Vários milhares de trabalhadores juntaram-se de manhã cedo na fábrica, com faixas e assobios, para manifestar o seu repúdio pela atitude da administração relativamente às reivindicações sindicais, entre as quais se conta um aumento salarial de 16% em dois anos.
Cerca de 70% dos 12 300 trabalhadores da Volkswagen na Eslováquia aderiram à greve, tanto na fábrica de Bratislava como nas fábricas de componentes e máquinas de Stupava e Martin, segundo revelou o dirigente sindical Zoroslav Smolinsky à Reuters, acrescentando que a produção seria afectada.
A administração reconheceu que, na fábrica em Bratislava, as linhas de produção ficaram paradas, mas afirmou que, na terça-feira, as fábricas de Stupava e Martin estavam a produzir normalmente. Esta é a primeira greve na divisão eslovaca da Volkswagen desde a sua fundação, em 1991, e um dos maiores protestos do género na história recente da Eslováquia.
Os trabalhadores recusaram a decisão da administração da unidade eslovaca, que propôs, como resposta às suas reivindicações, aumentos salariais de 4,5% este ano e 4,2% no próximo ano, mais bonificações, indica a Reuters.
A administração «não quer ouvir os trabalhadores, por isso não temos outra maneira de expressar a nossa vontade», disse o dirigente sindical Zoroslav Smolinsky ao Haló Noviny, de Praga, sublinhando a disponibilidade do sindicato para negociar.
«Pressões e chantagens»
Na semana passada, a administração veio a público afirmar que as exigências dos sindicatos, nomeadamente as relativas a aumentos salariais, iriam pôr em causa a competitividade da fábrica, assim como a estabilidade dos empregos.
De acordo com o Haló Noviny, as pressões e chantagens sobre os trabalhadores têm vindo a aumentar, nomeadamente na comunicação social dominante, que aborda questões como a queda do PIB eslovaco ou um hipotético abandono da Eslováquia pelo grupo VW.
Já o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, expressou o seu apoio à luta dos trabalhadores, na segunda-feira passada. «Porque é que uma empresa que produz carros de alta qualidade e dos mais luxuosos, e tendo uma elevada produtividade laboral, paga aos trabalhadores eslovacos metade ou um terço do que paga aos seus funcionários na Europa Ocidental?», questionou.
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