Tom Fletcher confirmou, esta terça-feira, que a Faixa de Gaza é actualmente o local mais perigoso para prestar ajuda humanitária.
Numa declaração a que a Wafa faz referência, o responsável das Nações Unidas disse que 2024 é o ano com maior número de trabalhadores humanitários assassinados desde que há registo.
«Como resultado, apesar das enormes necessidades humanitárias, tornou-se quase impossível entregar mesmo uma fracção da ajuda que é tão urgentemente necessária», observou.
Além disso, as autoridades da ocupação «continuam a negar-nos um acesso significativo – mais de 100 pedidos de acesso ao Norte de Gaza recusados desde 6 de Outubro», denunciou.
O funcionário da ONU lembrou que um tribunal internacional decretou há quase um ano «o primeiro conjunto de medidas provisórias, no caso da aplicação da Convenção sobre o Genocídio na Faixa de Gaza».
Destruição, falta de segurança, fome
No entanto, quase um ano depois, «não há nenhum lugar onde os civis em Gaza estejam em segurança. Escolas, hospitais e infra-estruturas civis foram reduzidos a escombros», acrescentou, alertando para o perigo da fome generalizada no Norte do enclave costeiro, que se encontra sob cerco quase total há mais de dois meses.
No que respeita ao Sul, disse que está «extremamente sobrepovoado, criando condições de vida horríveis e necessidades humanitárias ainda maiores à medida que o Inverno chega».
Fletcher confirmou igualmente a continuidade dos ataques aéreos israelitas a zonas densamente habitadas em toda a Faixa de Gaza, «incluindo áreas onde as forças israelitas ordenaram que as pessoas se deslocassem, provocando destruição, deslocação e morte».
Prestando homenagem aos trabalhadores humanitários que tentam salvar as vidas dos civis em circunstâncias tão difíceis, o funcionário chamou ainda a atenção para situação na Cisjordânia ocupada, que se continua a deteriorar e onde o número de mortos é o mais elevado alguma registado pelas agências da ONU, em virtude das acções das tropas e dos colonos israelitas.
Na Faixa de Gaza, mais de 45 360 mortos
Ao procederem à actualização dos dados, as autoridades de saúde no enclave costeiro revelaram que, desde 7 de Outubro de 2023, a agressão israelita provocou ali pelo menos 45 361 mortos e 107 803 feridos – sendo a maior parte das vítimas mulheres e crianças.
As mesmas fontes, indica a Wafa, continuam a alertar para a impossibilidade de os serviços de emergência acederem aos feridos e aos corpos sob os escombros ou espalhados pelas ruas, devido à intensidade dos bombardeamentos e às restricções impostas ao movimento das equipas.
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