Num comunicado divulgado esta quarta-feira, Naftali Bennet, ministro da Defesa e figura de destaque da extrema-direita israelita, disse ter dado «luz verde à construção de milhares de novas habitações», acrescentando que «o impulso de construir no nosso território não deve parar», refere a HispanTV.
A imprensa israelita informou que a aprovação diz respeito a 7000 novas unidades habitacionais, que serão construídas no colonato ilegal de Efrat, localizado a sul de Jerusalém, na Margem Ocidental ocupada, entre as cidades de Belém (a norte) e Hebron (a sul).
O anúncio ocorreu no mesmo dia em que o embaixador norte-americano em Israel, David Friedman, reiterou que a administração de Donald Trump está disposta a reconhecer a soberania israelita sobre partes da Cisjordânia, caso Telavive decida avançar com a anexação.
Numa entrevista a um jornal israelita, Friedman disse que é a Israel que cabe decidir se avança com a anexação dos colonatos na Margem Ocidental ocupada, mas que, se o fizer, terá o apoio de Washington. «Nós não estamos a declarar a soberania, mas sim Israel, e depois estamos dispostos a reconhecê-la», disse.
No mês passado, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o seu principal rival, Benny Gantz, concordaram em iniciar planos para a anexação de partes da Cisjordânia ocupada em 1 de Julho, no âmbito de um acordo que estabelece um futuro governo de coligação.
Autoridades palestinianas condenam decisão
O embaixador da Palestina junto das Nações Unidas, Riyad Mansour, afirmou esta quarta-feira que os planos de Israel para anexar a Cisjordânia «irão destruir todas as oportunidades para o diálogo, a paz e a segurança na região».
Por seu lado, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros emitiu uma nota de imprensa em que afirma que a decisão de construir milhares de novas unidades habitacionais na Margem Ocidental ocupada «desrespeita as normas do direito internacional» e «desafia as condenações internacionais da política israelita de usurpação e do futuro plano de anexação».
No texto, as autoridades palestinianas reponsabilizam totalmente o governo de Israel pelas consequências da expansão dos colonatos e do plano de anexação, e instam o Tribunal Penal Internacional a abrir uma «investigação oficial sobre os crimes da ocupação israelita», informa a agência WAFA.
A intensificação da política expansionista de Israel é vista como materialização do chamado Acordo do Século, apresentado pelos Estados Unidos no final de Janeiro deste ano, que prevê a existência de um Estado palestiniano num território descontínuo, deixa nas mãos de Telavive o controlo do Vale do Jordão, e declara Jerusalém como capital indivisível de Israel. O «acordo», feito à margem dos palestinianos, foi rejeitado pela Autoridade Palestiniana.
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