O militante da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) exige também ser transferido para a prisão, para poder continuar a greve da fome ao lado de outros presos palestinianos. A carta, que pode ser lida em inglês no portal samidoun.net, termina com as palavras: «Liberdade ou martírio. A vitória é inevitável».
Bilal Kayed, actualmente detido em regime de máxima segurança no centro médico de Barzilai, em Ashkelon (Israel), está em greve de fome desde 15 de Junho, em protesto contra o facto de as autoridades israelitas o terem condenado a seis meses de detenção administrativa – internamento sem julgamento nem culpa formada – no dia (13 de Junho) em que devia ter sido libertado, depois de cumprido uma pena de 14 anos e meio de prisão, informa na sua página o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).
Desde que foi enviado para o hospital de Barzilai, Kayed tem sempre a mão direita e o pé esquerdo algemados à cama. Além disso, há sempre no quarto três guardas israelitas e uma câmara de vigilância, impedindo qualquer privacidade, mesmo durante as visitas do seu advogado, que são limitadas a meia hora.
Kayed informou igualmente que os deputados da Lista Conjunta – coligação de partidos palestinianos e da esquerda não sionista em Israel – foram proibidos de o visitar. Acrescentou que era molestado por extremistas israelitas que visitam o hospital e pelos seus guardas, que acusou de lhe tirarem fotografias durante o sono e de baixarem a temperatura do ar condicionado quando se queixava de frio, refere ainda o texto divulgado pelo MPPM.
A saúde de Kayed deteriorou-se gravemente ao cabo de mais de mês e meio em greve de fome. O prisioneiro palestiniano tem dificuldade em manter-se de pé ou caminhar, perde repetidamente a consciência, sofre de perda de visão e já perdeu mais de 32 quilos.
Solidariedade com Kayed
Farah Bayadsa, advogada da organização palestiniana de direitos dos presos Addameer, visitou Kayed no domingo e testemunhou as condições da sua detenção. A Addameer considera que o aprisionamento de Kayed é uma violação dos direitos humanos e exige a sua libertação imediata, assim como o fim de todas as medidas punitivas contra os presos que manifestam a sua solidariedade com Bilal Kayed.
Ahmad Sa'adat, destacado dirigente palestiniano e secretário-geral da FPLP, é um dos 23 presos palestinianos das prisões de Ofer e de Ramon que se juntaram a dezenas de outros presos numa greve de fome colectiva e por tempo indeterminado para exigir a libertação de Bilal Kayed. Sa'adat foi imediatamente transferido para reclusão solitária. Neste momento há mais de 100 presos palestinianos em greve de fome para exigir a libertação de Kayed.
A luta pela libertação de Bilal Kayed tem adquirido proporções crescentes, com manifestações tanto na Palestina como a nível internacional. Mais de 170 organizações já assinaram um apelo pela sua imediata libertação.
De acordo com a Addameer, em Maio deste ano mais de 7000 palestinianos estavam encarcerados em centros de detenção israelitas, 715 dos quais eram detidos administrativos.
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