A moção de censura apresentada pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) foi aprovada com 180 votos a favor, 169 contra e uma abstenção. O Partido Popular (PP) é afastado do poder, depois de, nas últimas eleições, ter perdido cerca de 50 deputados face ao resultado de 2011 e de a justiça espanhol ter condenado alguns dos seus mais destacados ex-dirigentes e o próprio partido por corrupção.
O «caso Gürtel», como é conhecido o esquema de corrupção que serviu para o PP se financiar, foi o catalisador para a moção de censura que apresenta Pedro Sánchez, o líder dos socialistas, como alternativa para a presidência do governo espanhol.
No entanto, a viabilidade de um governo liderado pelo PSOE é uma incógnita, já que para aprovar a sua moção de censura, o partido recolheu apoio dos grupos parlamentares do Podemos, da Esquerda Unida e dos partidos regionais catalães e bascos. Ao lado do PP votaram apenas os deputados do partido conservador e nacionalista Ciudadanos. A deputada da Coligação Canária absteve-se.
O Partido Nacionalista Basco foi determinante, na semana passada, para a aprovação do Orçamento do Estado pelo governo de Mariano Rajoy, votando a favor.
Pedro Sánchez foi automaticamente investido como presidente do governo, já que a apresentação de uma moção de censura em Espanha obriga a que seja indicado um novo primeiro-ministro.
O PSOE também foi fortemente penalizado nas últimas eleições de 2015 e 2016, perdendo 25 deputados face a 2011, quando já tinha registado o seu pior resultado desde 1977.
A governação do PP ficou marcada por uma profunda crise económica e social, com níveis de desemprego que chegaram aos 25% e que continuam acima dos 16%, mas também institucional, cuja face mais evidente é a suspensão da autonomia na Catalunha.
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