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Galiza: trabalhadores denunciam «trabalho precário, lucro milionário»

Mobilizados pela CIG, trabalhadores do sector do comércio de alimentação protestaram, esta quinta-feira, contra a exploração em Burela (província de Lugo) e exigiram respeito pelos seus direitos.

Concentração junto aos supermercado da Gadis em Burela (Lugo) Créditos / CIG

No contexto de mobilizações agendadas para toda a província galega em protesto contra a sobrecarga de trabalho e a precariedade nos supermercados Gadis e Froiz, os trabalhadores realizaram concentrações à porta das lojas que estas empresas têm na Marinha (Burela).

A representação da Confederação Intersindical Galega (CIG) em ambas as empresas denuncia que, «apesar dos enormes lucros obtidos», as condições de trabalho são «cada vez mais precárias».

Entre outros aspectos, a organização sindical destaca que os salários não foram aumentados e que continuam sem ser substituídos os trabalhadores ausentes do posto de trabalho (de baixa, de férias ou no gozo de licenças), tendo os demais trabalhadores de «assumir diariamente a carga de trabalho de duas pessoas» para que «as lojas funcionem com normalidade».

A CIG acusa ainda as duas empresas detentoras das cadeias de supermercados de «violarem sistematicamente» as disposições do acordo colectivo em matéria remuneração, de terem pessoal em categorias inferiores àquelas a que pertencem, de não compensarem as horas extraordinárias realizadas, de colocarem obstáculos ao gozo de férias ou licenças pagas.

Trabalhadores concentrados junto à loja da Froiz em Burela (Lugo), esta quinta-feira / CIG

No seu portal, a estrutura sindical destaca que «os salários dos trabalhadores do sector continuam a empobrecer-se» e que estão «na cauda em relação às demais províncias». Os delegados da CIG sublinham que embora as despesas com pessoal tenham diminuído nos últimos anos, «as contas da Gadisa [empresa do sector de distribuição alimentar] aumentaram 64,8% (resultado antes dos impostos) e as do Grupo Froiz 95%».

Neste contexto, os delegados sindicais acusam ambas as empresas (com posição hegemónica no comércio de alimentação na província de Lugo) de «estarem a engordar os seus lucros à custa da exploração do pessoal».

Entretanto, a CIG anunciou que a campanha de mobilizações vai prosseguir, uma vez que «tanto a Gadis como a Froiz se recusam categoricamente a negociar qualquer melhoria dos salários ou das condições de trabalho».

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