O Comité Popular para o Levantamento do Bloqueio a Gaza exortou a comunidade internacional a encontrar soluções práticas para as várias crises humanitárias que afectam o território cercado, como consequência directa das acções levadas a cabo por Israel, revelou o Centro Palestiniano de Informação esta quinta-feira.
Jamal al-Khudari, membro do comité popular, disse que os habitantes de Gaza estão a viver uma «situação humanitária calamitosa» devido ao bloqueio israelita com quase 12 anos de duração. «Os alertas internacionais relativos à situação em Gaza deviam traduzir-se em projectos concretos no terreno», defendeu.
Como consequência do agravamento do bloqueio e da deterioração das condições de vida no território cercado, «em 2020 Gaza será uma região inabitável», alertou al-Khudari, acrescentando que «a comunidade internacional deveria forçar Israel a levantar este cerco imoral e ilegal».
Submetido ao bloqueio israelita (com colaboração egípcia) desde 2007, alvo de três grandes invasões e de ataques aéreos frequentes, o território, com apenas 365 km2 e cerca de dois milhões de habitantes, «atravessa uma crise humanitária cada vez mais profunda», sendo que «quase 80% da população é forçada a contar com a assistência humanitária para cobrir suas necessidades básicas, incluindo alimentos, e a taxa de desemprego é de 49%», segundo revelou, num documento recente, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).
Alerta no Conselho de Segurança da ONU
Numa reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas dedicada ao Médio Oriente, esta quarta-feira, a Subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo, alertou o organismo para a deterioração da situação humanitária na Faixa de Gaza, bem como para a «perigosa» escassez de combustível e de medicamentos no território.
DiCarlo mostrou-se bastante preocupada com o facto de terem acabado os fundos da ONU para o combustível de emergência, que alimenta cerca de 250 infra-estruturas em Gaza, e disse que as Nações Unidas necessitam de 4,5 milhões de dólares para assegurar, ali, o abastecimento de combutível a hospitais, sistemas de captação/tratamento de água e outras instalações de emergência até ao fim do ano.
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