«Foi lançada uma operação militar anti-drogas na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela», escreveu Gustavo Petro na sua conta de Twitter (X), na sequência da mensagem divulgada por Maduro sobre a presença de um amplo destacamento militar venezuelano na fronteira entre ambos os países.
Nicolás Maduro explicou que o exercício abarca regiões do Norte do estado de Táchira que fazem fronteira com o departamento colombiano de Norte de Santander, onde se têm registado confrontos entre grupos armados, que levaram o governo colombiano a decretar o «Estado de Agitação Interna».
Na sua conta de Telegram, o chefe de Estado venezuelano referiu que a acção é coordenada com o executivo do país vizinho e que se dá na busca de uma «ideia de desenvolvimento binacional, integrado, económico, social, com um carácter profundamente humano e também unitário entre os nossos povos».
«Bom dia! Arrancou a Operação Relâmpago do Catatumbo, como parte do Exercício Popular, Militar e Policial Escudo Bolivariano 2025, em toda a fronteira com a nossa irmã Colômbia, em coordenação com o governo do presidente Gustavo Petro», escreveu Maduro ao anunciar o começo da iniciativa.
No Twitter (X), Gustavo Petro disse ainda que procura «a colaboração entre exércitos na luta contra o ELN» e defendeu que «uma fronteira sem máfias deve ser o objectivo final para a tranquilidade da população, a paz e a soberania».
Serviços secretos venezuelanos a par de operações do paramilitarismo colombiano
No programa de rádio «Sin truco, ni maña», Diosdado Cabello, ministro venezuelano do Interior, Segurança e Paz, disse que a acção no Catatumbo venezuelano se realiza «devido às investigações de contra-espionagem e informações» relativas a uma incursão paramilitar naquela zona.
«Recordemos que a Venezuela está sob acosso do imperialismo e os mercenários que capturámos confessaram que um grupo de paramilitares enviados por Iván Duque e Álvaro Uribe iriam entrar naquela zona e, quando ocorreu a violência do lado colombiano, já tínhamos 2000 efectivos destacados», explicou Cabello.
Posteriormente, o ministro da Defesa, Vlamidir Padrino, explicou que a operação abrange uma área de 10 mil quilómetros quadrados na fronteira com a Colômbia, entre os estados venezuelanos de Zulia e Táchira, que envolve mais de 5000 efectivos.
Duzentos mercenários detidos e muitas acusações a Uribe
No programa de rádio, Diosdado Cabello destacou ainda o facto de terem sido capturados, entre o final de 2024 e o princípio deste ano, 200 mercenários que pretendiam desestabilizar a Venezuela.
Estas detenções, explicou o ministro, tiveram lugar depois de três meses de investigações e de uma defesa permanente da região fronteiriça, com o objectivo de assegurar a paz e a soberania do país.
«O Catatumbo é uma região que tem um lado colombiano e um venezuelano», lembrou Cabello, sublinhando que no lado venezuelano «não se passa nada» e acusando o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe de ser responsável pela violência no país vizinho.
Além de Uribe – presidente da Colômbia entre 2002 e 2010, que Cabello acusou de dirigir «o grupo de maiores delinquentes e terroristas do mundo» – , o ministro venezuelano responsabilizou os também ex-presidentes colombianos Juan Manuel Santos (2010-2018) e Andrés Pastrana (1998-2002) de serem os promotores «das bases militares dos Estados Unidos que há na zona, para proteger os grupos do narcotráfico».
«A Venezuela está a proteger as suas fronteiras», acrescentou, sublinhando o facto de o governo de Petro estar a fazer o mesmo para salvaguardar a região do Catatumbo.
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