Numa conferência de imprensa que deu esta quarta-feira, em Caracas, o ministro venezuelano da Comunição e Informação, Jorge Rodríguez, revelou que o golpe de Estado seria liderado pelos generais Carlos Eduardo Lozada Saavedra e Eduardo José Paez Torrealba – este último encontra-se na República Dominicana, tendo a sua extradição sido ontem solicitada às autoridades do país caribenho.
Nos planos da intentona contava-se o assassinato do presidente da República, Nicolás Maduro, da sua mulher, Cilia Flores, do presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello, bem como de outros ministros e funcionários do Estado.
Os golpistas pretendiam tomar a sede do Banco Central da Venezuela e a base militar de La Carlota, uma das mais importantes na capital venezuelana, e tinham planos para libertar o general Raúl Baduel – julgado e condenado pela Justiça venezuelana por corrupção e por «atentado à integridade da nação» –, para depois o «autoproclamarem» chefe de Estado perante a comunicação social.
A este propósito, Jorge Rodríguez destacou as contradições e lutas internas no seio da oposição de extrema-direita, ao ponto de «conceber um golpe de Estado contra Guaidó por parte de Baduel». «Um absurdo sobre outro absurdo», frisou.
As acções previstas pelos golpistas incluíam ainda o ataque à sede do governo venezuelano e a outras instituições, dispondo para tal de 140 mil cartuchos para metralhadoras, que foram apreendidos, informa a AVN.
Financiamento da Colômbia e do Chile
Jorge Rodríguez disse que os detalhes sobre esta nova tentativa de golpe foram obtidos ao longo de 14 meses, numa operação levada a cabo pelos serviços secretos da Venezuela, no decorrer da qual os seus agentes, bem como elementos das Forças Armadas, se conseguiram infiltrar no grupo golpista.
O ministro venezuelano acusou os governos da Colômbia, liderado por Iván Duque, e do Chile, liderado por Sebastián Piñera, de terem financiado estas acções.
«Duque e Piñera proferiram declarações como as que fizeram entre o final de Maio e o início de Junho, afirmando que "a solução para a Venezuela não é a intervenção militar [estrangeira], mas o derrube do presidente Nicolás Maduro pelo Exército venezuelano". Eles conhecem perfeitamente esses golpes de Estado porque investem dinheiro neles, protegem os terroristas e procuram uma maneira de acabar com a democracia venezuelana», denunciou Rodríguez, citado pela AVN.
Paramilitares israelitas, norte-americanos e colombianos
Este novo plano golpista contra o governo de Nicolás Maduro contemplava incursões em território venezuelano de paramilitares israelitas, norte-americanos e colombianos, organizados em três grupos de combate: Sucre, Lander e Ulises, informou Jorge Rodríguez no decorrer da conferência de imprensa que ontem deu no Palácio de Miraflores.
O ministro da Comunicação e Informação precisou que cada grupo de combate tinha funções distintas, tendo explicado que o Sucre deveria capturar e assassinar Nicolás Maduro, Diosdado Cabello e o protector do estado de Táchira, Freddy Bernal.
Por seu lado, o Ulises tinha entre as suas responsabilidades a captura do director do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), Gonzalo López, e garantir a segurança a «Lander», pseudónimo do golpista Juan Guaidó.
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