Greve geral da Função Pública na Argentina

Milhares manifestaram-se contra as reformas de Macri

Milhares de trabalhadores da Função Pública, docentes, médicos e magistrados aderiram à greve geral convocada pela Associação de Trabalhadores do Estado (ATE) e manifestaram-se, ontem, em várias cidades da Argentina contra a política económica de Mauricio Macri.

Milhares de trabalhadores manifestaram-se esta quinta-feira, na Argentina, contra as políticas económicas e sociais de Mauricio Macri
Créditossputniknews

No âmbito da greve geral da Função Pública convocada pela ATE, esta quinta-feira realizaram-se manifestações em cidades argentinas como Santa Cruz, San Juan, Catamarca, Rio Negro, Tucumán, Chaco, Formosa, Corrientes, La Pampa, Esquel, Neuquén, Chubut, Jujuy e Mendoza.

Na capital, Buenos Aires, milhares de trabalhadores do Estado, professores, médicos, magistrados, acompanhados por membros de diversas forças políticas e associações que aderiram à greve, marcharam desde o centro da cidade até à Praça de Maio, repudiando «os despedimentos, o ajuste e o brutal aumento das tarifas» nos serviços públicos, informam a PressTV e a HispanTV.

Em simultâneo, as organizações sindicais e os trabalhadores reivindicaram a reintegração permanente dos trabalhadores despedidos, o fim da precariedade, bem como a reabertura de comissões de negociação, no âmbito das quais os sindicatos, o patronato e o governo possam dialogar.

«Isto tem de mudar»

Hugo Godoy, secretário-geral da ATE, sublinhou que os trabalhadores estão dispostos a continuar a luta até que o governo de Macri ceda às suas reivindicações. «Se o governo não tomar medidas, iremos intensificar a luta, pois não podemos aceitar que nos levem para o abismo», disse, acrescentando: «Macri tem a obrigação de mudar de rumo. Se não o fizer, então os trabalhadores têm a obrigação de intensificar a luta até que ele perceba que tem de o fazer», revela a PressTV.

Denunciando as políticas económicas levadas a cabo pelo governo – ajuste, despedimentos, aumento das tarifas de gás, luz e transportes, aumento de importações, enormes transferências de recursos para «os sectores poderosos» –, Godoy sublinhou que há cada vez mais argentinos com salários miseráveis ou sem trabalho («250 mil desde que Macri assumiu o cargo») e a viver na pobreza. «Isto tem de mudar», declarou.

A greve geral de 24 horas convocada pela ATE contou com a adesão de nove organizações que integram a Frente Nacional Docente, da Frente Gremial Docente e da União de Docentes de Buenos Aires, da Central dos Trabalhadores da Argentina (CTA), da Federação Judicial Argentina, da Associação de Agentes de Propaganda Médica, da Federação Sindical de Profissionais da Saúde da República Argentina e do Movimento de Estivadores Portuários, além de diversas associações e organizações sociais.

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