No discurso da tomada de posse, que ontem teve lugar, o novo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, reafirmou e aprofundou muitas das linhas que guiaram o discurso que fez no mesmo local há cinco meses, pouco depois de se confirmar que o líder do partido Morena e candidato pela coligação Juntos Haremos Historia era o vencedor das eleições presidenciais.
«Reafirmo o compromisso de não mentir, não roubar e não trair o povo do México», disse no início da sua intervenção, em que fez questão de afirmar uma «nova política», por oposição ao «antigo regime».
Referido-se à corrupção – que encara como um dos problemas mais graves que afligem o país azteca –, prometeu acabar com ela «de alto a baixo» e, do mesmo modo, com as «violações da Constituição e das leis», com a impunidade e os privilégios.
Defendendo a transparência, disse que se acabou o tempo do «amiguismo, do nepotismo» e dos «roubos», seja de combustível, seja por via da falsificação de facturas, da evasão fiscal, da fraude eleitoral ou da compra de votos. E garantiu que todas estas práticas passarão a ser punidas, de facto.
Ainda neste domínio, disse que todos os cidadãos vão poder saber quanto ganha cada um dos funcionários do Estado, do presidente ao trabalhador da limpeza.
Prioridade: os mais desfavorecidos
Neste anseio de «purificação da vida pública mexicana», o mandatário sublinhou que «todos os cidadãos serão atendidos», mas que, enquanto governar, se aplicará o princípio "primeiro, os pobres"», indica a VTV.
«Ninguém vai traficar com a pobreza […]. Este é um governo do povo e para o povo», disse, insistindo numa ideia que já tinha vincado em Julho. Do mesmo modo, garantiu que vai implementar uma série de políticas sociais, nomeadamente na área da Educação, de forma a conferir maior protecção social aos estudantes com menos recursos e a assegurar que, em todos os níveis de ensino, existe educação gratuita e de qualidade.
No âmbito das políticas sociais, afirmou que haverá aumentos nos salários mais baixos, bem como nas pensões e nos benefícios sociais para as pessoas com deficiência.
López Obrador ainda anunciou um amplo programa de obras públicas no país, em que se inclui a construção de universidades e estradas.
Num acto em que os representantes dos povos indígenas do México assumiram grande protagonismo, o novo presidente defendeu também a aposta na reactivação económica do país.
Assim, defendeu que o campo, a actividade mineira, a produção eléctrica e as empresas estatais conheçam um novo impulso no seu mandato. Para tal, disse, conta com os trabalhadores activos e com os reformados, refere a VTV.
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