A anteceder a sessão de emergência da Assembleia Geral das Nações Unidas, prevista para amanhã, sobre a decisão recente dos Estados Unidos de reconhecerem Jerusalém como capital de Israel, Nikki Haley enviou uma carta, em tom de ameaça, aos países-membros, avisando-os de que o presidente norte-americano iria acompanhar de perto a votação.
«Enquanto ponderam a vossa votação, quero que saibam que o presidente e os EUA encaram este voto de modo pessoal», lê-se na carta, citada pela Reuters. «O presidente irá seguir esta votação com muita atenção e pediu-me que o informasse sobre os países que votarem contra nós. Tomaremos nota de cada voto nesta matéria», acrescenta.
Também na terça-feira, a embaixadora norte-americana junto da ONU usou a sua conta de Twitter para veicular um conteúdo de teor semelhante: «Na quinta-feira, haverá uma votação a criticar a nossa escolha. Os EUA irão apontar nomes.»
Por seu lado, o Ministério israelita dos Negócios Estrangeiros deu instruções às suas embaixadas para que pressionem os países onde se encontram para que se oponham à resolução que será apresentada esta quinta-feira na Assembleia Geral das Nações Unidas – ou, pelo menos, não a apoiem –, indica a PressTV.
Veto no Conselho de Segurança
A sessão de emergência sobre o reconhecimento norte-americano de Israel como capital de Israel foi solicitada por países árabes e muçulmanos, depois de os Estados Unidos da América terem usado o seu poder de veto para bloquear um projecto de resolução, apresentado pelo Egipto na segunda-feira, no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU).
Os EUA vetaram o projecto e votaram sozinhos, na medida em que os outros 14 membros do CSNU se posicionaram a favor de uma resolução que defendia que quaisquer «decisões e acções que pretendam alterar o carácter, o estatuto ou a composição demográfica» de Jerusalém «carecem de efeito legal, são nulas e devem ser refutadas, de acordo com as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança».
A embaixadora dos EUA junto das Nações Unidas considerou a votação um «insulto» para os Estados Unidos e uma «vergonha» para o CSNU.
A decisão anunciada por Washington, no passado dia 6 de Dezembro, sobre o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e sobre a mudança da embaixada de Telavive para a cidade ocupada valeu fortes críticas à administração norte-americana a nível internacional e esteve na origem de manifestações contra os Estados Unidos e Israel em vários pontos do mundo.
Nos territórios palestinianos da Margem Ocidental ocupada, de Jerusalém Leste e da Faixa de Gaza cercada, as forças israelitas têm reprimido os protestos com grande violência, provocando pelo menos dez mortos e centenas de feridos.
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