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Argentinos continuam a protestar contra a austeridade, a miséria e a fome

Membros de organizações sociais voltaram a mobilizar-se junto ao Ministério do Capital Humano, em Buenos Aires, em defesa das pensões e para exigir a entrega de alimentos aos refeitórios populares.

Mobilização de organizações sociais frente ao Ministério do Capital Humano, em Buenos Aires CréditosJorge Larrosa / Página 12

A mobilização, organizada pela Unión de Trabajadores de la Economía Popular (UTEP), voltou a insistir na entrega de alimentos aos refeitórios por parte do Ministério do Capital Humano.

«Nove juízes já decidiram a favor da nossa reivindicação, que Sandra Pettovello continua a desatender», disse Dina Sánchez a propósito do protesto que teve lugar esta terça-feira e da situação alimentar crítica, que não é resolvida há nove meses.

Em comunicado, a UTEP sublinhou que a mobilização se centrava também em questões como o aumento das reformas e a garantia de saúde, e criticou o governo de Javier Milei pelo «desabastecimento criminoso» dos refeitórios comunitários que garantem o direito à alimentação a milhares de famílias nos bairros pobres.

Segundo refere o Página 12, esta terça-feira um funcionário da equipa ministerial de Sandra Pettovello veio receber os representantes das organizações sociais que há dez meses protestam. No entanto, estas classificaram o gesto como «ambíguo» e disseram que não houve «qualquer solução concreta».

Membros de organizações sociais mobilizaram-se junto ao Ministério do Capital Humano, em Buenos Aires, exigindo a entrega de alimentos aos refeitórios populares e alertando para a fome / @UTEPoficial

Ao serem recebidos pelo director da Segurança Alimentar, foi-lhes dado um endereço de e-mail, para o qual devem enviar toda a documentação relativa aos refeitórios. «Dissemos-lhe que já tínhamos enviado essa informação a outros funcionários e ele desculpou-se dizendo que estava há 15 dias no cargo», contou à saída do encontro Johanna Duarte, do Movimiento Evita.

Para os representantes da UTEP, a conversa soou-lhes a adiamento, refere a fonte, tendo em conta o envio prévio da informação agora solicitada, bem como a ida de funcionários aos refeitórios, onde anotaram dados de quem ali vai e dos seus responsáveis, sem qualquer resposta posterior.

Manifestação grande

Apesar de todas as operações de repressão montadas pelo governo, as organizações têm insistido nos protestos, e o desta terça-feira foi grande. No entanto, refere o Página 12, notou-se menos gente do que nos primeiros, em que havia tanta gente que era obrigatório cortar o trânsito e a Polícia intervinha com gases e balas de borracha.

Eventualmente, as sucessivas operações anti-protestos e mais de 120 buscas efectuadas aos refeitórios populares, decretadas pelo governo mileísta, podem começar a pesar. Ainda assim, a UTEP não desarma.

Alerta para a fome

Nancy Barroso, de 59 anos, andou quase duas horas de autocarro, desde Florencio Varela, para estar na mobilização. «Para poder dar de comer estamos a juntar coisas de todos os vizinhos», disse ao Página 12.

«O presidente diz que não existimos nos refeitórios, porque não nos vem ver? Não faz ideia de como é a vida hoje. Não somos preguiçosas como ele diz, somos mulheres que trabalham, fazemos muitas coisas pelo nosso bairro. Hoje, vemos as crianças descalças, a salita sem medicamentos. Um quilo de milanesas [panados] custa 10 mil pesos [9,3 euros], já não se pode comer e isto é a gente a dizer que se come milanesas», disse Barroso.

Por seu lado, Soledad Salinas, que tem um refeitório no Bairro Ejército de los Andes (Fuerte Apache), diz que «todo o dia aparece gente a bater à porta» e a perguntar: «Tens algo que se coma?»

«Há mais fome que na pandemia», indica, acrescentando que «estamos a cozinhar com o que nos mandam da província, do governo não nos chega nada».

Johanna Duarte, do Movimiento Evita, destacou a gravidade da situação, afirmando que foram detectados casos de mulheres que se estão a prostituir para comer.

«A situação de crise alimentar nos territórios é insustentável, e estes funcionários [do ministério] não fazem nada. […] Nós, na UTEP, vamos fazer assembleias em todos os refeitórios e, se não houver resposta, voltaremos à sede do Capital Humano as vezes que for preciso», disse.

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