocupada. Em declarações à PressTV esta sexta-feira, Marjorie Cohn, comentadora política e professora emérita na Thomas Jefferson School of Law, em San Diego (Califórnia), sublinhou que as autoridades israelitas não poderiam cometer vários crimes de guerra contra os palestinianos, nomeadamente os mais recentes, na Faixa de Gaza e em Jerusalém, se não tivessem recebido carta branca dos Estados Unidos. Em Gaza, mais de 20 palestinianos foram mortos em ataques israelitas. Na Cisjordânia, as forças de ocupação provocaram dezenas de feridos, esta madrugada. O MPPM condena a «violência sionista». Pelo menos 22 palestinianos perderam a vida na sequência de ataques aéreos perpetrados pelas forças israelitas ontem e hoje. O número é avançado pela agência WAFA. Já o Palestinian Information Center (Palinfo) regista 24 mortes e mais de cem feridos. Ontem, o Ministério palestiniano da Saúde informou que 20 palestinianos, incluindo nove crianças, tinham sido mortos em raides aéreos israelitas sobre o enclave costeiro cercado. De acordo com o Palinfo, tratar-se-ia de uma acção de retaliação de Israel, depois de várias facções da resistência palestiniana em Gaza terem disparado rockets para «alvos israelitas» na segunda-feira como resposta aos ataques sionistas dos últimos dias à Mesquita de al-Aqsa e ao Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. Os militares israelitas afirmaram ter interceptado e destruído a maioria dos mísseis, refere a PressTV, que cita a Al Jazeera. Ontem, a imprensa tinha noticiado que as forças israelitas haviam reforçado o seu contingente de tropas na Margem Ocidental ocupada, e esta madrugada confirmaram-se as previsões: dezenas de palestinianos feridos, muitos dos quais com fogo real, segundo informou o Ministério palestiniano da Saúde. O Crescente Vermelho dá conta de centenas de feridos, na sequência do mais recente ataque das forças israelitas ao complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, esta segunda-feira. «Há centenas de pessoas feridas em resultado dos confrontos e cerca de 50 foram hospitalizadas», revelou o Crescente Vermelho palestiniano numa breve nota de imprensa, depois de soldados israelitas, com equipamento antidistúrbios, terem disparado balas de borracha, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo contra os palestinianos no complexo de al-Aqsa, e estes terem respondido com o lançamento de objectos. Algumas fontes afirmam que, entre os palestinianos detidos pelas forças de ocupação, se encontram vários feridos que tentavam escapar aos confrontos. O raide israelita desta segunda-feira segue-se a semanas de tensão, confrontos, violência e repressão exercida sobre os palestinianos, sobretudo na Mesquita de al-Aqsa e na Bab al-Amoud (Porta de Damasco), na Cidade Velha de Jerusalém, bem como no Bairro de Sheikh Jarrah, onde várias famílias palestinianas estão em risco de ser expulsas, por ordem de um tribunal israelita, para que ali surja um novo colonato. Prossegue a acção terrorista de Israel que, depois de anunciar que quer desalojar dezenas de famílias em Sheikh Jarrah (Jerusalém), atacou esta noite a mesquita de Al-Aqsa, que estava cheia. A cidade ocupada de Jerusalém continua palco de violações aos direitos do povo palestiniano, que se tem manifestado, pese embora a forte repressão israelita, contra a intenção da expulsão de dezenas de famílias das suas casas no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém. Esta noite, foram mais de 200 aqueles que ficaram feridos na sequência de um ataque das forças policiais israelitas à mesquita Al-Aqsa, enquanto centenas rezavam no âmbito da época sagrada para os muçulmanos, o Ramadão. Regista-se, entre os feridos, perdas de um olho e ossos partidos, por terem sofrido do impacto de balas de borracha, granadas de atordoamento e canhões de água. Terá contribuído para agravar o estado de saúde destas pessoas, o facto de que, durante horas, equipas médicas estiveram impedidas prestar auxílio aos feridos. As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Para além dos feridos, de acordo com a WAFA, só hoje tinham sido detidos mais 13 palestinianos adolescentes que protestavam após as suas casas terem sido atingidas por ataques israelitas na zona velha de Jerusalém, mas também nos bairros de Silwan, Ras al-Amoud, Isawiyya, e al-Tur. Recorde-se que as populações têm-se manifestado, nos últimos dias, contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar dezenas de famílias palestinianas de suas casas no bairro Sheikh Jarrah, para as destruir e aí construir novos colonatos. Mesmo sob a violência israelita, os palestinianos já demonstraram intenção de continuar a sua luta, com manifestações convocadas para hoje, em diversas cidades, em resposta à agressão ao seu povo e ao ataque feito aos crentes que rezavam na mesquita Al-Aqsa. O Conselho Nacional Palestiniano recordou ao mundo que se trata de um crime de limpeza étnica, que é feito com recurso à violência, ao terrorismo e a métodos coercivos que violam as Convenções de Genebra. Neste sentido, foram enviadas cartas a chefes parlamentares de países árabes, islâmicos, africanos e asiáticos, assim como ao Parlamento Europeu e a outras instituições supranacionais, e ainda a presidentes de parlamentos nacionais de todos os continentes, com intuito de reforçar a necessidade de estes confrontarem o poder ocupante pelos seus crimes. Diversos países e instituições já condenaram «fortemente» as mais recentes acções de violência do Estado de Israel contra o povo palestiniano, assim como requereram a urgente intervenção da comunidade internacional. Realizou-se hoje em Damasco, na Síria, uma manifestação com a participação de milhares de refugiados palestinianos e sírios para expressar o seu apoio à resistência contra a ocupção israelita. Esta acção é organizada no âmbito do Dia Internacional de Jerusalém e os participantes levaram uma maqueta da mesquita Al-Aqsa, bandeiras sírias, palestinianas e de países e movimentos que apoiam a resistência a Israel e aos EUA em toda a região. Recorde-se que este dia é assinalado desde 1979, no último sábado do mês do Ramadão, em todas partes do mundo, com o objectivo de se demonstrar a solidariedade para o povo palestiniano. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Pelo menos 17 pessoas, incluindo um paramédico, foram feridas, ontem à noite, quando participavam em manifestações em Jerusalém Oriental ocupada, segundo informou o Crescente Vermelho. Na Cidade Velha e imediações, pelo menos 90 palestinianos ficaram feridos, no sábado, na sequência da repressão das forças israelitas e dos confrontos que se seguiram. No dia anterior, última sexta-feira do Ramadão, outros 200 palestinianos ficaram feridos, depois de as forças israelitas terem invadido o complexo de al-Aqsa. Os últimos raides das forças israelitas precedem uma marcha de grupos extremistas judaicos, prevista para esta segunda-feira, em que Israel celebra aquilo que designa como Dia de Jerusalém – o dia em que Jerusalém Oriental foi ocupada, em 1967. Habitualmente, a marcha reúne milhares de colonos e outros extremistas israelitas, e, de acordo com a PressTV, é provável que a violência aumente nos territórios ocupados. As forças israelitas usaram como justificação para o violento raide desta manhã o facto de quererem proteger o complexo de al-Aqsa dos extremistas judeus, refere a WAFA. Entretanto, as autoridades israelitas têm estado a enviar reforços para a Margem Ocidental ocupada, o que faz prever uma escalada na repressão sobre os palestinianos e nos confrontos. A escalada dos ataques israelitas, bem como a eventual expulsão de famílias do Bairro de Sheikh Jarrah têm merecido a condenação internacional, da Suíça a congressistas democratas norte-americanos, passando por múltiplos países árabes e muçulmanos. Para esta segunda-feira, refere a PressTV, foi agendada uma sessão de emergência, à porta fechada, do Conselho de Segurança das Nações Unidas para debater a situação, na sequência de um pedido realizado pela Tunísia. As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Antes, o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou «profunda preocupação» com a violência continuada em Jerusalém Oriental ocupada, tendo instado Israel a parar as demolições de casas palestinianas e os despejos dos seus proprietários. No Reino Unido, na Alemanha, na Turquia, na Jordânia, entre outros países, houve mobilizações para condenar as «atrocidades do regime israelita» e manifestar solidariedade com o povo palestiniano. Vários países muçulmanos emitiram declarações de condenação às «agressões de Telavive contra os palestinianos», nomeadamente do Iraque, do Paquistão, do Irão, dos Emirados Árabes Unidos, da Jordânia, da Turquia e da Síria. O Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros destacou a «importância de preservar os direitos inalienáveis do povo palestiniano, com base nos princípios do direito internacional e das resoluções das Nações Unidas que dizem respeito à Causa Palestiniana». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na sequência da brutal intervenção das forças israelitas, esta segunda-feira, no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém – que, segundo o Crescente Vermelho, provocou mais de 330 feridos entre os palestinianos –, registaram-se confrontos, esta madrugada a norte de Ramallah, no checkpoint de DCO, onde nove palestinianos foram atingidos com balas de aço revistas de borracha, e no posto de controlo de Qalandia, a sul da mesma cidade, onde, refere a WAFA, 37 pessoas foram atingidas pelas forças israelitas com balas de borracha. A mesma fonte dá conta de intensa repressão no Norte da Cisjordânia ocupada, nomeadamente em Jenin, Nablus e Tulkarem, onde vários palestinianos foram atingidos com fogo real e outros sofreram problemas respiratórios derivados da inalação de gás lacrimogéneo. No Sul da Margem Ocidental ocupada, pelo menos sete pessoas foram atingidas com fogo real e dez com balas de borracha em Hebron (al-Khalil); em Belém, informa ainda a WAFA, as forças israelitas atingiram um manifestante na cara com uma lata de gás lacrimogéneo. Num comunicado emitido esta segunda-feira, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) declara a condenação enérgica da «violência do Exército, da Polícia e dos colonos israelitas sobre palestinianos em Jerusalém e atribui toda a responsabilidade pela explosão de violência à ocupação por Israel e aos seus apoiantes». O movimento solidário lembra que «a Cidade Velha de Jerusalém assistiu, nas últimas semanas, a ataques covardes a residentes palestinianos e a marchas de israelitas de extrema-direita reclamando "Morte aos Árabes!"», sublinhando que «a impunidade de que gozam os extremistas israelitas estimula-os a incrementar o seu discurso de ódio contra os palestinianos». As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Afirma igualmente que «têm suscitado manifestações de condenação os anunciados despejos de famílias palestinianas, no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, das casas onde habitam há gerações, para as atribuir a colonos judeus, em nome de um pretenso ancestral direito de propriedade». O MPPM recorda, no entanto, que «este é apenas o mais recente episódio numa longa série de expropriações, demolições e despejos que têm assombrado a vida das famílias palestinianas, sempre com o objectivo de as levar a deixar caminho livre para a ocupação». Neste contexto, o MPPM reclama ao Governo português que condene inequivocamente a violência das forças e dos colonos israelitas contra pessoas e bens palestinianos; exija ao governo de Israel o fim das limpezas étnicas e o respeito pelos direitos dos palestinianos; reconheça o Estado da Palestina nas fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como sua capital, seguindo recomendações aprovadas pela Assembleia da República. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «O governo dos EUA dá a Israel 3,8 mil milhões em ajuda militar anualmente, e protege-o de forma consistente das críticas no Conselho de Segurança», afirmou. Cohn denunciou ainda os dois pesos e duas medidas dos Estados Unidos em relação ao chamado «conflito». «Enquanto a administração Biden aponta o direito de Israel a defender-se, não diz nada sobre o dos palestinianos à sua defesa», disse «Na verdade, ao abrigo do direito internacional, os palestinianos têm o direito legal a resistir à ocupação israelita mas Israel, enquanto potência ocupante, não tem o direito de utilizar a força militar em sua defesa contra os territórios ocupados», frisou. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O cessar-fogo representa uma «vitória da resistência heróica de todo o povo palestiniano, em Gaza, em Jerusalém Oriental, na Cisjordânia, na diáspora, mas também entre os que têm a cidadania israelita», afirma o MPPM no comunicado da sua direcção nacional, destacando que «a unidade de todos os palestinianos em torno da sua causa nacional, que se evidenciou nestes dias, é um bem precioso e é a chave para alcançar avanços futuros». O MPPM saúda igualmente as «magníficas expressões de solidariedade popular com o povo palestiniano em todo o mundo» e, em especial, os que participaram nas mobilizações realizadas em Portugal, nomeadamente em Lisboa, Porto e Évora, há uma semana. As referidas «expressões» solidárias e de denúncia prolongaram-se este fim-de-semana com manifestações em várias cidades do mundo, incluindo Adelaide e Sydney (Austrália), Berlim e Frankfurt (Alemanha), Paris (França), Londres – onde, segundo a PressTV, estiveram presentes 180 mil pessoas –, Birmingham e Liverpool (Reino Unido). «O cessar-fogo põe fim aos bombardeamentos de Gaza, mas não põe fim à questão de fundo que esteve na origem desta mais recente explosão de violência: a ocupação israelita e a negação do direito do povo palestiniano a um Estado soberano e independente», alerta o MPPM. Em Gaza, mais de 20 palestinianos foram mortos em ataques israelitas. Na Cisjordânia, as forças de ocupação provocaram dezenas de feridos, esta madrugada. O MPPM condena a «violência sionista». Pelo menos 22 palestinianos perderam a vida na sequência de ataques aéreos perpetrados pelas forças israelitas ontem e hoje. O número é avançado pela agência WAFA. Já o Palestinian Information Center (Palinfo) regista 24 mortes e mais de cem feridos. Ontem, o Ministério palestiniano da Saúde informou que 20 palestinianos, incluindo nove crianças, tinham sido mortos em raides aéreos israelitas sobre o enclave costeiro cercado. De acordo com o Palinfo, tratar-se-ia de uma acção de retaliação de Israel, depois de várias facções da resistência palestiniana em Gaza terem disparado rockets para «alvos israelitas» na segunda-feira como resposta aos ataques sionistas dos últimos dias à Mesquita de al-Aqsa e ao Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. Os militares israelitas afirmaram ter interceptado e destruído a maioria dos mísseis, refere a PressTV, que cita a Al Jazeera. Ontem, a imprensa tinha noticiado que as forças israelitas haviam reforçado o seu contingente de tropas na Margem Ocidental ocupada, e esta madrugada confirmaram-se as previsões: dezenas de palestinianos feridos, muitos dos quais com fogo real, segundo informou o Ministério palestiniano da Saúde. O Crescente Vermelho dá conta de centenas de feridos, na sequência do mais recente ataque das forças israelitas ao complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, esta segunda-feira. «Há centenas de pessoas feridas em resultado dos confrontos e cerca de 50 foram hospitalizadas», revelou o Crescente Vermelho palestiniano numa breve nota de imprensa, depois de soldados israelitas, com equipamento antidistúrbios, terem disparado balas de borracha, granadas atordoantes e gás lacrimogéneo contra os palestinianos no complexo de al-Aqsa, e estes terem respondido com o lançamento de objectos. Algumas fontes afirmam que, entre os palestinianos detidos pelas forças de ocupação, se encontram vários feridos que tentavam escapar aos confrontos. O raide israelita desta segunda-feira segue-se a semanas de tensão, confrontos, violência e repressão exercida sobre os palestinianos, sobretudo na Mesquita de al-Aqsa e na Bab al-Amoud (Porta de Damasco), na Cidade Velha de Jerusalém, bem como no Bairro de Sheikh Jarrah, onde várias famílias palestinianas estão em risco de ser expulsas, por ordem de um tribunal israelita, para que ali surja um novo colonato. Prossegue a acção terrorista de Israel que, depois de anunciar que quer desalojar dezenas de famílias em Sheikh Jarrah (Jerusalém), atacou esta noite a mesquita de Al-Aqsa, que estava cheia. A cidade ocupada de Jerusalém continua palco de violações aos direitos do povo palestiniano, que se tem manifestado, pese embora a forte repressão israelita, contra a intenção da expulsão de dezenas de famílias das suas casas no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém. Esta noite, foram mais de 200 aqueles que ficaram feridos na sequência de um ataque das forças policiais israelitas à mesquita Al-Aqsa, enquanto centenas rezavam no âmbito da época sagrada para os muçulmanos, o Ramadão. Regista-se, entre os feridos, perdas de um olho e ossos partidos, por terem sofrido do impacto de balas de borracha, granadas de atordoamento e canhões de água. Terá contribuído para agravar o estado de saúde destas pessoas, o facto de que, durante horas, equipas médicas estiveram impedidas prestar auxílio aos feridos. As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Para além dos feridos, de acordo com a WAFA, só hoje tinham sido detidos mais 13 palestinianos adolescentes que protestavam após as suas casas terem sido atingidas por ataques israelitas na zona velha de Jerusalém, mas também nos bairros de Silwan, Ras al-Amoud, Isawiyya, e al-Tur. Recorde-se que as populações têm-se manifestado, nos últimos dias, contra a decisão de um tribunal israelita de expulsar dezenas de famílias palestinianas de suas casas no bairro Sheikh Jarrah, para as destruir e aí construir novos colonatos. Mesmo sob a violência israelita, os palestinianos já demonstraram intenção de continuar a sua luta, com manifestações convocadas para hoje, em diversas cidades, em resposta à agressão ao seu povo e ao ataque feito aos crentes que rezavam na mesquita Al-Aqsa. O Conselho Nacional Palestiniano recordou ao mundo que se trata de um crime de limpeza étnica, que é feito com recurso à violência, ao terrorismo e a métodos coercivos que violam as Convenções de Genebra. Neste sentido, foram enviadas cartas a chefes parlamentares de países árabes, islâmicos, africanos e asiáticos, assim como ao Parlamento Europeu e a outras instituições supranacionais, e ainda a presidentes de parlamentos nacionais de todos os continentes, com intuito de reforçar a necessidade de estes confrontarem o poder ocupante pelos seus crimes. Diversos países e instituições já condenaram «fortemente» as mais recentes acções de violência do Estado de Israel contra o povo palestiniano, assim como requereram a urgente intervenção da comunidade internacional. Realizou-se hoje em Damasco, na Síria, uma manifestação com a participação de milhares de refugiados palestinianos e sírios para expressar o seu apoio à resistência contra a ocupção israelita. Esta acção é organizada no âmbito do Dia Internacional de Jerusalém e os participantes levaram uma maqueta da mesquita Al-Aqsa, bandeiras sírias, palestinianas e de países e movimentos que apoiam a resistência a Israel e aos EUA em toda a região. Recorde-se que este dia é assinalado desde 1979, no último sábado do mês do Ramadão, em todas partes do mundo, com o objectivo de se demonstrar a solidariedade para o povo palestiniano. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Pelo menos 17 pessoas, incluindo um paramédico, foram feridas, ontem à noite, quando participavam em manifestações em Jerusalém Oriental ocupada, segundo informou o Crescente Vermelho. Na Cidade Velha e imediações, pelo menos 90 palestinianos ficaram feridos, no sábado, na sequência da repressão das forças israelitas e dos confrontos que se seguiram. No dia anterior, última sexta-feira do Ramadão, outros 200 palestinianos ficaram feridos, depois de as forças israelitas terem invadido o complexo de al-Aqsa. Os últimos raides das forças israelitas precedem uma marcha de grupos extremistas judaicos, prevista para esta segunda-feira, em que Israel celebra aquilo que designa como Dia de Jerusalém – o dia em que Jerusalém Oriental foi ocupada, em 1967. Habitualmente, a marcha reúne milhares de colonos e outros extremistas israelitas, e, de acordo com a PressTV, é provável que a violência aumente nos territórios ocupados. As forças israelitas usaram como justificação para o violento raide desta manhã o facto de quererem proteger o complexo de al-Aqsa dos extremistas judeus, refere a WAFA. Entretanto, as autoridades israelitas têm estado a enviar reforços para a Margem Ocidental ocupada, o que faz prever uma escalada na repressão sobre os palestinianos e nos confrontos. A escalada dos ataques israelitas, bem como a eventual expulsão de famílias do Bairro de Sheikh Jarrah têm merecido a condenação internacional, da Suíça a congressistas democratas norte-americanos, passando por múltiplos países árabes e muçulmanos. Para esta segunda-feira, refere a PressTV, foi agendada uma sessão de emergência, à porta fechada, do Conselho de Segurança das Nações Unidas para debater a situação, na sequência de um pedido realizado pela Tunísia. As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Antes, o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou «profunda preocupação» com a violência continuada em Jerusalém Oriental ocupada, tendo instado Israel a parar as demolições de casas palestinianas e os despejos dos seus proprietários. No Reino Unido, na Alemanha, na Turquia, na Jordânia, entre outros países, houve mobilizações para condenar as «atrocidades do regime israelita» e manifestar solidariedade com o povo palestiniano. Vários países muçulmanos emitiram declarações de condenação às «agressões de Telavive contra os palestinianos», nomeadamente do Iraque, do Paquistão, do Irão, dos Emirados Árabes Unidos, da Jordânia, da Turquia e da Síria. O Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros destacou a «importância de preservar os direitos inalienáveis do povo palestiniano, com base nos princípios do direito internacional e das resoluções das Nações Unidas que dizem respeito à Causa Palestiniana». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na sequência da brutal intervenção das forças israelitas, esta segunda-feira, no complexo da Mesquita de al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém – que, segundo o Crescente Vermelho, provocou mais de 330 feridos entre os palestinianos –, registaram-se confrontos, esta madrugada a norte de Ramallah, no checkpoint de DCO, onde nove palestinianos foram atingidos com balas de aço revistas de borracha, e no posto de controlo de Qalandia, a sul da mesma cidade, onde, refere a WAFA, 37 pessoas foram atingidas pelas forças israelitas com balas de borracha. A mesma fonte dá conta de intensa repressão no Norte da Cisjordânia ocupada, nomeadamente em Jenin, Nablus e Tulkarem, onde vários palestinianos foram atingidos com fogo real e outros sofreram problemas respiratórios derivados da inalação de gás lacrimogéneo. No Sul da Margem Ocidental ocupada, pelo menos sete pessoas foram atingidas com fogo real e dez com balas de borracha em Hebron (al-Khalil); em Belém, informa ainda a WAFA, as forças israelitas atingiram um manifestante na cara com uma lata de gás lacrimogéneo. Num comunicado emitido esta segunda-feira, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) declara a condenação enérgica da «violência do Exército, da Polícia e dos colonos israelitas sobre palestinianos em Jerusalém e atribui toda a responsabilidade pela explosão de violência à ocupação por Israel e aos seus apoiantes». O movimento solidário lembra que «a Cidade Velha de Jerusalém assistiu, nas últimas semanas, a ataques covardes a residentes palestinianos e a marchas de israelitas de extrema-direita reclamando "Morte aos Árabes!"», sublinhando que «a impunidade de que gozam os extremistas israelitas estimula-os a incrementar o seu discurso de ódio contra os palestinianos». As Nações Unidas expressaram esta quinta-feira preocupação com a expulsão iminente de dezenas de palestinianos, pelas forças israelitas, do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. A «preocupação» foi expressa numa declaração ontem emitida pelo Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland. «Apelo a Israel que cesse as demolições e os despejos, de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional», disse Wennesland, citado pela agência WAFA. As forças israelitas têm estado a demolir casas e estruturas de palestinianos em Sheikh Jarrah, para que ali nasça um novo colonato judeu. Pelo menos 28 famílias correm o risco de expulsão. Entretanto, o Supremo Tribunal israelita adiou a deliberação sobre a execução do despejo de várias famílias para dia 10 de Maio, depois de quatro das famílias de Sheikh Jarrah terem interposto um recurso contra a decisão que as obrigava a chegar a um acordo com os colonos, na medida em que, se o fizessem, estariam a «validar as suas exigências», refere a WAFA. Várias famílias do bairro, em Jerusalém Oriental ocupada, correm o risco de despejo iminente, para que ali surja um colonato judeu. Autoridades e forças políticas palestinianas deram o alerta. As forças de ocupação isrealitas carregaram, ontem à noite, sobre os participantes numa concentração solidária com os palestinianos residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, que estão ameaçados de despejo, e prenderam alguns deles, informam o Palestinian Information Center (Palinfo) e a agência WAFA. Entre os detidos, refere o Palinfo, encontra-se uma criança de 13 anos. Com a concentração, em que foram proferidas palavras de ordem contra a ocupação israelita e a deslocação forçada da população do bairro, os organizadores procuraram chamar a atenção para a situação das famílias que enfrentam a ameaça de despejo imediato, depois de um tribunal israelita ter dado luz verde à ocupação das suas casas pelos colonos. A violência de colonos contra civis palestinianos na Cisjordânia ocupada aumentou de forma substancial nos últimos meses, numa «atmosfera de impunidade», afirmaram especialistas dos direitos humanos da ONU. «Em 2020, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência de colonos, que provocaram ferimentos em 133 palestinianos e danos em 9646 árvores e 184 viaturas, sobretudo nas áreas de Hebron (al-Khalil), Jerusalém, Nablus e Ramallah», disseram os especialistas da ONU, num comunicado publicado esta quarta-feira. «Já nos primeiros três meses de 2021, foram registados mais de 210 incidentes violentos de colonos, provocando uma vítima mortal palestiniana», acrescentaram, citados pela WAFA, tendo sublinhado que as autoridades israelitas deviam «investigar e processar judicialmente estas acções violentas com vigor e determinação». O grupo de especialistas que elaboraram o relatório incluiu Michael Lynk, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina desde 1967, Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação e condições de vida adequadas, e direito à não discriminação neste contexto, e a especialista independente Claudia Mahler. De acordo com o relatório, a violência dos colonos tem motivação ideológica e visa, antes de mais, apropriar-se da terra, mas igualmente «intimidar e aterrorizar» os palestinianos. Além de vincar a presença e a expansão dos colonatos israelitas, para estabelecer pretensões ilegais da soberania de Israel, a violência dos colonos pretende tornar o dia a dia dos palestinianos insuportável, afirmaram. Os especialistas destacaram que «os limites dos ataques contra todas as categorias de palestinianos estão a ser apagados», tendo registado casos de violência contra mulheres grávidas, crianças pequenas e pessoas idosas. Referiram-se em particular ao incidente ocorrido em Hebron (al-Khalil) no passado dia 13 de Março, quando dez colonos israelitas, alguns dos quais armados, atacaram uma família palestiniana – pais e oito crianças. Estas ficaram «traumatizadas» e os pais tiveram de ser hospitalizados. De acordo com as autoridades palestinianas, os colonos israelitas estão a constituir células terroristas na Margem Ocidental ocupada para realizar ataques contra a população civil. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, alertou que os colonos extremistas que integram o grupo terrorista Price Tag [Preço de Etiqueta] estão a operar actualmente na província de Salfit, no Norte da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA esta segunda-feira. Acrescentou que as suas «acções de terror» têm lugar sobretudo em localidades da parte ocidental dessa província, como Kufr al-Dik, Deir Ballut, Broqin e Bidya. No domingo à tarde, disse, um habitante de Kufr al-Dik foi atacado por um grupo de colonos. Há alguns meses, outros dois foram feridos a tiro quando se encontravam nas suas terras, na área de Khallet Hassan, a oeste de Bidya, acrescentou. O Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros denunciou o aumento de ataques perpetrados por colonos israelitas contra terras e propriedades palestinianas na Margem Ocidental ocupada. «O aumento do número de ataques por organizações de colonatos contra os palestinianos é um resultado directo do encorajamento que recebem dos líderes políticos em Israel», afirmou o Ministério num comunicado emitido este domingo. O documento, citado pela PressTV, acrescenta que «Israel procura intimidar os palestinianos e impedi-los de aceder às suas terras marcadas», em alusão às tentativas de Israel de se apoderar e anexar as terras palestinianas, com o objectivo de expandir os colonatos ilegais. Neste contexto, a diplomacia palestiniana pediu à comunidade internacional que condene os crimes que estão a ser cometidos pelos colonos e as forças militares israelitas, e manifestou a necessidade de obrigar Telavive a obedecer às resoluções pertinentes da ONU, sobretudo a resolução 2334, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) em Dezembro de 2016. O comunicado do Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros foi emitido umas horas depois de um grupo de colonos israelitas ter danificado cerca de duas dezenas de viaturas – partindo-lhes os pára-brisas – na cidade palestiniana de Huwara, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada. Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana que monitoriza as actividades de expansão dos colonatos, afirmou que os israelitas atacaram as viaturas com pedras e acrescentou que, quando os residentes tentaram defender-se dos colonos, estes dispararam de forma indiscriminada contra os palestinianos. Até ao momento, não há registo de feridos entre os civis palestinianos. Cerca de 600 mil israelitas vivem em mais de 230 colonatos construídos desde 1967 nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental – todos eles considerados ilegais à luz do direito internacional. A cerca de um mês da tomada de posse do actual presidente norte-americano, Donald Trump, o CSNU aprovou a resolução 2334, na qual se afirmava que «a criação por Israel de colonatos no território palestiniano ocupado desde 1967, incluindo Jerusalém Oriental, não tem validade legal e constitui uma violação flagrante do direito internacional». Mas a agressividade expansionista de Israel tem-se intensificado nos últimos anos, sob o impulso de Netanyahu e com o apoio da administração dos EUA, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel e para ali mudou a sua embaixada; deixou de classificar como «ilegais» os colonatos israelitas; e traçou o chamado «Acordo do Século» – em estreita cooperação com Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Colonos israelitas atacaram ainda uma família na aldeia de Broqin e destruíram a sua viatura, há algumas semanas, tendo também atacado agricultores na zona de al-Ras e al-Marhat, a oeste da cidade de Salfit. A isto, há que juntar provocações semanais em locais islâmicos em Kufl Haris, a noroeste da cidade, informa a agência. «Os ataques dos colonos aumentaram desde o início do ano e tornaram-se diários, e isso exige aos residentes em Salfit e cidades envolventes que estejam vigilantes, atentos e formem comités de protecção nas cidades e nas aldeias», disse Daghlas. O funcionário governamental acrescentou que «terrorismo recente em Salfit mostra que os colonos estão a planear acções criminosas contra civis», algo que, em seu entender, fica claro no padrão mais recente da violência, que «passou do vandalismo contra árvores e propriedades para ataques a pessoas». Ainda na segunda-feira, foram registadas novas acções de vandalismo de colonos israelitas em zonas agrícolas próximas de Salfit. Já esta terça-feira, dezenas de colonos invadiram um sítio arqueológico perto de Nablus, com a protecção das forças militares israelitas, que vedaram o acesso dos palestinianos ao local. Estas invasões de colonos e soldados, nota o Palestinian Information Center, são frequentes, com base no argumento de se que trata de um local judaico. Até 1948, na época do mandato britânico, os judeus ocupavam ou exploravam 1682 quilómetros quadrados ou 6,2% das terras da Palestina Histórica. Desde então, Israel ocupou à força mais de 85% dessa área, revelou esta terça-feira o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina, por ocasião do 45.º aniversário do Dia da Terra. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada, forças israelitas demoliram ou confiscaram 89 estruturas palestinianas em duas semanas, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. No seu recente relatório quinzenal, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) registou a demolição ou a apreensão de 89 estruturas, deixando 146 pessoas desalojadas, incluindo 83 menores, e afectando pelo menos mais 330. Neste relatório sobre «Protecção de Civis», que abrange o período entre 2 e 15 de Fevereiro, o organismo das Nações Unidas diz que, nos dias 3 e 8, as autoridades israelitas demoliram 37 estruturas na aldeia de Humsa al-Buqaia, no Vale do Jordão, desalojando 60 pessoas,incluindo 35 menores, informa a agência WAFA. Em Hebron (al-Khalil), as forças israelitas confiscaram sete estruturas nas comunidades de al-Rakeez, Umm al-Kheir e Khirbet at-Tawamin, afectando as condições de vida e o sustento de 80 pessoas. Em Jalama, perto de Jenin, o Exército israelita demoliu 13 bancas para vender bebidas, afectando o meio de subsistência de cerca de 70 pessoas. Também nas imediações de Jenin, na aldeia de Tura al-Gharbiya, as forças israelitas demoliram uma casa, desalojando 11 pessoas. Tratou-se de um castigo contra a família de um preso palestiniano acusado de ter morto um colono israelita em Dezembro último. A mesma fonte refere que sete estruturas foram demolidas em Jerusalém Oriental ocupada, quatro das quais foram deitadas abaixo pelos próprios proprietários, para evitarem pagar multas e custos de demolição impostos por Israel. Uma família de quatro ficou sem tecto. As autoridades israelitas costumam demolir as casas e estruturas de palestinianos nos territórios ocupados argumentando que foram construídas sem a autorização necessária, que é praticamente impossível de obter. Fontes do Ministério palestiniano da Agricultura são citadas no relatório ao apontarem que as forças de ocupação arrancaram mil rebentos de árvores perto da cidade de Tubas, que tinham sido plantados depois de o Exército israelita ter cortado milhares de árvores na mesma região. Ainda de acordo com o relatório, 71 palestinianos ficaram feridos, no período referido de Fevereiro, em confrontos com as forças de ocupação em toda a Margem Ocidental ocupada, e 172 foram foram detidos em 186 raides levados a cabo pelas forças israelitas. Em resposta a uma iniciativa do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), personalidades representativas de diversos sectores da vida portuguesa subscreveram um apelo à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia para que reconheça o Estado da Palestina, «nos termos do direito internacional e das resoluções relevantes das Nações Unidas, e para que desenvolva uma acção junto dos outros estados-membros para que ajam no mesmo sentido», lê-se no portal do MPPM. O texto do «Apelo», com as reivindicações colocadas ao Governo português no sentido de reconhecer o Estado da Palestina e de denunciar a política sistemática de violação do direito internacional por parte de Israel, e a lista dos primeiros subscritores estão igualmente acessíveis no site do organismo solidário português. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o Gabinete, no final de 2020 o número estimado de palestinianos era de 13,7 milhões. Destes, 5,2 milhões viviam no Estado da Palestina e 1,6 milhão nos territórios de 1948 (Israel). Além disso, 6,2 milhões de palestinianos vivem em países árabes, e 738 mil noutros países, revelou a entidade estatística, citada pela WAFA. Na Palestina assinala-se a 30 de Março o Dia da Terra, evocando dessa forma os seis palestinianos que foram mortos pela Polícia israelita, bem como os cerca de cem que ficaram feridos, em 1976, quando protestavam contra os planos do governo israelita de expropriar 21 quilómetros quadrados das suas terras. O Dia da Terra serve igualmente para mostrar a tenacidade do povo palestiniano em preservar a sua história e defender a terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Estamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade com que estes ataques estão a ser levados a cabo», alertaram, tendo afirmado que, «em muitos casos, as tropas israelitas estiveram presentes, ou nas imediações». Os especialistas de direitos humanos também se mostraram preocupados com a situação de dezenas de famílias residentes no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, que estão sob ameaça de despejo, para que ali surjam novos colonatos. «Sete famílias já receberam ordens de despejo e têm de deixar as suas casas até dia 2 de Maio. Estas expulsões forçadas que levam à transferência de população são estritamente proibidas pelo direito internacional», denunciaram. Os relatores apelaram à comunidade internacional que exija à potência ocupante para pôr fim imediato ao seu empreendimento dos colonatos. «Os palestinianos têm de ser protegidos da violência dos colonos e os perpetradores têm de ser responsabilizados pelas suas acções», defenderam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Actualmente, informa a WAFA, pelo menos seis de 28 famílias palestinianas em Sheikh Jarrah correm o risco de expulsão imediata, para que no bairro nasça o colonato israelita de Shimon HaTsadiq. De acordo com uma ordem judicial, apesar de residirem em Sheikh Jarrah há várias gerações, estas famílias tinham de abadonar as suas casas até ontem, 2 de Maio. Outro grupo de famílias palestinianas têm de fazer o mesmo, de acordo com a ordem do tribunal, até dia 1 de Agosto. Ao todo, indica a fonte, correm o risco de deslocação forçada 58 pessoas, incluindo 17 crianças. Desde o início dos anos 70 que organizações de colonos judeus reclamavam, em tribunal, que as famílias palestinianas residentes em Sheikh Jarrah tinham de abadonar o bairro, com o argumento de que as terras pertenciam aos judeus. Quase 40 anos depois, um tribunal deu-lhes razão. O movimento Hamas emitiu um comunicado, este domingo, a lançar um aviso a Israel contra a expulsão de palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada, a demolição de casas e a expropriação de terras na Cisjordânia. «A deslocação massiva do nosso povo em Sheikh Jarrah e a apropriação das suas casas visa atingir claramente a identidade palestiniana de Jerusalém e presença palestiniana na cidade», refere o comunicado, citado pela PressTV. Também ontem, o partido Fatah instou as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a assumir as suas responsabilidades legais e a agir contra o plano israelita de expulsar os palestinianos das suas casas, terras e propriedades em Sheikh Jarrah. Por seu lado, o ministro dos Assuntos de Jerusalém, Fadi al-Hadami, pediu à comunidade internacional que intervenha rapidamente, de modo a travar a expulsão das famílias do bairro. Também se referiu às demolições em curso em Sheikh Jarrah como um «crime e uma violação de todas as leis internacionais», sublinhando que Israel está a levar a cabo uma «limpeza étnica» na região. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Wennesland manifestou ainda «profunda preocupação» com aquilo que designou como «escalada de tensões e violência» na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, desde o início do Ramadão. O funcionário referiu que só nos últimos dias dois palestinianos – uma mulher e uma criança – foram mortos pelas forças de ocupação israelitas no contexto de ataques ou confrontos. «Se não for abordada, a situação pode entrar numa espiral sem controlo», alertou. Foi ontem a enterrar o adolescente palestiniano Said Odeh, que as tropas israelitas mataram no dia anterior, com dois tiros nas costas, segundo fontes oficiais palestinianas. O jovem de 16 anos foi atingido durante confrontos na aldeia de Odla, a sul de Nablus, na sequência de um raide das forças israelitas. Estas impediram uma ambulância de alcançar Odeh pelo menos durante 15 minutos e o jovem foi declarado morto à chegada ao hospital, referiu o Ministério palestiniano da Saúde. A Presidência da Palestina condenou aquilo que classificou como «execução extrajudicial de um adolescente», no contexto da política israelita de «punição colectiva contra a população árabe». O comunicado, a que a WAFA faz referência, insta a comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU a proteger o povo palestiniano «para o salvar das autoridades de ocupação israelitas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Afirma igualmente que «têm suscitado manifestações de condenação os anunciados despejos de famílias palestinianas, no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, das casas onde habitam há gerações, para as atribuir a colonos judeus, em nome de um pretenso ancestral direito de propriedade». O MPPM recorda, no entanto, que «este é apenas o mais recente episódio numa longa série de expropriações, demolições e despejos que têm assombrado a vida das famílias palestinianas, sempre com o objectivo de as levar a deixar caminho livre para a ocupação». Neste contexto, o MPPM reclama ao Governo português que condene inequivocamente a violência das forças e dos colonos israelitas contra pessoas e bens palestinianos; exija ao governo de Israel o fim das limpezas étnicas e o respeito pelos direitos dos palestinianos; reconheça o Estado da Palestina nas fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como sua capital, seguindo recomendações aprovadas pela Assembleia da República. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O organismo solidário português sublinha que o cessar-fogo não acaba com o cerco a Gaza, nem com os colonatos israelitas ilegais em território palestiniano ocupado. Da mesma forma, «não põe fim ao Muro do Apartheid que retalha a Cisjordânia», nem à «repressão israelita na Esplanada das Mesquitas», como se verificou novamente esta sexta-feira. Também não elimina a «ameaça permanente de limpeza étnica dos palestinianos do seu território histórico», como não acaba com os «milhares de presos políticos palestinianos nas cadeias de Israel» ou com a «segregação e múltiplas discriminações a que são sujeitos os palestinianos dentro das fronteiras de Israel de 1949». Para o MPPM, é «inadmissível» que o Governo português «tenha ignorado» a situação da população palestiniana no Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada, a «brutal repressão» israelita sobre os palestinianos na Cidade Velha de Jerusalém, as «perseguições aos palestinianos» em Israel, a «decisão de Israel de lançar um novo e brutal bombardeamento sobre a população da Faixa de Gaza». «Seguindo acriticamente a conivência da União Europeia e dos EUA com Israel, o Governo português não apenas traiu as suas obrigações constitucionais, como se tornou cúmplice daqueles que, com o seu silêncio eterno face às violações por parte de Israel do Direito Internacional […], perderam hoje qualquer legitimidade para criticar a resistência heróica do povo palestiniano e se tornaram responsáveis pelas ameaças ao povo palestiniano e à paz em todo o Médio Oriente», acusa o MPPM. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No entanto, o ministro israelita defendeu o apelo como «legítimo» e disse não concordar com a classificação de «incitamento». «O apelo aos cidadãos para que se defendam a si mesmos contra os seus atacantes, com recurso a armas de fogo para as quais têm licença, entre outras, é um apelo legítimo», disse em resposta a Cassif, sublinhando que a Lei permite às pessoas «agir em sua própria defesa em tempos de necessidade». Recorde-se que a cidade de Lod, com uma ampla comunidade de residentes palestinianos, foi palco de grandes tensões durante a escalada recente de violência sionista. Os palestinianos foram atacados nas ruas por multidões, em conluio com a Polícia. Quando responderam ou protestaram, foram classificados como «agitadores» e «criminosos». Ofer Cassif disse ao ministro que não se estava a discutir o direito à defesa das vidas de cada um e que o apelo do fascista Amichai Langfeld não tinha nada a ver com autodefesa mas com «grupos organizados irem a um determinado local fazer rondas enquanto andam armados – ou seja, criar milícias ilegais». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em Beit Ummar (distrito de Hebron), tropas israelitas deitaram abaixo as portas de uma dezena de casas, que revistaram. Prenderam nove palestinianos, incluindo três antigos prisioneiros e quatro adolescentes. Registaram-se ainda detenções em Hebron (uma), Jenin (duas) e Jerusalém Oriental (uma). As forças israelitas levam a cabo estas operações de busca e captura num registo praticamente diário, quase sempre de madrugada. Alegando que «procuram» palestinianos, invadem as casas sem mandado de detenção onde e sempre que lhes apetece. São frequentes os confrontos com os residentes palestinianos, os mais de três milhões que vivem na Margem Ocidental ocupada e que, lembra a WAFA, ficam completamente à mercê da autoridade militar que lhes é imposta pelos comandantes israelitas. Em Novembro do ano passado, estas invasões militares de casas, associadas à violência da ocupação de Israel, foram o tema de um estudo publicado pelas organizações de direitos humanos Yesh Din, Breaking the Silence e Physicians for Human Rights-Israel (PHRI). Intitulada «Uma vida exposta: invasões militares de casas palestinianas na Cisjordânia», a investigação centrou-se em 158 testemunhos de palestinianos cujas casas foram invadidas nos últimos anos; em 31 entrevistas realizadas a famílias palestinianas afectadas, por especialistas na área da Saúde; e em entrevistas a 40 soldados israelitas e cinco oficiais que participaram nestas operações. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «As invasões militares a casas palestinianas [na Cisjordânia ocupada] são das operações mais comuns e rotineiras sob a ocupação israelita», disse Ziv Stahl, directora do departamento de investigação da Yesh Din, que trabalhou no relatório. «Embora os israelitas tenham menos conhecimento deste fenómeno do que dos postos de controlo ou das demolições de casas, muitos palestinianos nascem e crescem numa realidade em que os soldados armados assaltam habitualmente as suas casas», continuou. «É um instrumento violento e repressivo que se tornou fundamental para o mecanismo de controlo de Israel sobre os palestinianos», disse. Os objectivos declarados destas invasões militares são realizar buscas, detenções ou recolher informação (mapping), mas os testemunhos registados descrevem uma realidade muito diferente. De acordo com as declarações dos soldados, o objectivo implícito destas operações é o que se descreve em coloquialismo militar como «demonstração de força» e «criar um sentido de perseguição». Visam dissuadir as pessoas, comunidades inteiras, de participar em actividades políticas que se opõem à ocupação. Um sargento israelita disse à Breaking the Silence que o «propósito principal é a dissuasão», sublinhando que a ideia é mostrar que o Exército israelita «está ali» e «pode entrar na sua casa a qualquer momento». Ao ser questionado se entravam em casas ao acaso, o soldado disse: «Absolutamente, é completamente um [jogo de] um-dó-li-tá». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
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Intensifica-se o ataque israelita a Gaza
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Aviação israelita bombardeia Gaza pelo terceiro dia consecutivo
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Repressão israelita na Cisjordânia e bombardeamentos sobre Gaza
Repressão e dezenas de palestinianos feridos em vários pontos da Cisjordânia
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Centenas de palestinianos feridos após novo ataque das forças israelitas a al-Aqsa
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Mobilizações de apoio à Palestina
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Biden declara apoio a Israel
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Questões de fundo mantêm-se
Internacional|
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Posicionamento «inadmissível» do Governo português
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Assalto às casas: a violência da ocupação de Israel
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A «viagem ao inferno» dos jovens palestinianos detidos por Israel
Uma «viagem sem fim ao inferno»
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A empresa israelita Mekorot, que detém o monopólio da distribuição e venda de água na região, «fornece o mínimo às aldeias e cidades palestinianas, enquanto abastece em quantidades generosas os colonos na Margem Ocidental ocupada», explica a WAFA.
Os palestinianos residentes em Beita têm vindo a protestar contra a construção do novo colonato judaico de Givat Eviatar, no cimo do Monte Sabih, e o confisco de terras dos aldeãos palestinianos para que as autoridades israelitas ali possam construir uma estrada só para colonos judeus.
Além do colonato no Monte Sabih, as forças israelitas criaram, há alguns meses, um posto avançado no cimo do Monte al-Arma, a norte de Beita, na medida em que ambas as elevações gozam de uma localização estratégica, com vista para o distrito de Nablus e o Vale do Jordão, uma faixa de terra fértil a oeste do Rio Jordão que representa aproximadamente 30% da Cisjordânia ocupada.
Mais de cem feridos em protestos contra a morte de Salim
Os protestos que se seguiram à morte a tiro, pelos militares israelitas, do funcionário municipal de Beita foram reprimidos com violência.
Ahmad Jibril, do Crescente Vermelho Palestiniano, revelou que as forças israelitas disparam contra os manifestantes, atingindo um com fogo real e 19 com balas de aço revestidas de borracha.
Disse ainda que 72 pessoas sofreram problemas respiratórios devido ao lançamento de latas de gás lacrimogéneo e que outras 14 sofreram ferimentos resultantes de quedas de sítios altos, depois de serem perseguidas pelos soldados israelitas ou por eles espancadas.
Mais de 600 mil colonos israelitas vivem em centenas de colonatos construídos nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental. Todos são considerados ilegais à luz do direito internacional.
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