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Parlamento da Galiza unânime a solicitar o fim do bloqueio a Cuba

Por iniciativa do BNG, o Parlamento galego adoptou uma resolução em que se apela ao levantamento do bloqueio económico, comercial e financeiro que os EUA mantêm contra Cuba.

A Assembleia Geral das Nações Unidas tem votado de forma esmagadora contra o bloqueio imposto pelos EUA contra Cuba 
Créditos / eldiario.es

A iniciativa apresentada no Parlamento da Galiza pelo Bloque Nacionalista Galego (BNG), que pede também solidariedade com o país caribenho no que respeita à aquisição de seringas destinadas à vacinação contra o coronavírus, foi aprovada por unanimidade, ou seja, até com o apoio do PP, que noutros quadrantes, nomeadamente no Parlamento Europeu, não hesita em «carregar» na propaganda contra Cuba.

Ainda não passaram muitos meses desde que os «populares» espanhóis pediram a demissão de quem, em nome da União Europeia, tinha enviado uma carta ao presidente norte-americano, Joe Biden, a pedir o levantamento do bloqueio imposto à Ilha. Então, lembra eldiario.es, a iniciativa pareceu-lhes «disparatada», um «facto grave» numa «linha de actuação totalmente desafortunada e errática».

Na Galiza, o Bloque conseguiu que «socialistas» e «populares» se unissem em torno de um texto que pede o levantamento de um bloqueio que há quase seis décadas asfixia o país caribenho e solicita a adesão para a campanha internacional, dinamizada pela Solidariedade para o Desenvolvimento e a Paz, de recolha de fundos para a compra de seringas.

Montse Prado, deputada do BNG, sublinhou a importância desta campanha e recordou que, apesar do bloqueio, Cuba foi capaz de criar vacinas próprias contra a Covid-19.

«O embargo é uma política cruel»

A deputada do Bloque destacou o enorme impacto do bloqueio sobre os 11 milhões de cubanos, agravado durante a pandemia. «O embargo é uma política cruel que provoca sofrimento, privações e carências ao povo cubano, e tem-se endurecido deliberadamente durante esta pandemia», disse, frisando que a «política de asfixia não causa danos só ao governo cubano, mas a todo um povo».

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O mundo novamente com Cuba

A Assembleia Geral da ONU voltou a aprovar, de forma esmagadora, a resolução que pede o fim do bloqueio a Cuba. A diplomacia cubana sublinhou o «indiscutível isolamento dos Estados Unidos».

 Resultado da votação, na Assembleia Geral das Nações Unidas, da resolução apresentada por Cuba contra o bloqueio imposto pelos EUA, a 7 de Novembro de 2019
Créditos / HispanTV

A resolução «Necessidade de pôr fim ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba» foi aprovada, esta quinta-feira, com 187 votos a favor e as abstenções da Colômbia e da Ucrânia. Apenas se opuseram ao levantamento do bloqueio os Estados Unidos, Israel e o Brasil. A Moldávia não exerceu o seu direito ao voto, pelo que não entrou na contagem da votação.

Trata-se da 28.ª vez consecutiva, desde 1992, que a grande maioria dos estados-membros das Nações Unidas pede, na sua Assembleia Geral, o levantamento do cerco imposto por Washington à ilha caribenha há quase seis décadas.

Na véspera do dia de votação, mais de 40 representantes de países e organizações internacionais, como o Movimento de Países Não Alinhados e o Grupo dos 77 mais China (G77+China), pronunciaram-se contra o bloqueio e exigiram o fim da sua aplicação.

Diplomatas e altos representantes de vários países condenaram o recrudescimento da política hostil, bem como as medidas coercitivas unilaterais impostas pelos Estados Unidos a Cuba.

Ao intervirem – lembra a Prensa Latina –, denunciaram de modo reiterado o aumento das agressões de Washington contra a maior ilha das Antilhas e sublinharam que o cerco norte-americano representa o principal obstáculo ao desenvolvimento sustentável de Cuba, constituindo além disso uma violação dos direitos humanos de todo um povo.

Fortes pressões e chantagens dos EUA

Apesar da rejeição esmagadora do cerco a Cuba na Assembleia Geral das Nações Unidas desde 1992, a administração norte-americana não só insiste na sua política hostil como a incrementa. Para além disso, à semelhança de outros anos, os EUA voltaram a exercer fortes pressões e chantagens sobre vários países – sobretudo os latino-americanos – para que alterassem o seu posicionamento relativamente ao bloqueio.


Tais medidas e manobras de bastidores foram denunciadas pelo ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, que lembrou ainda o fracasso da representação dos EUA nas Nações Unidas, o ano passado, na tentativa de emendar e alterar a natureza do documento, e, desse, modo, enfraquecer o apoio a Cuba.

De acordo com dados oficiais divulgados pelas autoridades cubanas, o cerco imposto por Washington a Cuba há quase seis décadas provocou prejuízos superiores a 922 630 000 000 de dólares. No entanto, destacou o diplomata cubano, «os danos humanos causados por essa política genocida são incalculáveis».

No debate sobre a resolução, o ministro cubanos dos Negócios Estrangeiros afirmou que os Estados Unidos não têm «qualquer autoridade moral para criticar o seu país ou outro qualquer em matéria de direitos humanos», tendo apresentado diversos dados sobre pobreza, desigualdade, apoios sociais, saúde, educação, violência, racismo ou repressão que fazem dos EUA um dos maus exemplos, a nível mundial, no que aos direitos humanos respeita.

Na sua conta de Twitter, Bruno Rodríguez, referiu-se ainda à votação como «uma outra contundente vitória de Cuba, do seu povo heróico», que reflecte um «indiscutível isolamento dos EUA».

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No próximo dia 23, a Assembleia Geral das Nações Unidas vota de novo uma resolução sobre a «Necessidade de pôr fim ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba», lembrou ainda Montse Prado, destacando o facto de, ano após ano, desde 1992, o bloqueio ter sido condenado por esmagadora maioria na Assembleia Geral 28 vezes consecutivas, a última das quais em 2019.

Então, recordou, 187 países votaram contra o bloqueio imposto a Cuba – um voto «quase unânime», uma vez que só Estados Unidos, Israel e Brasil votaram a favor, e apenas Ucrânia e Colômbia se abstiveram.

A resolução aprovada será enviada à Xunta, aos consulados de Cuba e dos Estados Unidos na Galiza, e às embaixadas de ambos os países na capital de Espanha – país onde se assiste igualmente a uma intensa campanha solidária com o país caribenho.

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