Num comunicado lido à imprensa pelo presidente do Poder Eleitoral, Elvis Amoroso, afirma-se que «seria imoral» permitir a participação do bloco europeu nas eleições referidas – o 31.º acto eleitoral no contexto da revolução bolivariana –, tendo em conta «as suas práticas neocoloniais e de intervencionismo» contra o país sul-americano.
A CNE afirma que a medida foi tomada «no exercício da nossa soberania e dos interesses do povo», sublinhando que a presença da Missão Europeia de Supervisão Eleitoral não seria bem-vinda «num processo eleitoral tão importante para a democracia, a paz da nação venezuelana e do mundo».
A nota abordou de forma breve os «danos patrimoniais incalculáveis» causados à República Bolivariana da Venezuela pelas sanções da UE, que afectaram «a saúde de crianças e idosos», ao impedirem o acesso a medicamentos e alimentos.
Amoroso destacou o «roubo indiscriminado» a empresas, reservas de ouro e outros recursos do país, «com a cumplicidade da UE e o silêncio de várias organizações internacionais», indica a TeleSur.
Assim, a CNE exigiu que ao bloco europeu que levante todas as medidas coercivas unilaterais impostas ao povo venezuelano, e o fim do seu «posicionamento hostil» em relação ao país caribenho.
Recorde-se que, no passado dia 14, a Assembleia Nacional aprovou uma proposta no sentido de o Poder Eleitoral retirar o convite feito a observadores da UE, depois de esta ter reafirmado as sanções a Caracas, com excepção de quatro funcionários.
O presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, acusou a UE de ser servil aos interesses de Washington e de não querer eleições livres e democráticas no país, mas que nele governe uma marioneta da Casa Branca.
Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Yván Gil, afirmou que a UE insiste «nas suas práticas abusivas, sem aplicar qualquer correcção ao seu errado intervencionismo contra a Venezuela».
Mais de 200 personalidades de todo o mundo convidadas
A CNE reafirmou o convite a mais de 200 personalidades dos cinco continentes para participarem como observadores das eleições presidenciais marcadas para 28 de Julho, sublinhando que o desempenho da função exige o respeito pela legislação venezuelana sobre a matéria.
Entre as instituições referidas contam-se a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), a Comunidade das Caraíbas (Caricom), a União Inter-americana de Organismos Eleitorais (Uniore) e o Painel de Especialistas das Nações Unidas.
Também a União Africana, o Centro Carter, o Conselho de Especialistas Eleitorais da América Latina e o Observatório do Pensamento Estratégico para a Integração Regional (Opeir), entre outras.
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