|Venezuela

O fascismo «atenta contra a humanidade», afirma-se em Caracas

Com a presença de mais de 300 participantes de 95 países, começou na terça-feira, em Caracas, o 1.º Congresso Mundial contra o Fascismo, Neofascismo e outras expressões semelhantes.

Manu Pineda a intervir no primeiro dia de trabalhos do congresso Créditos / VTV

Com o evento, que teve início esta terça-feira e se prolongou pelo dia de ontem, pretendia-se criar um espaço de debate em torno de ideias que ajudem a enfrentar as investidas em curso contra os projectos políticos populares, indica a VTV.

Em La Carlota (Caracas), os organizadores previam que mais de 300 escritores, intelectuais, jornalistas e dirigentes políticos, entre outros delegados, se juntassem para assistir a conferências e participar em debates centrados na desestabilização que as potências ocidentais promovem, contribuindo para erguer estratégias em defesa do direito à paz e contra o ódio, as mentiras e as manipulações.

Manu Pineda, comunista espanhol que já foi deputado ao Parlamento Europeu, foi um dos intervenientes no primeiro dia de trabalhos, tendo afirmado que o fascismo se está «a alimentar pelas redes sociais» e que estas «são um foco de ódio, medo e ansiedade».

Centenas de delegados participam no encontro antifascista realizado em Caracas / VTV

Entre os governantes criticados por Pineda, conta-se o primeiro-ministro do seu país, Pedro Sánchez, por ter reconhecido Juan Guaidó e «ter feito pressão para que outros governos o reconhecessem». «E agora dá asilo a Edmundo González», denunciou.

«Atentado contra a humanidade»

Por seu lado, o argentino Marcelo Benin, que classificou o povo venezuelano como «heróico», louvou a iniciativa de debater o «fascismo, que [é] um atentado contra a humanidade» e «não reconhece a democracia».

Benin lembrou ainda que o seu país «está a passar por momentos difíceis», por estar «a ser governado por uma corrente fascista» e por causa da repressão que o povo sofre ao protestar nas ruas contra as políticas impostas pelo governo de Javier Milei.

Alerta para os perigos das redes sociais

Ao intervir no primeiro dia de trabalhos no congresso, o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Jorge Rodríguez, considerou as redes sociais na actualidade «um perigo real», nomeadamente porque os seus donos «atacam a psiquê das pessoas para as manipular».

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Congresso contra o Fascismo na Venezuela a 10 e 11 de Setembro

Nicolás Maduro já havia anunciado a realização do encontro antifascista, mas sem definir uma data. Esta segunda-feira, Diosdado Cabello, vice-presidente do PSUV, revelou que será na próxima semana.

Créditos / VTV

Numa conferência de imprensa esta segunda-feira, subsequente a uma reunião da direcção nacional do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello confirmou a realização do Congresso contra o Fascismo, o Neofascismo e Expressões Semelhantes no país sul-americano, e a data do encontro.

Na ocasião, revela a VTV, pediu a todos para participarem «nas actividades do congresso antifascista», bem como nas iniciativas que o antecedem, já esta semana. «Ninguém é mais indicado que as vítimas do fascismo para contar a sua verdade ao mundo», disse Cabello na reunião.

Revelou ainda que, a partir do dia 12, haverá um simpósio para comemorar o 16.º aniversário da Juventude do PSUV, que culminará em Novembro num Congresso Internacional das Juventudes.

O objectivo, disse, é que outras juventudes partidárias do mundo «vejam a verdade da Venezuela e contem pelo mundo essa verdade».

Denúncia do ataque terrorista contra o sistema eléctrico nacional (SEN)

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ALBA-TCP reafirma posição contra a ingerência nos assuntos dos seus países

A XI Cimeira Extraordinária da ALBA-TCP terminou com uma declaração que sublinha o apoio à Venezuela e reafirma o compromisso com os princípios de não ingerência e respeito pelos assuntos internos de cada país.

A XI Cimeira Extraordinária da ALBA-TCP teve lugar segunda-feira à tarde Créditos / t.me/CancilleriaVE

No documento, de nove pontos, os chefes de Estado e de Governo da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) condenam qualquer golpe o intentona golpista na Venezuela e nos demais países da região, considerando que constituem uma «via violenta, ilegal e inconstitucional que ameaça a democracia, a paz e a própria vida».

Repudiam «os planos e as acções desestabilizadoras promovidas por agentes externos», no intuito de não reconhecer «a vontade dos povos da América Latina e das Caraíbas, expressa de forma democrática e legítima nas urnas».

Os governantes da ALBA-TCP repudiam igualmente «a brutal guerra mediática, repleta de ódio, intolerância, discriminação e desprezo nas redes sociais, estrategicamente dirigida às gerações mais jovens da sociedade venezuelana» para promover «a violência, o vandalismo e a barbárie».

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Hugo Chávez teve papel essencial nos processos de integração

O secretário executivo da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) sublinhou o impulso que Chávez deu aos processos de integração na região.

Comandante Hugo Chávez Frías 
Créditos / @AsambleaCuba

Na sua conta de Twitter, o secretário executivo da ALBA-TCP, Sacha Llorenti, prestou homenagem a Hugo Chávez, por ocasião do nono aniversário do seu falecimento.

«Um dos frutos da sementeira do comandante Hugo Chávez é a ALBA-TCP, uma aliança organizada para a vida e a paz; não para agredir ninguém, mas para construir um mundo multipolar e policêntrico, baseado na solidariedade e na unidade dos povos», escreveu Llorenti este sábado.

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Foi em 5 de Março, passaram

Cinco anos sem Hugo Chávez

Hoje como há cinco anos, a dignidade dos que lutam por romper com o capitalismo e por defender a sua soberania é a reserva moral da Venezuela. E como disse Hugo Chávez, «aqui no se rinde nadie, carajo».

Chávez e crianças, 17/06/2012.
CréditosMárquez/Ministerio del Poder Popular para la Comunicación y la Información (MippCI) del Gobierno Bolivariano de Venezuela (minci.gob.ve)

«Bolívar desperta a cada cem anos quando desperta o povo, escreveu Pablo Neruda», foi o que me disse Rafael quando esperávamos juntos a chegada de Hugo Chávez nos arredores de Coro, em 2008. As imagens repetiam-se uma e outra vez. Onde quer que ele estivesse, aonde quer que fosse, a terra enchia-se da poeira dos passos das mulheres e homens com fome de justiça. Desse dia, lembro-me sempre de uma velha que trazia nos sulcos do rosto o incomensurável sofrimento a que toda aquela gente havia sido submetida durante décadas.


Eles não esquecem. Nunca esqueceram quem é que aos antepassados encheu as costas de vergastadas. Têm na ponta da língua os nomes dos heróis que arrastaram multidões e esmagaram tiranias. Homens como Guaicaipuro, o índio que liderou uma das primeiras revoltas contra os invasores espanhóis. O meu anfitrião era um ex-guerrilheiro que havia combatido nas montanhas da região nas Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN), apoiadas pelo Partido Comunista da Venezuela, e que dera ao seu filho o nome de José Leonardo Chirino. O mítico zambo insurgira-se naquelas encostas, em 1795. Filho de uma indígena livre e de um escravo negro, conduziu uma poderosa revolta, que acabou com o seu corpo sendo esquartejado.

De vez em quando, um rumor atravessava a massa humana que bloqueava todas as ruas e avenidas. Nos telhados dos pisos térreos, soldados do corpo presidencial cerravam punhos e saudavam a população. Rafael falou-me também de Ezequiel Zamora. Se todos conhecemos o libertador de povos, o homem que abriu caminho à independência da maioria dos países da América do Sul, poucos sabem quem foi o insurrecto que incendiou o país com as ideias de terra para quem a trabalha. Depois da derrota do projecto de Simón Bolívar, Zamora encheu a esperança dos pobres e arrastou consigo também um índio guariquenho. Era Pedro Pérez Pérez, que fugiu para Ospino depois do assassinato do seu líder. No ventre de Josefa Delgado, o guerrilheiro do século XIX deixou a semente da revolta. O filho de ambos, Pedro Pérez Delgado, que ficou conhecido como Maisanta, tomou a bandeira do pai e levantou-se com os camaradas de quartel contra a ditadura do General Gómez. Acabou por morrer na prisão aos 44 anos. «Por que te cuento esto?», interrogou-me Rafael, «porque su bisnieto es el hombre que acaba de llegar». Nesse momento, um grito ensurdecedor irrompeu entre a multidão. Explodiam foguetes por todas as partes. A maré vermelha com dezenas de milhares de mulheres e homens movia-se como um só corpo. Entre aquela tempestade humana, subia ao palco Hugo Chávez, o bisneto de Maisanta.


Quando morreu, neste dia, há cinco anos, o mundo pôde observar, atónito, como um povo inteiro se acotovelava para despedir-se do comandante da revolução bolivariana. A imprensa ocidental tratava de ridicularizar os milhões que durante dias fizeram filas para ter os seus últimos segundos junto de Hugo Chávez. Essa imagem chocava com o funeral de Margaret Thatcher ou de outros representantes políticos dos grandes grupos políticos e económicos. As únicas ruas que se encheram no Reino Unido foram as que viram os trabalhadores celebrar a morte da bruxa que promoveu o vampirismo neoliberal. O herdeiro de Maisanta foi celebrado pelas massas que queriam agradecer que um dos seus tivesse resgatado o seu povo das garras de Washington, que, finalmente, todas as crianças pudessem comer mais do que uma refeição, que a saúde fosse acessível a todos, que se tivesse erradicado o analfabetismo e que a Venezuela tivesse passado para a vanguarda dos países com mais alunos a frequentar de forma gratuita o ensino superior.

Esta manifestação colectiva de pesar percorreu o mundo. Das Caraíbas ao Médio Oriente, de África ao Extremo Oriente. Na semana em que morreu Hugo Chávez, as paredes da Cova da Moura, na Amadora, encheram-se com mensagens de despedida. Só não chorou aquela Europa e aquela América loura e de olhos azuis que quer fazer da Venezuela outra vez colónia sua. Só não choraram os que agora falam de democracia e patrocinaram o golpe de Estado fascista que acabou derrotado pelo povo em 2002.


Hoje, quando o quadro político e económico é semelhante àquele em que afogaram o Chile de Salvador Allende, o imperialismo mobiliza todos os recursos mediáticos para mobilizar a opinião pública contra o processo bolivariano. Independentemente do que venha a suceder, a dignidade dos que lutam por romper com o capitalismo e por defender a sua soberania são a reserva moral da Venezuela. E como disse Hugo Chávez, «aqui no se rinde nadie, carajo».


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A ALBA-TCP nasceu a 14 de Dezembro de 2004 em Havana por iniciativa dos dirigentes revolucionários e então presidentes de Cuba, Fidel Castro (1926-2016), e da Venezuela, Hugo Chávez (1954-2013).

Integrada por Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Dominica, Antígua e Barbuda, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Neves, Granada e Santa Lúcia, a aliança «constitui uma alternativa político-estratégica de unidade latino-americana e caribenha, tendo por base a solidariedade, a cooperação e complementaridade», refere a agência Prensa Latina.

A propósito do nono aniversário do falecimento de Chávez, diversas figuras políticas e representantes governamentais dos países-membros do bloco regional sublinharam a vigência do pensamento revolucionário e integracionista do dirigente bolivariano.

«Há nove anos que o Melhor Amigo não está, mas o seu legado permanece», afirmou o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, na sua conta de Twitter. Acrescentou que «a Revolução bolivariana avança e a ALBA renasce, a integração da Nossa América chegará. Em Cuba não te esquecemos.»

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Países da ALBA reafirmam compromisso com integração latino-americana

Face às ameaças à estabilidade na região, a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) reiterou esta quinta-feira o empenho na unidade e na cooperação.

A XIX Cimeira de Chefes dde Estado e de Governo da ALBA-TCP realizou-se em Caracas por ocasião do bicentenário da Batalha de Carabobo 
Créditos / Prensa Latina

No final da XIX Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da ALBA-TCP, que ontem se realizou em Caracas, as altas autoridades do bloco reafirmaram a vontade de integração genuinamente latino-americana e caribenha, que permita enfrentar as pretensões de dominação imperialista.

Neste sentido, os países-membros da Aliança destacaram a necessidade de fortalecer a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) como mecanismo de concertação política que reúne os estados da região, tendo por base o princípio da unidade na diversidade, informa a agência Prensa Latina.

Na declaração final da cimeira [acessível na íntegra aqui, em castelhano], saudou-se o regresso da Bolívia à ordem constitucional, bem como a acção do presidente Luis Arce, a nível interno e externo, para fazer avançar o país andino-amazónico na senda da reactivação económica.

Apoio a Venezuela, Nicarágua e Cuba

A ALBA-TCP voltou a reconhecer as autoridades legítimas da Venezuela e saudou a realização, em Novembro deste ano, das eleições regionais e municipais, expressão da sólida democracia participativa do povo venezolano.

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A ALBA marca uma etapa de «dignidade para a América Latina»

As palavras são do presidente da Bolívia, Evo Morales, na saudação aos países-membros da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América, que hoje cumpre 13 anos. O XVI Conselho Político deste organismo, fundado por Fidel Castro e Hugo Chávez, reúne-se esta quinta-feira em Havana.

Hugo Chávez, Fidel Castro e Evo Morales em Havana, quando da integração da Bolívia na ALBA, em 2006
Créditos / laradiodelsur.com.ve

Com o objectivo de «reforçar a sua unidade e capacidade de concertação», decorre esta quinta-feira, na capital cubana, o XVI Conselho Político da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP), informou o diário Granma.

O matutino cubano sublinha que «a integração latino-americana e caribenha é hoje mais necessária do que nunca», pelo que será uma das directrizes do encontro.

A ALBA-TCP dará continuidade ao caminho traçado pelos antigos chefes de Estado de Cuba, Fidel Castro, e da Venezuela, Hugo Chávez, «em prol da defesa da Pátria americana e, nesse sentido, reafirmará os princípios da América Latina e das Caraíbas como Região de Paz», afirma o diário.

Refere ainda que o Conselho Político irá apoiar a soberania e a autodeterminação da Venezuela, face aos «constantes ataques político-mediáticos da oposição».

«Mecanismo de dignidade para o continente»

Numa mensagem dirigida aos países-membros da ALBA-TCP no dia em que este organismo cumpre 13 anos de existência, o presidente boliviano, Evo Morales, qualificou a Aliança como um «mecanismo de dignidade para o continente».

Na sua conta de Twitter, Evo Morales sublinhou que a ALBA – que em 2009 se passou a designar ALBA-TCP – constituiu um marco na libertação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), criada pelos Estados Unidos da América, e deu início a uma «etapa de dignidade para a América Latina».

Salientou ainda o papel fundamental de Hugo Chávez e Fidel Castro, «líderes históricos que nos guiaram na luta contra o imperialismo», para a criação da ALBA, «uma aliança política, económica e social [criada] em defesa da independência e da autodeterminação dos nossos povos», disse.

Comissão Intergovernamental Cuba-Venezuela

Além do Conselho, esta quinta-feira terá lugar a XVII Comissão Intergovernamental entre Cuba e a Venezuela, em que será analisada a colaboração bilateral deste ano e serão traçadas as directrizes que a guiarão em 2018, anuncia o Granma.

Entre os temas que as partes deverão abordar estão a saúde e a participação de Cuba em missões na nação bolivariana. No último encontro deste tipo, que decorreu em Caracas em Dezembro de 2017, foram firmados acordos ao nível económico, da saúde, da cultura e do desporto.

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O mecanismo de integração regional manifestou igualmente o apoio ao governo da Nicarágua, tendo condenado as tentativas reiteradas de desestabilização contra o país centro-americano por parte dos Estados Unidos, para interferir no desenvolvimento das eleições gerais, marcadas para Novembro deste ano.

A Aliança reiterou ainda a condenação do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto por Washington a Cuba, bem como a rejeição da campanha de descrédito promovida pela administração norte-americana contra a cooperação médica cubana, no contexto da pandemia de Covid-19.

Condenação de Almagro e da violação dos direitos humanos na Colômbia

Ao nível da Saúde, os países da ALBA-TCP defenderam a imunização universal contra a doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, bem como a garantia de uma distribuição urgente, equitativa, solidária, e a preços acessíveis de vacinas e equipamentos.

Entre outros pontos, a declaração reconhece o direito dos países das Caraíbas a receber um tratamento justo, especial e diferenciado, reafirmando o apoio incondicional à defesa e promoção das suas justas reivindicações, informa a Prensa Latina.

Expressa a profunda preocupação do bloco com massivas violações dos direitos humanos perpetradas contra o povo colombiano, exigindo o respeito pela dignidade das pessoas e pelo seu direito à manifestação pacífica.

Rejeitou ainda a actuação do secretário-geral da Organização de Estados Americanos, Luis Almagro, por legitimar acções violentas, intervenções nos assuntos internos e rupturas na ordem constitucional de alguns países da região.

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Política intervencionista dos EUA e golpe na Bolívia condenados em Havana

A ALBA-TCP denunciou a política agressiva dos EUA, que desestabiliza a América Latina, com a cumplicidade da comunicação social e de oligarquias locais, e a implementação de modelos neoliberais.

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, e Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba, dialogam no decorrer da XVII Cimeira da ALBA-TCP, celebrada este sábado em Havana
Créditos / @CancilleriaVE

Na Declaração da XVII Cimeira da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP), que ontem decorreu na capital cubana, afirma-se que o golpe contra Evo Morales, na Bolívia, é «uma expressão clara da estratégia imperialista de Washington no hemisfério ocidental».

O documento, lido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Bruno Rodríguez, condena igualmente a intenção dos EUA de violar a soberania dos povos em função das suas pretensões hegemónicas.

Para os participantes no encontro, não há dúvidas quanto à cumplicidade da oligarquia boliviana na «violenta interrupção da institucionalidade democrática» no país andino, nem quanto ao «apoio complacente de outras oligarquias da região».

Denunciam ainda que, na Bolívia, «se multiplicaram a intolerância, o racismo, a repressão brutal contra os movimentos sociais e os povos originários, com a clara determinação de reverter as conquistas alcançadas pelo povo» durante a governação de Evo Morales.

A ALBA-TCP condenou também as ameaças de recurso à força por parte dos Estados Unidos contra a Venezuela, bem como a manutenção e o reforço de medidas coercitivas unilaterais contra o seu povo.

Declarando o apoio à revolução bolivariana, o mecanismo criado em 2004 por Hugo Chávez e Fidel Castro rejeitou ainda a activação do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) contra o país caribenho e denunciou as ameaças e repetidas tentativas de desestabilização dirigidas à presidência de Daniel Ortega na Nicarágua.

EUA atentam contra o princípio da América Latina como Zona de Paz

A política norte-americana viola gravemente o princípio da América Latina como Zona de Paz, referiu Bruno Rodríguez ao ler a Declaração, denunciando que Washington retoma métodos que pareciam ultrapassados na região e aplica novas fórmulas da guerra não convencional em vários países, com o intuito de recuperar os espaços conquistados pelos governos progressistas.

Foram também apontadas e condenadas as sistemáticas acções levadas a cabo pelos Estados Unidos para sabotar a cooperação cubana em vários países em prol dos que mais precisam, assim como as pressões exercidas sobre alguns governos para que ponham fim a essa cooperação.

O texto sublinha que a assunção do poder por governos neoliberais na região gerou retrocessos visíveis nas políticas sociais, fez aumentar a pobreza e a desigualdade social, e pôs de parte amplos sectores populares. Este cenário e a corrupção crescente, entre outros factores, provocaram as múltiplas manifestações de descontentamento e revolta na América Latina, nomeadamente no Chile, na Colômbia e no Equador.

Participação de elevado nível

Na XVII Cimeira da ALBA-TCP, que ontem se realizou em Havana, estiveram presentes os presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel, da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Nicarágua, Daniel Ortega, o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, além de outros altos representantes dos países que integram o bloco e convidados.


Criada em Havana a 14 de Dezembro de 2004 por inciativa dos então presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e de Cuba, Fidel Castro, a ALBA-TCP, cujo secretário executivo é o ex-ministro boliviano dos Negócios Estrangeiros, David Choquehuanca, integra os dois países fundadores, a Nicarágua, Dominica, Antígua e Barbuda, São Vicente e Granadinas, o Suriname, Santa Lúcia, São Cristóvão e Nevis, e Granada.

Em Novembro último, depois do golpe na Bolívia, o governo golpista da autoproclamada Áñez anunciou a saída do país andino deste bloco, tal como fez o Equador, governado pelo «traidor» Lenín, no ano passado.

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A ALBA-TCP decidiu também potenciar o desenvolvimento da zona económica complementar ALBA-Petro Caribe como modelo de desenvolvimento produtivo e tecnológico.

Antes da reunião, o secretário executivo da ALBA-TCP, Sacha Llorenti, disse que a cimeira de ontem na capital da Venezuela seria ocasião para homenagear o bicentenário da Batalha de Carabobo – uma contenda militar decisiva na Guerra da Independência da Venezuela – e para reforçar as relações entres os membros do organismo.

Depois de ter estado ausente um ano, devido ao golpe de Estado, a Bolívia reintegrou-se no mecanismo de integração regional após Luis Arce ter assumido o chefia do Estado, pelo que a ALBA-TCP, criada em 2004 por iniciativa dos dirigentes revolucionários Fidel Castro e Hugo Chávez, é composta actualmente por Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Dominica, Antígua e Barbuda, São Vicente e Granadinas, Granada e São Cristóvão e Neves.

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Por seu lado, o ex-presidente e dirigente político boliviano Evo Morales recordou Chávez como o grande líder revolucionário que «abriu a senda do socialismo do século XXI para benefício dos mais pobres».

«O irmão Hugo Chávez Frías foi o presidente mais visionário, generoso e solidário que fortaleceu com determinação incansável os laços de irmandade entre povos libres da Pátria Grande desejada por Simón Bolívar. O seu "crime" foi levar saúde, comida e bem-estar ao seu povo», escreveu Morales no Twitter.

Acrescentou que, «por denunciar as injustiças do capitalismo», Chávez foi alvo de «ataques de ódio e atentados». «Agora, para destruir o seu legado, os Estados Unidos bloqueiam economicamente a Venezuela», mas «o exemplo de Chávez é a luz que alumia para sempre o caminho revolucionário».

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Neste mesmo sentido, pronunciam-se contra «os ataques e actos de vandalismo contra pessoas, infra-estruturas públicas, símbolos religiosos e nacionais que fazem parte da idiossincrasia venezuelana», com o intuito de criar «uma matriz de opinião de caos» num país em que as eleições de 28 de Julho decorreram «em paz e democracia».

Também denunciam o não reconhecimento do resultado eleitoral por parte de «um sector da oposição venezuelana, violento e fascista, que pediu abertamente o intervencionismo e mais sanções para o país em diversas ocasiões em detrimento do povo».

Os governantes da ALBA-TCP reclamam à chamada comunidade internacional que «respeite a soberania, a autodeterminação e a vontade democrática do povo venezuelano», e lamentam que alguns governos questionem os resultados eleitorais na República Bolivariana da Venezuela, além de emitirem comunicados e pronunciamentos que não reflectem a realidade desse país caribenho.

«É fundamental que todos os estados reconheçam o princípio de não ingerência nos assuntos internos e trabalhem juntos para fomentar o diálogo e a cooperação construtiva em vez de alimentar divisões», sublinha o texto.

Entre outras questões abordadas, os governantes saúdam a reeleição do presidente Nicolás Maduro, reconhecem a soberania da Venezuela para resolver os seus próprios assuntos e reafirmam que a América Latina e as Caraíbas é uma zona de paz.

O encontro extraordinário da ALBA-TCP decorreu na segunda-feira à tarde, de forma virtual, liderado por Nicolás Maduro e tendo contado com a participação dos presidentes Miguel Díaz-Canel (Cuba), Luis Arce (Bolívia) e Daniel Ortega (Nicarágua), bem como dos primeiros-ministros Ralph Gonsalves (São Vicente e Granadinas), Dickon Mitchell (Granada), Roosevelt Skerrit (Dominica), Terrance Drew (São Cristóvão e Neves) e Philip J. Pierre (Santa Lúcia).

Como convidada, esteve presente a embaixadora das Honduras na Venezuela, Scarleth Romero.

Cuba reafirma apoio à Venezuela

Ao intervir na XI Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da ALBA-TCP, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, insistiu na necessidade de unidade e solidariedade dos países da região, tendo em conta o panorama da Venezuela, que é alvo de uma campanha «grosseira e concertada de descrédito que visa mascarar outra tentativa de golpe de Estado».

Díaz-Canel a intervir no encontro / PL

Além disso – refere a Prensa Latina –, Díaz-Canel denunciou a persistência do acosso imperialista, a ingerência externa, a arremetida das oligarquias e a manipulação mediática e política como forma de criar desestabilização e tentar derrubar o governo bolivariano e chavista.

«Não é possível permanecer indiferentes ante a calculada articulação das oligarquias regionais, o imperialismo, os empórios das comunicações e as plataformas digitais contra a Venezuela», disse.

Expressando o respeito e a admiração de Cuba pela unidade civil-militar bolivariana e chavista, o chefe de Estado sublinhou que na Venezuela se trava um conflito claro entre duas visões do mundo: de um lado, justiça social e, do outro, a prevalência do interesse em preservar o sistema das injustiças e hegemonias.

Ortega: Maduro é o presidente legítimo da Venezuela

Na sua intervenção, o presidente nicaraguense, Daniel Ortega, voltou a expressar o seu apoio à Revolução Bolivariana e a refirmar que Nicolás Maduro é o presidente legítimo do país sul-americano.

O chefe de Estado classificou como «brutal e cobarde» a recção de certos governos de países latino-americanos e afirmou que a imensa maioria dos povos da região, os agricultores, os trabalhadores e a juventude estão com o dirigente venezuelano e a Revolução Bolivariana.

Daniel Ortega alertou ainda para eventuais acções de mercenários contra a Venezuela. «Não descartem a possibilidade de que organizem uma contra-revolução armada como as que armaram contra nós», disse, tendo declarado que Maduro poderá contar com os sandinistas.

Entre outros aspectos, recordou as declarações dos ex-presidentes colombianos Álvaro Uribe e Iván Duque «contra a vitória do povo bolivariano», lembrou que por ali há «bases militares ianques» e sugeriu ao governo da Venezuela que se mantenha alerta.

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Relativamente aos ataques recentes contra o SEN, o dirigente político afirmou que se trata de «um acto a que já estão habituados».

«Repetem o mesmo guião com acções como esta julgando que fazem mal aos chavistas, mas estão também a atacar a sua própria gente», disse, denunciando «um apagão terrorista que nos afecta a todos».

Cabello acusou o sector liderado pela extremista María Corina Machado de dirigir estas ofensivas. «Ela é a responsável directa», apontou.

Neste contexto, lembrou um vídeo que circula nas redes sociais em que Machado declara a necessidade de «cortar a luz» ao governo bolivariano para o isolar. «Disse-o ela, náo fomos nós», sublinhou o dirigente do PSUV, acrescentando que, «felizmente, esses registos estão nos meios».

Extrema-direita alicia jovens para a violência mas não dá a cara por eles, acuda Cabello

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Alba Movimentos rejeita qualquer tentativa de golpe na Venezuela

A plataforma Alba Movimentos exortou esta quinta-feira as forças progressistas e revolucionárias consequentes com a luta anti-imperialista a defender activamente a Venezuela.

Créditos / TeleSur

Numa declaração intitulada «Nem coabitação, nem transição: o povo da Venezuela já decidiu», a plataforma soberanista rejeitou categoricamente a proposta de alguns grupos no sentido de «levar a cabo intervenções diplomáticas, políticas, militares ou de qualquer tipo na Venezuela», na sequência do processo eleitoral democrático que teve lugar no país sul-americano a 28 de Julho último.

Os movimentos sociais e populares que integram a Alba Movimentos destacam que a Venezuela é alvo de uma tentativa de golpe de Estado e que aqueles que hoje se atiram a esse país amanhã atacarão outros povos.

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«Temos de continuar a lutar todos os dias, não há descanso»

Na segunda jornada do II Encontro para uma Alternativa Social Mundial, promovido pela ALBA-TCP em Caracas, um dos temas em destaque foi o da defesa da paz e da luta contra o imperialismo.

Intervenção de Socorro Gomes, do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz Créditos / @ALBATCP

O programa da segunda jornada do Encontro para uma Alternativa Social Mundial – de Bolívar a Chávez, que a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) organizou conjuntamente com o Instituto Simón Bolívar, incluía painéis dedicados à justiça económica, à justiça política e um outro devotado à paz.

O fórum, que reuniu cerca de 500 delegados de vários países no Teatro Simón Bolívar, na capital venezuelana, tinha como propósito declarado a busca de mecanismos e estratégias para enfrentar a ofensiva imperialista e o sistema dominante a nível mundial, indica a TeleSur.

O painel que esta quarta-feira ali se realizou com o título «Alternativa para a Paz inalterável» contou com a participação de Elisa Salvador, da Liga Angolana de Amizade e Solidariedade com os Povos; Bahman Azad, do Conselho da Paz dos Estados Unidos; Socorro Gomes, do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz; David Denny, do Movimento Caribenho pela Paz e Integração, e o venezuelano Carolus Wimmer, do Comité de Solidariedade Internacional e Luta pela Paz.

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É possível «quebrar o discurso dominante»

No primeiro dia do II Encontro para uma Alternativa Social Mundial, em Caracas, Patricia Villegas, jornalista da TeleSur, vincou a importância de que «cada um se veja como um elemento activo da comunicação».

Créditos / VTV

O Teatro Simón Bolívar, em Caracas, foi palco da abertura do II Encontro para uma Alternativa Social Mundial – de Bolívar a Chávez, que esteve a cargo de Jorge Arreaza, secretário executivo da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP).

Seguiram-se três painéis de debate, o primeiro dos quais centrado no tema «Comunicação e Resistência: o papel dos meios de comunicação na geopolítica actual», com a participação, entre outros, dos jornalistas Darión Roque (Cuba), Vivian Fernandes (Brasil), Alan McLeod (Reino Unido) e Patricia Villegas (Venezuela).

No encontro organizado pela ALBA-TCP e o Instituto Simón Bolívar, Villegas destacou a necessidade de contar a verdade da Venezuela perante os meios dominantes, que «manipulam a realidade do país sul-americano».

Em seu entender, está em curso um plano para atentar contra a vontade do povo venezuelano, ao avançar-se com a ideia de uma fraude eleitoral, «pelo que é nosso dever agir para divulgar a verdade na Venezuela».

Intervenção de Jorge Arreaza / @venanalysis

Entre outros aspectos da sua intervenção, a jornalista venezuelana destacou a militância e o activismo digitais, tendo em conta as «novas tendências de informação através das redes sociais e o uso abrangente da Internet».

Lembrando que no seu país não são legais os resultados à boca da urna e que é necessário aguardar pela contagem do poder eleitoral, Villegas afirmou que as agências internacionais e os meios dominantes vão procurar recorrer à contagem à boca da urna, apesar da ilegalidade em que incorrem.

Neste sentido, considerou indispensável que «tenhamos consciência de quem se propõe distorcer a verdade, através de fontes não confiáveis», e defendeu que os jornalistas devem agir com base na sua experiência para enfrentar «o relato dominante, algo que fez a TeleSur ao longos dos anos».

A este propósito, disse que, mesmo quando «pensamos que a guerra é muito desequilibrada», é possível «quebrar o discurso dominante».

«As nossas câmaras e jornalistas conseguiram contar a verdade dos factos com coragem, rigor, capacidade técnica e estética», declarou, ao referir-se à cadeia em que trabalha.

Sermos elementos activos da comunicação

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«Só os povos nas ruas, com os governos revolucionários, podem conter o imperialismo»

Ao inaugurar, em Caracas, o Encontro para uma Alternativa Social Mundial, Jorge Arreaza afirmou que são os povos ruas, com os governos revolucionários, que podem criar uma via alternativa.

O secretário executivo da ALBA-TCP, Jorge Arreaza, ao intervir da sessão de boas-vindas 
Créditos / @ALBATCP

Começou esta quinta-feira, na capital venezuelana, o Encontro para uma Alternativa Social Mundial, que se prolonga até sábado, por iniciativa da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) e do Instituto Simón Bolívar.

Ao dar as boas-vindas aos cerca de 500 delegados de 60 países participantes no encontro, o secretário executivo da ALBA-TCP, Jorge Arreaza, abordou os perigos e ameaças hoje existentes na região e no mundo.

Neste contexto de «dificuldades e complexidades», defendeu que é tempo de unidade e de construção de uma alternativa para os povos, que «só nós podemos fazer», referindo-se aos representantes das organizações, movimentos sociais, partidos políticos e intelectuais presentes.

O diplomata venezuelano afirmou que «o imperialismo já está a perder o controlo dos seus pilares» produtivo e financeiro, tendo entrado numa fase de declive em que apenas lhe sobra o pilar militar, tecnológico e comunicacional.

A equatoriana Irene León participou no painel «Perigos e ameaças para a humanidade» / @ALBATCP

Neste sentido, referiu-se à gravidade da situação, porque esse «imperialismo em declínio, como uma fera ferida, dá patadas para tentar prolongar o que está destinado a morrer».

O secretário executivo do bloco de integração latino-americana disse ainda que, «neste claro-escuro», surgem monstros como os que hoje bombardeiam o povo palestiniano.

«Só nós, os povos nas ruas, com os governos revolucionários, podemos conter estes monstros – o imperialismo – e apresentar ao mundo um caminho alternativo», sublinhou.

Num encontro que pretende fomentar a unidade e desenhar estratégias para combater o imperialismo e o intervencionismo norte-americano, Jorge Arreaza afirmou que do conclave deve sair uma «agenda mínima de acção», também para ver o que se pode fazer em matéria de educação, saúde, habitação, cultura e alimentação.

Mundo multipolar é uma realidade tangível

Depois da intervenção de boas-vindas, estavam agendados vários seminários, como «Perigos e ameaças para a humanidade», «A civilização decadente», «Um só imperialismo, um só inimigo» e «A necessidade de um projecto comum».

Ao intervir no painel sobre «Perigos e ameaças para a humanidade», a socióloga equatoriana Irene León afirmou que vivemos «uma batalha política, económica e geopolítica de grande magnitude», num contexto em que «o capital quer esmagar todo o potencial que reside nos nossos povos».

«Estamos perante uma batalha de poder que agita todos os cenários da humanidade», afirmou, destacando igualmente que o «mundo multipolar é uma realidade tangível que começa a mostrar músculo».

Atilio Borón denunciou que a «comunicação social mente de forma escandalosa» / @ALBATCP 

Por seu lado, o sociólogo argentino Atilio Borón sublinhou que «a guerra está a ocorrer nos media» e que, «se não entendermos isso, continuaremos a ser vítimas do império».

«Os meios de comunicação mentem de forma escandalosa», denunciou Borón, que chamou ainda a atenção para a «perseguição implacável na Europa» contra quem «se atreve a falar contra o imperialismo e a NATO».

Debates e seminários até sábado

Esta sexta-feira, o Encontro propõe dois debates: «O princípio da Unidade como elemento transformador», a cargo de Jorge Arreaza; e «Hiper-imperialismo e uma Alternativa Social Mundial», dirigido pelo indiano Vijay Prashad, do Instituto Tricontinental de Investigação Social.

Além dos intelectuais e dirigentes sociais referidos, participam nos debates Rania Khalek (EUA/Líbano), Carlos Rosero (Colômbia), Tebogo Phadu (África do Sul), Marta Martín (Espanha) e Abel Prieto (Cuba), entre outros, provenientes do Brasil, México, Porto Rico ou Guatemala.

Segundo avançou a organização, ao longo do evento haverá mostras de solidariedade com a Palestina, Cuba, Haiti, Venezuela, o povo saarauí e o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas.

A encerrar o Encontro, no sábado, dia 20, realiza-se o Seminário das Juventudes Anti-imperialistas em luta e pela solidariedade.

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«Uma das estratégias fundamentais para criar propostas é que cada um se veja como um elemento activo da comunicação», disse, frisando a necessidade de «empreender o caminho para produzir os nossos próprios conteúdos».

Também destacou a importância de aprender a ler as redes sociais, de «aprender a ler esses conteúdos que hoje estão ao alcance das nossas mãos».

No entender de Villegas, é igualmente importante a criação das «nossas próprias autoestradas de informação, sem depender de canais que são controlados por espaços dominantes que dizem o que fazer e quando».

A este propósito, afirmou que as redes sociais «têm códigos e regras que não são as nossas» e, independentemente de os cumprirmos ou não, «cortam-nos a transmissão e tornam-nos invisíveis».

O II Encontro para uma Alternativa Social Mundial – de Bolívar a Chávez começou esta terça-feira e prossegue hoje, com a realização de painéis de debate sobre a paz, a justiça económica e a justiça política, antes da sessão de encerramento.

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Ao intervir, Socorro Gomes, disse que o mundo da paz é um mundo de povos livres e donos do seu destino, mas advertiu que essa luta tem avanços e retrocessos. «A maior ameaça à paz é a intervenção imperialista», afirmou.

«Hugo Chávez liderou uma verdadeira revolução anti-imperialista em busca da libertação da pátria venezuelana», sublinhou, acrescentando que «o imperialismo tem sido um problema para os povos do mundo».

«O nosso continente foi varrido por golpes de Estado, ditaduras. Tivemos as piores ditaduras impostas pelo imperialismo norte-americano. O imperialismo tem sido um dos piores problemas para a paz», referiu.

«Os Estados Unidos controlam a moeda, o dinheiro, por isso realizam acções de bloqueio e impedem o desenvolvimento livre. Têm o controlo de 90% dos meios de comunicação do mundo», disse Gomes ao intervir.

A destacada activista brasileira, com longo trajecto de luta pela paz e contra o imperialismo, teve também palavras de alerta e denúncia relativas ao genocídio que o Estado de Israel comete na Palestina.

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Além disso, valorizou o papel desempenhado pela ALBA-TCP, que caracterizou como um forte instrumento em defesa da paz e da liberdade dos povos, e da busca de um progresso partilhado, da cooperação internacional e da soberania dos povos.

Nunca a paz esteve tão ameaçada na história recente

Por seu lado, Bahman Azad (EUA) defendeu que nunca como hoje, na história recente, a paz esteve tanto sob ameaça, o que, em seu entender, decorre de alterações na correlação de forças e subsequentes «reacções negativas brutais, criminosas contra os povos e as forças do progresso».

«Somos testemunhas dos crimes contra a humanidade que o Estado sionista de Israel está a cometer contra a Palestina», afirmou, tendo acrescentado que «o povo norte-americano está descontente» com o seu governo por causa do que se está a passar na Palestina.

Elisa Salvador (Angola) destacou que o respeito é a base de qualquer relação e que é fundamental respeitar as opiniões e as escolhas dos outros. «Cada um de nós deve sentir-se, deve ser um agente da paz, denunciar situações de injustiça», defendeu, citada pela TeleSur.

«Não é possível falar de paz efectiva no continente africano porque existem países em conflito. Vivemos na miséria, com fome, com guerra. Como é possível falar de paz?», questionou.

@ALBATCP

«Conhecemos esse inimigo comum, mas temos a necessidade de nos unir. Precisamos de viver essa paz, mas, para poder experimentar essa paz, devemos ter a boa vontade dos nossos dirigentes e governantes», disse.

Estamos em plena guerra ideológica, económica, política e militar

David Denny, do Movimento Caribenho, disse que «estamos no meio de uma guerra ideológica, económica, política e militar». Nesse sentido vincou a necessidade de juntar forças «para defender a nossa região do imperialismo norte-americano».

Posicionou-se contra «qualquer tipo de intervenção no território haitiano» e, nesse contexto, lembrou um tipo muito diferente de «intervenção»: «Cuba enviou mais de 400 médicos para o Haiti.»

«Cuba sempre esteve do lado dos pobres e desfavorecidos, ajudou a libertar África. Temos de ser solidários com os nossos irmãos de Cuba», defendeu.

Já o venezuelano Carolus Wimmer fez questão de expressar a sua solidariedade com o povo e as forças de esquerda dos Estados Unidos.

«Há um povo em luta contra esse sistema injusto, imperialista; um povo que sofre», disse, antes de manifestar a sua solidariedade à esquerda progressista nos EUA.

«É necessário ir ao passado para construir o futuro», afirmou, lembrando que, «para Bolívar, a paz não era pacifismo, não era a tranquilidade; para Bolívar, a paz era a justiça, a independência, a liberdade».

«Temos de continuar a lutar todos os dias; o inimigo espera que baixemos a guarda. Não há descanso», defendeu.

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Neste contexto, o documento sublinha que «o respeito pela soberania e a autodeterminação dos povos é um princípio que qualquer projecto revolucionário deveria ter como prioridade». Mesmo no meio da pressão externa de carácter reaccionário, essa deve ser uma bandeira política nas relações internacionais, defende.

Acrescentam os movimentos que o destino do povo venezuelano será decidido pelas suas instituições legítimas, não pelos meios de comunicação, pela Organização de Estados Americanos (OEA), pelos Estados Unidos ou por qualquer país da região.

Sobre as sugestões realizadas por alguns sectores «progressistas» da região, os movimentos sociais e populares da Alba, que «conhecem, amam e defendem o povo bolivariano», repudiam qualquer intervenção que se destine a não reconhecer os resultados de um processo eleitoral concluído.

Tais insinuações – criticam – «não são outra coisa que o desconhecimento da sua soberania, e uma falta de respeito pela vontade do seu povo expressa nas urnas a 28 de Julho».

A este propósito, dizem ser conhecedores do «espírito democrático dos governos do Brasil e da Colômbia, e esperam que os seus dirigentes estejam à altura dos povos que representam e que os elegeram».

Mais afirmam que, neste contexto, que «nem Petro jamais entraria numa "Frente Nacional" liderada por Álvaro Uribe; nem Lula faria parte de uma coligação que Bolsonaro liderasse».

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É possível «quebrar o discurso dominante»

No primeiro dia do II Encontro para uma Alternativa Social Mundial, em Caracas, Patricia Villegas, jornalista da TeleSur, vincou a importância de que «cada um se veja como um elemento activo da comunicação».

Créditos / VTV

O Teatro Simón Bolívar, em Caracas, foi palco da abertura do II Encontro para uma Alternativa Social Mundial – de Bolívar a Chávez, que esteve a cargo de Jorge Arreaza, secretário executivo da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP).

Seguiram-se três painéis de debate, o primeiro dos quais centrado no tema «Comunicação e Resistência: o papel dos meios de comunicação na geopolítica actual», com a participação, entre outros, dos jornalistas Darión Roque (Cuba), Vivian Fernandes (Brasil), Alan McLeod (Reino Unido) e Patricia Villegas (Venezuela).

No encontro organizado pela ALBA-TCP e o Instituto Simón Bolívar, Villegas destacou a necessidade de contar a verdade da Venezuela perante os meios dominantes, que «manipulam a realidade do país sul-americano».

Em seu entender, está em curso um plano para atentar contra a vontade do povo venezuelano, ao avançar-se com a ideia de uma fraude eleitoral, «pelo que é nosso dever agir para divulgar a verdade na Venezuela».

Intervenção de Jorge Arreaza / @venanalysis

Entre outros aspectos da sua intervenção, a jornalista venezuelana destacou a militância e o activismo digitais, tendo em conta as «novas tendências de informação através das redes sociais e o uso abrangente da Internet».

Lembrando que no seu país não são legais os resultados à boca da urna e que é necessário aguardar pela contagem do poder eleitoral, Villegas afirmou que as agências internacionais e os meios dominantes vão procurar recorrer à contagem à boca da urna, apesar da ilegalidade em que incorrem.

Neste sentido, considerou indispensável que «tenhamos consciência de quem se propõe distorcer a verdade, através de fontes não confiáveis», e defendeu que os jornalistas devem agir com base na sua experiência para enfrentar «o relato dominante, algo que fez a TeleSur ao longos dos anos».

A este propósito, disse que, mesmo quando «pensamos que a guerra é muito desequilibrada», é possível «quebrar o discurso dominante».

«As nossas câmaras e jornalistas conseguiram contar a verdade dos factos com coragem, rigor, capacidade técnica e estética», declarou, ao referir-se à cadeia em que trabalha.

Sermos elementos activos da comunicação

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«Só os povos nas ruas, com os governos revolucionários, podem conter o imperialismo»

Ao inaugurar, em Caracas, o Encontro para uma Alternativa Social Mundial, Jorge Arreaza afirmou que são os povos ruas, com os governos revolucionários, que podem criar uma via alternativa.

O secretário executivo da ALBA-TCP, Jorge Arreaza, ao intervir da sessão de boas-vindas 
Créditos / @ALBATCP

Começou esta quinta-feira, na capital venezuelana, o Encontro para uma Alternativa Social Mundial, que se prolonga até sábado, por iniciativa da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) e do Instituto Simón Bolívar.

Ao dar as boas-vindas aos cerca de 500 delegados de 60 países participantes no encontro, o secretário executivo da ALBA-TCP, Jorge Arreaza, abordou os perigos e ameaças hoje existentes na região e no mundo.

Neste contexto de «dificuldades e complexidades», defendeu que é tempo de unidade e de construção de uma alternativa para os povos, que «só nós podemos fazer», referindo-se aos representantes das organizações, movimentos sociais, partidos políticos e intelectuais presentes.

O diplomata venezuelano afirmou que «o imperialismo já está a perder o controlo dos seus pilares» produtivo e financeiro, tendo entrado numa fase de declive em que apenas lhe sobra o pilar militar, tecnológico e comunicacional.

A equatoriana Irene León participou no painel «Perigos e ameaças para a humanidade» / @ALBATCP

Neste sentido, referiu-se à gravidade da situação, porque esse «imperialismo em declínio, como uma fera ferida, dá patadas para tentar prolongar o que está destinado a morrer».

O secretário executivo do bloco de integração latino-americana disse ainda que, «neste claro-escuro», surgem monstros como os que hoje bombardeiam o povo palestiniano.

«Só nós, os povos nas ruas, com os governos revolucionários, podemos conter estes monstros – o imperialismo – e apresentar ao mundo um caminho alternativo», sublinhou.

Num encontro que pretende fomentar a unidade e desenhar estratégias para combater o imperialismo e o intervencionismo norte-americano, Jorge Arreaza afirmou que do conclave deve sair uma «agenda mínima de acção», também para ver o que se pode fazer em matéria de educação, saúde, habitação, cultura e alimentação.

Mundo multipolar é uma realidade tangível

Depois da intervenção de boas-vindas, estavam agendados vários seminários, como «Perigos e ameaças para a humanidade», «A civilização decadente», «Um só imperialismo, um só inimigo» e «A necessidade de um projecto comum».

Ao intervir no painel sobre «Perigos e ameaças para a humanidade», a socióloga equatoriana Irene León afirmou que vivemos «uma batalha política, económica e geopolítica de grande magnitude», num contexto em que «o capital quer esmagar todo o potencial que reside nos nossos povos».

«Estamos perante uma batalha de poder que agita todos os cenários da humanidade», afirmou, destacando igualmente que o «mundo multipolar é uma realidade tangível que começa a mostrar músculo».

Atilio Borón denunciou que a «comunicação social mente de forma escandalosa» / @ALBATCP 

Por seu lado, o sociólogo argentino Atilio Borón sublinhou que «a guerra está a ocorrer nos media» e que, «se não entendermos isso, continuaremos a ser vítimas do império».

«Os meios de comunicação mentem de forma escandalosa», denunciou Borón, que chamou ainda a atenção para a «perseguição implacável na Europa» contra quem «se atreve a falar contra o imperialismo e a NATO».

Debates e seminários até sábado

Esta sexta-feira, o Encontro propõe dois debates: «O princípio da Unidade como elemento transformador», a cargo de Jorge Arreaza; e «Hiper-imperialismo e uma Alternativa Social Mundial», dirigido pelo indiano Vijay Prashad, do Instituto Tricontinental de Investigação Social.

Além dos intelectuais e dirigentes sociais referidos, participam nos debates Rania Khalek (EUA/Líbano), Carlos Rosero (Colômbia), Tebogo Phadu (África do Sul), Marta Martín (Espanha) e Abel Prieto (Cuba), entre outros, provenientes do Brasil, México, Porto Rico ou Guatemala.

Segundo avançou a organização, ao longo do evento haverá mostras de solidariedade com a Palestina, Cuba, Haiti, Venezuela, o povo saarauí e o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas.

A encerrar o Encontro, no sábado, dia 20, realiza-se o Seminário das Juventudes Anti-imperialistas em luta e pela solidariedade.

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«Uma das estratégias fundamentais para criar propostas é que cada um se veja como um elemento activo da comunicação», disse, frisando a necessidade de «empreender o caminho para produzir os nossos próprios conteúdos».

Também destacou a importância de aprender a ler as redes sociais, de «aprender a ler esses conteúdos que hoje estão ao alcance das nossas mãos».

No entender de Villegas, é igualmente importante a criação das «nossas próprias autoestradas de informação, sem depender de canais que são controlados por espaços dominantes que dizem o que fazer e quando».

A este propósito, afirmou que as redes sociais «têm códigos e regras que não são as nossas» e, independentemente de os cumprirmos ou não, «cortam-nos a transmissão e tornam-nos invisíveis».

O II Encontro para uma Alternativa Social Mundial – de Bolívar a Chávez começou esta terça-feira e prossegue hoje, com a realização de painéis de debate sobre a paz, a justiça económica e a justiça política, antes da sessão de encerramento.

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«A extrema-direita, antidemocrática por definição, jamais o permitiria. Não faz sentido, nem sequer pragmático, pedir à Venezuela que o faça», declaram.

«Não nos confundamos, nem nos enganemos: o inimigo continua a ser o mesmo, embora se disfarce com novas roupas e novas máscaras», afirma o texto, no qual se declara lealdade sem claudicar à luta pela «segunda e definitiva independência», e pela defesa da «soberania do nosso continente».

Num texto publicado quinta-feira à noite no Página 12, a Rede de Intelectuais e Artistas em Defesa da Humanidade (REDH) – Capítulo Argentina também se mostrou bastante crítica com a proposta «insólita» de um «governo de coabitação transitório e novas eleições livres» na Venezuela.

Além de perguntar aos dirigentes «progressistas» sul-americanos por que razão não respeitam os prazos legais em vigor na Venezuela, a Rede lamenta a plena sintonia com «o projecto de Washington» e pergunta a Lula e a Petro por que não «coabitaram» com os fascistas que assaltaram as instituições em Brasília ou com Uribe Vélez.

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Também neste contexto, criticou «a cobardia do senhor Edmundo González, que não aparece em lado nenhum, não dá a cara pela sua própria gente».

Diosdado Cabello lembrou que alguns jovens foram «chamados» por estes extremistas e acabaram por morrer, sublinhando que as fatalidades foram provocadas pela oposição radical de direita para depois acusar o governo de Maduro de ser responsável por elas.

«Embora fique claro pelas investigações que não há uma queixa contra os organismos do Estado por essas mortes; foram assassinados por eles mesmos», frisou, sublinhando que alguns «porta-vozes internacionais se deixam ir nesses enganos».

Em todo o caso, mostrou-se confiante. «Não nos vão derrotar, vamos continuar a vencer», destacou. «Eles ficaram sem argumentos e nós estamos com a Constituição e a Lei na mão», acrescentou.

«Este povo, este país tem muita consciência. Derrotámo-los a 28 [de Julho] nas eleições, a 29 e 30 nas ruas, e vamos derrota-los agora com a consciência do povo», declarou.

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Centrando-se no caso da Venezuela, Rodríguez deu como exemplo a guerra mediática a que Revolução Bolivariana esteve e está sujeita. «Contra Chávez, nas redes sociais desenvolveram uma campanha em que diziam que ele te tiraria a casa, os filhos, uma guerra psicológica para pôr um país contra o governo, quando, na verdade, o Comandante Chávez corrigiu a imensa desigualdade que existia na Venezuela do petróleo», frisou.

Agora, a investida tem Nicolás Maduro como alvo e intensificou-se. «Mas não conseguiram, nem vão conseguir», disse Rodríguez em relação às práticas da extrema-direita no país.

Sionismo e fascismo são ameaças

Participante no Congresso Mundial contra o Fascismo, Neofascismo e outras Expressões Semelhantes, Hiru Anderi, jornalista venezuelana e activista pró-palestiniana, falou à VTV, tendo defendido que o termo «sionista» deve ser incluído na Lei contra o Fascismo, Neofascismo e Expressões Semelhantes que se discute na Assembleia Nacional.

Anderi propôs ainda a criação de uma rede internacional antifascista e anti-sionista «que permita desmascarar e combater o sionismo em todas as suas formas».

No entender da fundadora da Plataforma de Solidariedade com a Causa Palestiniana, o sionismo e o fascismo não ameaçam apenas a Venezuela, mas também outros países da região, que foram alvo de acções de desestabilização.

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