As forças israelitas mataram, esta terça-feira, cinco palestinianos na Margem Ocidental ocupada. Um deles, oriundo da localidade de Beitunia, a oeste de Ramallah, não resistiu aos ferimentos, depois de ser atingido a tiro quando, alegadamente, tentou investir com a sua viatura contra um soldado israelita em al-Bireh.
Segundo refere a agência Wafa, testemunhas acusaram a Polícia israelita de ter impedido que as ambulâncias pudessem chegar ao local, cujo acesso foi vedado pelos militares.
Pouco antes, Raed Ghazi Nassan, palestiniano da aldeia de al-Mughayyir (leste de Ramallah), também não resistiu aos ferimentos, após ter sido atingido no peito por uma bala disparada pelas forças israelitas de ocupação.
Kathem Muhammad, activista contra os colonatos, disse à Wafa que os soldados entraram pela aldeia adentro e dispararam fogo real e balas de borracha contra grupos de jovens que tentavam bloquear a sua passagem.
Na parte da manhã, o Ministério palestiniano da Saúde informou que os irmãos Jawad e Thafer Rimawi, de 22 e 21 anos, respectivamente, foram assassinados pelas forças de ocupação na aldeia de Kafr Ein, também nas imediações de Ramallah.
Ainda ontem, Mufeed Mohammad Ikhlil, de 44 anos, foi morto com um tiro cabeça, quando as forças de ocupação reprimiam um grupo de palestinianos que lhes atiravam pedras na aldeia de Beit Ummar, perto da cidade de Hebron (al-Khalil). Outros nove palestinianos ficaram feridos.
De acordo com fontes oficiais, desde o início do ano as tropas de Telavive mataram mais de 200 palestinianos na Cisjordânia ocupada, em Jerusalém Oriental e na Faixa de Gaza cercada, sendo este o maior registo de mortes desde 2006.
Palestina condena «crime horrendo» e alerta para «extremismo» do próximo governo israelita
O primeiro-ministro, Mohammad Shtayyeh, referindo-se ao assassinato dos palestinianos ontem de manhã, classificou-o como um «crime horrendo, como são todos os crimes da ocupação, e uma escalada que traz o presságio de grandes perigos».
Esta segunda-feira, no Porto, e amanhã, em Lisboa, o MPPM promove a realização de iniciativas por ocasião do Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano. No Porto, a Sessão de Solidariedade com o Povo Palestiniano tem lugar na Cooperativa UNICEPE, hoje, às 18h, contando com a participação de José António Gomes (escritor e membro da direcção nacional do MPPM) e Henrique Borges (professor e dirigente sindical). Num encontro em que haverá leitura de poemas de Mahmoud Darwich e de outros autores palestinianos, participa igualmente Ilda Figueiredo (presidente da direcção nacional do Conselho Português para a Paz e Cooperação), Nur Rabh Latif (estudante palestiniana) e Rui Vaz Pinto (economista e presidente da UNICEPE). Amanhã, dia 29 de Novembro, a Casa do Alentejo, em Lisboa, recebe, também às 18h, uma sessão em que o MPPM assinala o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano e homenageia José Saramago no centenário do seu nascimento, evocando o seu apoio activo à causa palestiniana e a sua contribuição para a implantação do MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente. Segundo revela o organismo no seu portal, o encontro será moderado por Maria do Céu Guerra (presidente do MPPM) e contará com intervenções de Nabil Abuznaid (embaixador da Palestina), do coronel Carlos Matos Gomes (escritor e militar de Abril) e de Carlos Almeida (historiador e vice-presidente do MPPM). Em 29 de Novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou a resolução 181, que preconizava a partição da Palestina, então sob Mandato britânico, em dois estados – um judaico e um árabe – com um estatuto especial para Jerusalém. No entanto, lembra o MPPM, essa resolução jamais foi cumprida no que respeita à criação do Estado palestiniano. «Se logo em 1948 foi criado o Estado de Israel, nenhum Estado independente da Palestina jamais viu a luz do dia», denuncia. Na próxima segunda-feira assinala-se o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano. CGTP-IN, MPPM, CPPC, entre outras organizações, promovem concentrações em Lisboa e no Porto. Para dizer «Basta de ocupação! Basta de crimes! Basta de impunidade!» e mostrar que o «povo português é solidário com a luta pelos direitos inalienáveis do povo palestiniano», o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), a CGTP-IN e o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM apelam à participação nas iniciativas que terão lugar dia 29 em Lisboa (18h, Largo de Camões) e no Porto (17h, Praceta da Palestina). Em Novembro de 1947, «há 74 anos, as Nações Unidas prometeram criar um Estado da Palestina, em território da Palestina», uma promessa que «nunca foi cumprida». Nesse sentido, os promotores das iniciativas solidárias afirmam que «é tempo de fazer justiça». Sublinham igualmente a violação diária, por parte de Israel, do direito internacional e das resoluções aprovadas na ONU. Como exemplo disso, apontam a «ilegal ocupação e a limpeza étnica que desde sempre a acompanha», os «bombardeamentos de Israel sobre a população de Gaza e sobre os países vizinhos», os «ilegais colonatos que Israel não pára de construir nos territórios ocupados em 1967, anexando cada vez mais território palestiniano» e as «inaceitáveis expulsões de palestinianos das suas casas em Jerusalém e outras cidades». Referem também a «protecção e a cumplicidade do Exército israelita com a acção dos bandos armados de colonos que semeiam o terror entre a população palestiniana», o «ilegal Muro do Apartheid que Israel constrói na Margem Ocidental ocupada» e o «brutal e mortífero cerco que há 15 anos torna a Faixa de Gaza, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, numa gigantesca prisão a céu aberto». Os «milhares de presos políticos palestinianos», as «humilhações e a brutalidade diárias nas centenas de controles do Exército israelita espalhados pelos territórios ocupados em 1967» e a «sistemática violação dos direitos dos trabalhadores palestinianos» são igualmente indicados como exemplos de desrespeito pelas resoluções das Nações Unidas, de violações do direito internacional e da «brutal ocupação israelita». «Os crimes de Israel são uma ameaça para a Paz no Médio Oriente e no mundo», afirmam no texto e, também por isso, os promotores exigem ao Governo português e a todos os governos que «cumpram o que proclamam e prometem», sublinhando a necessidade de reconhecimento do Estado da Palestina e de condenação dos «crimes» israelitas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por essa razão, 30 anos volvidos, a Assembleia Geral da ONU adoptou a resolução 32/40B, que apelava à celebração do dia 29 de Novembro como o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina. «O colonizador britânico foi substituído por um Estado de colonos que não apenas se apropriou dum território que excedia em muito o previsto na Resolução 181 de 1947, como tem mantido, desde 1967, o restante território palestiniano sob ocupação, com uma imparável escalada de construção de colonatos, do Muro do Apartheid, de confiscação de casas e terras de palestinianos, de cerco à Faixa de Gaza, com o evidente objectivo de inviabilizar a solução dos dois Estados», alerta o MPPM. Neste sentido, considera urgente a mobilização da solidariedade internacional e a recondução da questão palestiniana ao centro das preocupações internacionais. Da mesma forma, afirma a necessidade de «denunciar as perseguições ao activismo pró-Palestina, sob a infame e mentirosa acusação de ser expressão de anti-semitismo». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Sessões de solidariedade com a Palestina em Lisboa e no Porto
Resolução 181 aprovada há 75 anos pela Assembleia Geral da ONU
Nacional|
Pelo «fim da ocupação e dos crimes de Israel», solidariedade com a Palestina
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Por outro lado, tanto Shtayyeh como o ministro dos Negócios Estrangeiros, Riyad al-Maliki, têm alertado para o «extremismo» do próximo governo israelita, de direita e com várias figuras abertamente racistas e anti-árabes.
No Cairo, al-Maliki, disse que o próximo governo israelita será «o mais extremista da história desse país, o que provocará uma escalada de violência na região».
«O novo executivo será diferente dos anteriores porque tem elementos conhecidos pelo seu extremismo e radicalismo», afirmou durante uma reunião com embaixadores acreditados junto do Estado da Palestina, refere a agência de notícias MENA.
Reafirmar a solidariedade com a Palestina
Desde 1977, a 29 de Novembro assinala-se o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano, depois de, 30 anos antes, a Assembleia Geral da ONU ter aprovado a partição da Palestina, com a criação subsequente de um Estado israelita mas não de um palestiniano, até hoje.
Nos últimos dias – especialmente ontem –, sucederam-se pelo mundo fora as declarações e as iniciativas, promovidas por países e organizações, de apoio à causa palestiniana. Em Portugal, uma das expressões de solidariedade foram os encontros organizados pelo MPPM em Lisboa, Porto e Coimbra.
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