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Palestinianos classificam decisão da Guatemala como um «acto vergonhoso»

Os palestinianos classificaram, esta segunda-feira, a decisão da Guatemala de transferir a sua embaixada de Telavive para Jerusalém, como fizeram os Estados Unidos, como um «acto vergonhoso e ilegal».

Uma palestiniana mostra a sua cara para passar pelo posto de controlo israelita de Qalandia, em Jerusalém. Palestina, 23 de Junho de 2017.
CréditosAtef Safadi / Agência Lusa

«É um acto vergonhoso e ilegal que vai totalmente contra os sentimentos dos líderes das igrejas em Jerusalém» e da recente resolução, não vinculativa, da Assembleia-geral da ONU a condenar o reconhecimento dos Estados Unidos de Jerusalém como capital de Israel, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano, num comunicado.

O Presidente da Guatemala, Jimmy Morales, anunciou no domingo que o país vai transferir a embaixada que tem em Telavive para Jerusalém.

A Guatemala é o primeiro país a declarar a transferência da sua representação diplomática para Jerusalém desde que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu a cidade como capital de Israel, no dia 6 de Dezembro, e deu instruções para a mudança da embaixada norte-americana.

«O Estado da Palestina considera [a decisão] como um flagrante acto de hostilidade contra os direitos inalienáveis do povo palestiniano e do direito internacional», prosseguiu a diplomacia palestiniana.

«O Estado da Palestina actuará com os aliados regionais e internacionais para opor-se a esta decisão ilegal», advertiu o ministério palestiniano, afirmando que o Presidente Jimmy Morales arrastou a Guatemala para «o lado errado da história».

A decisão da Guatemala também ocorre dias depois de 128 países-membros da Assembleia-geral da ONU terem aprovado uma resolução contra o reconhecimento dos Estados Unidos de Jerusalém como capital de Israel.

A Guatemala foi um dos nove estados-membros que votaram contra a resolução. Estados Unidos, Israel, Honduras, Togo, Micronésia, Nauru, Palau e as ilhas Marshall foram os outros países que rejeitaram a resolução votada a 21 de Dezembro.

Outros 35 países optaram pela abstenção. Entre estes constaram o Canadá, o México, a Argentina, mas também estados-membros da União Europeia, como foi o caso da Polónia, Hungria e da República Checa.

A decisão anunciada por Washington, no passado dia 6 de Dezembro, valeu fortes críticas à administração norte-americana a nível internacional e esteve na origem de manifestações contra os Estados Unidos e Israel em vários pontos do mundo.

Nos territórios palestinianos da Margem Ocidental ocupada, de Jerusalém Leste e da Faixa de Gaza cercada, as forças israelitas têm reprimido os protestos com grande violência, provocando pelo menos mais de uma dezena de mortos e centenas de feridos.

 Com Agência Lusa

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