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Preço dos alimentos sofre grande aumento no Reino Unido

A inflação dos preços de supermercado no Reino Unido disparou para um recorde de 14,7%, fazendo aumentar a despesa média em 777 euros num ano.

Créditos / Al Mayadeen

De acordo com os dados publicados pelo Kantar Worldpanel, o custo das compras de supermercado para os residentes no Reino Unido atingiu um aumento de 682 libras (777 euros) num ano, por comparação com igual período do ano passado, e cerca de 40 libras (45 euros) por comparação com o mês anterior.

O relatório da indústria do retalho alertou que é ainda prematuro antever o momento em que a inflação vai atingir o pico, informando que a inflação relativa ao preço dos alimentos atingiu um novo recorde, de 14,7%, em Outubro, depois de, em Setembro, ter alcançado os 13,9%.

Vários indicadores apontam para a preocupação dos consumidores com o aumento do custo de vida. A título de exemplo, a Sainsbury's, segunda maior cadeia de supermercados no Reino Unido, afirma que as pessoas estão a comer menos vezes fora e a preferir comer em casa, numa tentativa de poupar e fazer frente ao impacto iminente das facturas de energia no período de Inverno, refere a Al Mayadeen.

O relatório do Kantar aponta ainda que famílias com mais dificuldades económicas compram mais em lojas de desconto e favorecem marcas brancas ou dos próprios supermercados, cuja procura registou um aumento de 10,3% nas últimas quatro semanas.

Fraser McKevitt, responsável pela informação do consumidor e retalho no Kantar, destacou à imprensa o novo recorde de preços de supermercado, considerando que é demasiado cedo para dizer que é «o pico».

«Os consumidores enfrentam um aumento de 682 libras na sua conta anual de supermercado se continuarem a comprar os mesmos produtos, e mais de um quarto (27%) afirmam que têm dificuldades económicas, o dobro do registado em Novembro do ano passado», acrescentou.

«Nove em cada dez deste grupo dizem que os preços mais elevados dos alimentos e bebidas são uma grande preocupação, só ultrapassada pelas contas de energia; então, é evidente como a inflação dos preços de supermercado está a atingir as carteiras das pessoas e fazer crescer as suas preocupações domésticas», disse.

Confrontados com a crise do custo de vida e a diminuição do poder de compra, num contexto em que as sanções impostas à Rússia e escalada belicista na Ucrânia são aproveitadas como justificação para aumentar os preços, e em que os accionistas continuam a receber dividendos chorudos nas grandes multinacionais, sucedem-se as manifestações e as greves em vários sectores de actividade, como transportes e educação, no Reino Unido.

Espanha, França, Alemanha, Bélgica, Itália, entre outros países europeus, também têm sido palco de acções, mobilizações e paralisações em defesa do aumento dos salários e das pensões, da nacionalização do sector da energia, contra a NATO e pelo fim da guerra.

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