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Forte adesão à greve geral no Uruguai

O presidente do PIT-CNT classificou como um «êxito» a paralisação desta terça-feira em defesa do emprego, da negociação colectiva e da melhoria das condições de trabalho no país austral.

O Plenário Intersindical de Trabalhadores – Central Nacional de Trabalhadores (PIT-CNT) classificou a greve geral desta terça-feira como um «êxito» (foto de arquivo)
Créditos / aebu.org.uy

A greve geral de 24 horas, convocada para esta terça-feira pelo Plenário Intersindical de Trabalhadores – Central Nacional de Trabalhadores (PIT-CNT), com o apoio de diversos sindicatos, foi um «êxito» e teve uma «forte adesão», disse ontem à imprensa o presidente da central, Fernando Pereira.

O dirigente sindical sublinhou que bastava andar pelos bairros de Montevideu para ficar com uma noção da dimensão do protesto, uma vez que os sectores da construção e da indústria estiveram completamente parados, as escolas e os bancos estiveram encerrados, assim como a maioria dos serviços públicos, dos transportes e muitas lojas, refere o portal carasycaretas.com.uy.

Sublinhando que o «êxito» da greve constituiu a «etapa» mais recente do longo percurso que teve início nos plenários de trabalhadores, nos locais trabalho, o presidente do PIT-CNT afirmou que esta greve geral teve também como propósito expressar solidariedade aos trabalhadores que estão em luta em diversas empresas, nomeadamente a Petrobras e a sua concessionária MontevideoGas, que despedem trabalhadores, lhes instauram processos «com acusações não fundamentadas» e mantêm uma «atitude de absoluta intransigência».

Pereira destacou ainda a necessidade de lutar contra a destruição de postos de trabalho, afirmando que, «últimos três/quatro anos, 50 mil uruguaios ficaram sem emprego, 23 mil dos quais no sector da construção».

Defesa da Segurança Social e luta por «memória, verdade e justiça»

Se a solidariedade com os trabalhadores em luta na MontevideoGas fez disparar a greve geral, o leque de reivindicações é muito mais amplo, tal como explicou ao portal lr21.com.uy a responsável de Organização do PIT-CNT, Laura Alberti, frisando que a paralisação foi decretada também em defesa do emprego, da melhoria das condições de trabalho e da negociação colectiva.

As reivindicações dos trabalhadores passam ainda pela luta contra o outsourcing, «que leva à precariedade laboral», e pela defesa de uma Segurança Social «solidária e equitativa».

Numa altura em que passam 46 anos sobre o golpe de Estado no Uruguai (perpetrado pelos militares a 27 de Junho de 1973), a central sindical incluiu também como reivindicação para esta greve geral a exigência de «memória, verdade e justiça». «Porque queremos saber onde estão os nossos compatriotas desaparecidos», disse Alberti.

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