Perto de um milhão de trabalhadores aderiu à greve geral que o PIT-CNT (Plenário Intersindical de Trabalhadores – Convenção Nacional de Trabalhadores) convocou para esta quinta-feira no Uruguai e que contou com o apoio de diversos movimentos organizados e outras forças sindicais, como a Universidade da República de Montevideu, a Federação de Estudantes Universitários do Uruguai (FEUU), a Federação Uruguaia de Cooperativas de Vivenda, o Sindicato Único de Telecomunicações, a União de Trabalhadores Estatais e sindicatos de docentes, informa o Brasil de Fato.
A grande adesão à greve – revelada pelos seus promotores – surge como resposta à decisão do governo de Tabaré Vázquez (Frente Ampla), no início deste mês, de manter as tabelas salariais na negociação colectiva prevista para o segundo semestre, informou a Prensa Latina. Os sindicatos afirmam que, a não serem corrigidas as tabelas e tendo em conta a inflação, os trabalhadores vão sofrer uma perda real de salário.
Os trabalhadores lutam por melhores salários, condições de trabalho e condições de vida, e exigem maior investimento do Estado no sector público, repudiando os cortes do governo uruguaio nos sectores da Educação e da Saúde.
Numa conferência de imprensa realizada no salão Mario Benedetti, na sede do PIT-CNT (Montevideu), representantes sindicais afirmaram que «o aumento da inflação tem atingido o poder de compra» e que «a crise tem fortalecido uma contra-ofensiva da direita», lê-se no portal do Brasil de Fato.
A população tem sido fortemente atingida pela queda dos preços das matérias-primas e o carácter dependente da economia uruguaia, mas «não se pode permitir cortes nas garantias» das condições de vida, afirmou Marcelo Abdala, secretário-geral do PIT-CNT. Os sindicatos unidos em torno da greve propuseram ainda a adopção de políticas que aumentem a capacidade de consumo interno, como a criação de novos postos de trabalho, o aumento dos investimentos públicos e estímulos para a compra de bens de produtores uruguaios.
Por seu lado, Claudio Arbesún, da FEUU, denunciou o corte do orçamento universitário: «Na universidade produz-se 80% das investigações científicas no país, e o corte no orçamento implica cortar a possibilidade do desenvolvimento nacional», disse.
Para além do apelo à unidade na luta, as forças sindicais manifestaram-se solidárias com a Venezuela e contra o aumento das tarifas na Argentina, e denunciaram o golpe de Estado no Brasil.
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