|Rússia

Kremlin classifica como «anti-russo» o fórum Plataforma Crimeia

Dmitri Peskov caracterizou esta segunda-feira como «inamistosa» e «anti-russa» a cimeira Plataforma Crimeia, que teve início em Kiev para reafirmar a «ilegalidade» da reintegração do território na Rússia.

Créditos / Prensa Latina

O fórum, que é uma iniciativa do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, para colocar mais pressão sobre a Rússia e promover o apoio internacional àquilo que as autoridades ucranianas designam como «ilegalidade da anexação» russa, conta com a participação de cerca de 40 países, de representantes da NATO, da União Europeia e do Conselho da Europa.

«Encaramos este evento como extremamente inamistoso para o nosso país», disse Peskov em declarações à imprensa. «Nós não aceitamos de forma nenhuma as afirmações relativas à região russa, à Crimeia», acrescentou, citado pela TASS.

Para Dmitri Peskov, é «absolutamente clara» a atitude da cimeira, que classificou como um «encontro anti-russo».

Por seu lado, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, referiu-se ao encontro promovido pela Ucrânia, ontem iniciado em Kiev, como «um aquelarre onde o Ocidente continuará a mostrar-se indulgente com as atitudes neonazis e racistas das actuais autoridades ucranianas».

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Combate à glorificação do nazismo com voto contra dos EUA e abstenção da UE

A Assembleia Geral da ONU aprovou, de forma esmagadora, uma resolução que a Rússia apresenta há vários anos contra a «glorificação do Nazismo», que não voltou a contar com o apoio dos países da NATO.

Marcha em honra de Stepan Bandera em Kiev
Marcha em honra de Stepan Bandera em Kiev Créditos / Twitter

Por iniciativa da Rússia, a resolução «Combater a glorificação do Nazismo, Neonazismo e outras práticas que contribuem para alimentar formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância relacionada» foi aprovada esta quarta-feira, na Assembleia Geral das Nações Unidas, com 130 votos a favor, dois votos contra (EUA e Ucrânia) e 51 abstenções (incluindo a de Portugal, de todos os estados-membros da União Europeia e outros países «sérios», como o Reino Unido, que definem o que são eleições «sérias» ou «direitos humanos», e decretam sanções contra «países não sérios»).

A resolução apela aos estados membros da ONU para que aprovem legislação para «eliminar todas as formas de discriminação racial» e expressa «profunda preocupação sobre a glorificação, sob qualquer forma, do movimento nazi, do neonazismo e de antigos membros da organização Waffen-SS».

Neste sentido, refere-se à construção de monumentos e memoriais, bem como à celebração de manifestações públicas em nome da glorificação do passado nazi, do movimento nazi e do neonazismo.

Os apoiantes da resolução mostram-se preocupados com «as tentativas cada vez mais frequentes de profanar ou demolir monumentos erigidos em memória daqueles que combateram o nazismo na Segunda Guerra Mundial, bem como de exumar ou remover os restos mortais dessas pessoas», informa a agência TASS.


O texto da resolução destaca também o alarme da Assembleia Geral das Nações Unidas perante «a utilização das tecnologias de informação, da Internet e das redes sociais, por grupos neonazis, bem como outros grupos extremistas e indivíduos que defendem ideologias de ódio, para recrutar novos membros, visando em especial crianças e jovens».

A Assembleia Geral, refere a TASS, recomenda aos estados que «tomem as medidas concretas apropriadas, incluindo legislativas e educativas (...) para evitar o revisionismo sobre a Segunda Guerra Mundial e a negação de crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos na Segunda Guerra Mundial».

A representação diplomática dos Estados Unidos junto das Nações Unidas, refere a RT, lembrou que vota repetidamente contra a resolução russa, todos os anos, porque se trata de um documento bem conhecido pelas suas tentativas de legitimar as «narrativas de desinformação russa», que «denigrem os países vizinhos sob a aparência cínica de travar a glorificação do nazismo».

Para além disso, afirmou que a resolução é contrária ao «direito de liberdade de expressão», a que também os «nazis confessos» têm direito, tal como estipulado pelo Supremo Tribunal dos EUA.

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Na sessão de abertura, o representante dos EUA afirmou que o seu país irá continuar a impor sanções à Rússia enquanto as «agressões russas ao Donbass e à Crimeia não acabarem».

No passado dia 12, o primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Aksionov, declarou ao canal de TV Krym 24 que a península se reuniu com a Rússia para sempre e que iniciativas como esta plataforma não terão êxito.

«Toda a Plataforma Crimeia está concebida para que nos afoguemos. Depois de tudo, entendem que não há possibilidade de recuperar a Crimeia por meios militares. […] Regressámos para sempre à pátria histórica», comentou, citado pela Prensa Latina.

Referiu ainda que a atitude hostil apenas é inerente aos governantes de Kiev e que a Crimeia encontrará sempre uma linguagem comum com os ucranianos.

Reintegração depois do golpe fascista em Kiev

Depois do golpe fascista de Maidan, apoiado pelo Ocidente, em Fevereiro de 2014, as autoridades da Crimeia e Sebastopol realizaram um referendo sobre a reunificação com a Rússia, em que participaram mais de 80% das pessoas com direito a voto.

No referendo, 96,7% da população da Crimeia e 95,6% da de Sebastopol optaram pela reintegração na Rússia.

Assim, em 18 de Março de 2014, o presidente russo, Vladimir Putin, assinou o tratado sobre a reunificação da República da Crimeia e da Cidade de Sebastopol com a Rússia, que foi aprovado pela Assembleia Federal no dia 21 de Março.

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