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México bate recorde de assassinatos em 2018

O ano de 2018 é oficialmente o mais violento no México desde que há registo (1997). Houve 34 202 pessoas assassinadas (vítimas de homicídios dolosos e feminicídios), mais 15% que em 2017.

O México é considerado o segundo país mais violento do mundo, depois da Síria
O México, considerado um países mais violentos do mundo, bateu o recorde de assassinatos em 2018 Créditos / zonapotosinaslp.com

Os dados oficiais, divulgados esta segunda-feira pelo Secretariado Executivo do Sistema Nacional de Segurança Pública (SESNSP), revelam que, das 34 202 pessoas assasinadas no ano passado, 33 341 correspondem a vítimas de homicídio doloso e 861 a vítimas de feminicídio.

Tendo em conta estes dados, o portal animalpolitico.com sublinha que no ano passado foram assassinadas no México, em média, 94 pessoas por dia, aproximadamente quatro a cada hora.

No ano de 2018 – que se tornou oficialmente o ano mais violento desde que há registo no país americano, ao bater o recorde que era detido por 2017 –, os homicídios dolosos aumentaram em 24 das 32 entidades federativas mexicanas.

O documento agora apresentado confirma o aumento dos homicídios dolosos pelo quarto ano consecutivo. Em 2014, a taxa de homicídio doloso era de 12,96 casos por 100 mil habitantes; em 2015 passou para 13,32; em 2016, subiu para 16,49; em 2017 chegou aos 20,27 casos, e em 2018 atingiu os 23,1 casos.

Em 2014, o número de pessoas assassinadas (de acordo com o SESNSP) foi de 17 336, e o ano passado registou-se quase o dobro dos assassinatos (mais 16 866).

No que respeita aos feminicídios – um crime de que, refere o animalpolitico.com, só existem dados estatísticos desde 2015 –, o número de vítimas registadas em 2018 foi de 861. Em comparação com 2017, em que se registaram 759 casos, verifica-se um aumento de 13,4%.

Estados mais violentos

De acordo com os dados do SESNSP, o estado de Colima é, pelo terceiro ano consecutivo, o que apresenta a taxa mais elevada de assassinatos: 81,09 por 100 mil habitantes. Seguem-se a Baixa Califórnia (77,19 casos) e Guerrero (62,35), estado que, durante o período de governação de Enrique Peña Nieto, chegou a ser o mais violento do país.

Mais de 40 mil desaparecidos

Na passada sexta-feira, 18 de Janeiro, a Comissão Nacional de Busca revelou que, segundo os dados do Registo Nacional de Pessoas Desaparecidas e Não Localizadas, o número de desaparecidos no México ascende a 40 180. Foi a primeira vez que uma instituição dependente do governo federal mexicano admitiu haver mais de 40 mil pessoas desaparecidas no país.


A mesma entidade informou que, de acordo com os dados da Plataforma México, neste momento as autoridades do país têm registo de 36 708 pessoas mortas não identificadas, revela a TeleSur.

Ainda de acordo com os dados facultados pela Plataforma México, terão desaparecido no país azteca 12 657 pessoas durante os seis anos de governo de Peña Nieto (de Dezembro de 2012 a Novembro de 2018). Antes da sua chegada à Presidência, o número de desaparecidos era de 27 523.

O actual presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, comprometeu-se com os familiares dos desaparecidos a avançar no esclarecimento dos factos – e já o fez no que respeita à criação de uma Comissão da Verdade para o esclarecimento do que ocorreu com os 43 estudantes de Ayotzinapa.

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