Ashraf al-Qidra, funcionário do Ministério da Saúde em Gaza, anunciou esta segunda-feira que Wissam Yousef Hijazi, de 30 anos, tinha falecido, não resistindo aos graves ferimentos relacionados com o facto de ter sido atingido a tiro pelas forças israelitas nos protestos de Grande Marcha do Retorno de 14 de Maio.
A habitual repressão, por parte das tropas israelitas, sobre os protestos junto à vedação que cerca o território palestiniano intensificou-se naquele dia, véspera do 70.º aniversário da Nakba («catástrofe», em árabe) e designado pelos organizadores como «Dia de Raiva», em virtude de coincidir com a concretização da transferência da Embaixada dos EUA em Israel de Telavive para Jerusalém.
A 14 de Maio, as forças militares israelitas mataram mais de 60 palestinianos e deixaram feridos mais de 2700, muitos dos quais em estado grave.
A morte de Hijazi eleva para 168 o número de palestinianos que foram mortos pelas forças israelitas desde que, a 30 de Março, se iniciaram os protestos pelo direito dos refugiados palestinianos a regressarem a suas casas, num território – Gaza – onde cerca de 80% da população é refugiada, ou seja, descendente dos que foram despojados das suas terras no processo de limpeza étnica associado à criação do Estado de Israel, segundo referem a PressTV e a agência Ma'an.
20.ª sexta-feira consecutiva de mobilizações
Dois palestinianos foram mortos e 307 foram feridos pelas forças armadas israelitas esta sexta-feira, na 20.ª semana consecutiva de protestos da Grande Marcha do Retorno junto à vedação que cerca a Faixa de Gaza, segundo revelou o Ministério da Saúde em Gaza.
Amabos os mortos foram vítimas de balas reais: Saeed Aloul, de 55 anos, e o paramédico voluntário Abdullah al-Qatati, de 26 anos. Recorde-se que, em Junho, uma outra paramédica voluntária, Razan al-Najjar, foi morta a tiro enquanto tratava manifestantes feridos pelas forças israelitas.
Numa nota, o Movimento pelos Direitos do povo Palestiniano e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) lembra que estes protestos ocorreram após dois dias de ataques aéreos e de artilharia israelitas contra o enclave palestiniano sitiado, e já depois de, na quinta-feira à noite, o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e Israel terem chegado a um acordo de cessar-fogo, com mediação do Egipto e das Nações Unidas.
De acordo com dados novos divulgados este sábado pelo Ministério palestiniano da Saúde em Gaza, 18 mil palestinianos foram feridos nas mobilizações da Grande Marcha do Retorno, 370 dos quais são paramédicos, e 70 ambulâncias foram danificadas.
Nos últimos tempos, Israel tem intensificado as medidas de bloqueio contra o território, agravando a já de si catastrófica situação humanitária, nomeadamente por via do corte de fornecimento de combustíveis.
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