A GM anunciou a decisão de suspender os 1245 despedimentos nas fábricas de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes, no sábado passado, um dia depois de o Tribunal Superior do Trabalho (TST) ter rejeitado o pedido para que os despedimentos se mantivessem e ter levado em conta a Acção Civil Pública movida pelos sindicatos.
A decisão reverte os 839 despedimentos que a empresa tinha anunciado, a 21 de Outubro, em São José dos Campos e outros 405 – por e-mail e telegrama – em São Caetano e Mogi das Cruzes.
Segundo refere o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, tanto o Tribunal Regional do Trabalho como o TST apontaram, nas suas decisões, que a multinacional norte-americana violou acordos colectivos de layoff e não cumpriu a tese do Supremo Tribunal Federal que determina que qualquer empresa deve realizar negociação colectiva antes de um processo de despedimento colectivo.
«Os metalúrgicos de São José, Mogi e São Caetano conquistaram uma vitória histórica nos tribunais. E isso precisa ser muito celebrado. Entretanto, sem a definição da empresa, ainda não temos condições de retornar aos nossos postos de trabalho», disse o vice-presidente do sindicato, Valmir Mariano, em declarações recolhidas pelo portal.
Por seu lado, ao portal Vermelho, Mariano destacou que se trata de «uma vitória histórica, fruto da forte luta dos trabalhadores das três cidades». «Foram 13 dias de greve e muita união em defesa dos empregos. Mostrámos a força da nossa categoria», afirmou.
Plenário em São José dos Campos
Esta segunda-feira, os metalúrgicos da GM reuniram-se em plenário à porta da fábrica da multinacional em São José dos Campos, para comemorar a vitória contra os despedimentos e definir os próximos passos a seguir.
Formalmente, os trabalhadores já estão reintegrados, mas ainda não foram notificados pela empresa sobre os procedimentos internos relativos à reintegração. Por isso, decidiram por unanimidade aguardar, no exterior da fábrica, pelos resultados de uma reunião prevista para ontem entre representantes sindicais e da empresa, em Guarulhos (São Paulo).
Cerca de 12 mil trabalhadores integram os quadros de pessoal nas fábricas paulistas da multinacional norte-americana, que conta ainda com fábricas em Gravataí (Rio Grande do Sul) e Joinville (Santa Catarina).
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