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Plataforma «Galiza pola Paz» convoca mobilizações contra a escalada belicista

A nova plataforma apresentou-se na quarta-feira como espaço plural em que cabem «todas as entidades que entendem que o militarismo não leva a lado nenhum, a não ser à destruição». Chama-se Galiza pola Paz.

Créditos / CIG

«Perante os apelos a uma maior escalada militar e confronto aberto, encaramos a necessidade de uma aposta clara na paz e criámos este espaço, a Plataforma Galega pela Paz», explicou Marta Romero, uma das porta-vozes, citada pelo Diario Nós.

No acto de apresentação pública desta plataforma, que nasce com base na experiência da Plataforma Galega contra a OTAN, Romero anunciou a primeira iniciativa do organismo: no próximo dia 9 as sete cidades galegas serão palco de mobilizações «contra o militarismo, a OTAN e a guerra».

A Galiza pola Paz apelou à participação de todos nas concentrações que terão lugar às 19h30 na Corunha, em Pontevedra, Lugo e Ourense (frente às delegações e subdelegações do governo); em Vigo, frente ao Marco; em Ferrol (Praça Velha) e em Compostela (Praça Roxa).

Manipulação pelo medo

Por seu lado, Óscar Valadares, outro dos porta-vozes da nova plataforma, denunciou a «via da militarização através do medo» dinamizada pelos governos e pela União Europeia. Um medo que «se baseia numa alegada ameaça de invasão russa» e que «está a ser utilizado para aprovar investimentos de 800 mil milhões de euros em armamento», sem qualquer «debate político ou popular», denunciou Valadares.

«É uma quantia de dinheiro que não existiu para fazer face à grave crise económica de 2008 ou à pandemia da Covid, dinheiro que implica deduzir verbas à saúde, à educação ou aos serviços sociais», alertou.

Valadares, que é membro do Mar de Lumes – Comité Galego de Solidariedade Internacionalista denunciou que alguns países, entre os quais se situa o Estado espanhol, já anunciaram que vão ultrapassar os 2% do PIB na defesa antes de 2029. Montantes a que se referiu como enormes», insistindo que tal dinheiro nunca se destinou «à crise de 2008, à pandemia ou, mais recentemente, à catástrofe de Valência».

«Não temos soberania para decidir»

Alertou que se trata de verbas que vão ser retiradas aos serviços sociais – à educação, à saúde e a todo o tipo de prestações que os cidadãos mantêm com os seus impostos. Neste sentido, lamentou que a Galiza não possa tomar uma decisão própria a este respeito por carecer de «soberania para decidir sobre o nosso futuro».

No território, há «instalações ao serviço da NATO», denunciou, tendo apontado os casos dos aeródromos de Lavacolla (Compostela) e Rozas (Lugo), as bases de Figueirido ou Marín, o porto de Ferrol ou as do Monte Iroite. «Todas elas estão à disposição da máquina de agressão da OTAN», afirmou.

Valadares alertou também para as tentativas de «nos convencer agora de que a Galiza é rica em terras raras, essenciais à indústria militar, promovendo um processo de industrialização que, na realidade, não é tal», indica a Confederação Intersindical Galega (CIG) no seu portal.

Até ao momento, integram a Galiza pola Paz cerca de duas dezenas de organismos, entre os quais se contam a CIG, o BNG, o Mar de Lumes, a Via Galega, a Unión do Pobo Galego, a Associação José Afonso – Galiza, a Galiza por Palestina ou a Galiza Nova.

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