Rússia nega envolvimento no ataque a uma escola em Idlib

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa negou que o país seja responsável pelo ataque aéreo ontem perpetrado contra uma escola na província de Idlib (Síria) e exigiu uma investigação internacional do caso.

Escola atacada esta quarta-feira na aldeia de Hass, na província síria de Idlib
CréditosRT

Pelo menos 28 civis, na sua grande maioria crianças, foram mortos na sequência de um ataque aéreo realizado esta quarta-feira contra uma escola na aldeia de Hass, na província síria de Idlib.

O incidente foi inicialmente revelado pelo controverso Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado em Londres e que se opõe ao governo de Bashar al-Assad, e pelos não menos controversos Capacetes Brancos (acusados de ligações estreitas aos «rebeldes»), informa a RT. Diversos órgãos de comunicação social foram céleres a culpar a aviação russa e síria.

«Toda a gente culpou as forças russas e sírias pelo ataque, dizendo de forma directa que se tratava de um bombardeamento realizado pela Rússia e a Síria. Isso é mentira. A Rússia não tem nada a ver com esta terrível tragédia, com o ataque», disse, hoje, em Moscovo, a porta-voz do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, revela a agência Tass.

O último boletim emitido pelo Centro Russo para a Reconciliação não faz referência a qualquer operação na província de Idlib. Zakharova disse que o ministério está a investigar os dados relativos ao ataque desta quarta-feira e apelou às organizações internacionais para que se envolvam na investigação do caso. «Esta tragédia requer a máxima atenção e uma investigação imediata», disse.

O director executivo da UNICEF, Anthony Lake, disse que este será, provavelmente, o ataque mais mortífero a uma escola na Síria desde o início do conflito.

ONU deve provar acusações sobre Alepo

O representante permanente da Rússia junto das Nações Unidas, Vitaly Churkin, criticou, ontem, o Subsecretário-geral das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários, Stephen O'Brien, que tinha acusado as forças russas e sírias de bombardearem Alepo Leste de forma indiscriminada.

Falando na sessão de ontem do Conselho de Segurança da ONU, o diplomata russo pediu a O'Brien que apresente provas desses ataques e lembrou que, na semana passada, «em resposta a um apelo da ONU e como um gesto de boa-vontade, a Força Aérea Russa e a Força Aérea Síria decidiram interromper os voos na região de Alepo às 10h do dia 18 de Outubro». Desde então, «nenhum avião esteve a menos de 10 km da cidade», disse. Esta moratória sobre os voos dura há nove dias, informa a Tass.

Para o representante russo, o Subsecretário-geral das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários construiu o seu discurso sobre os bombardeamentos «como se eles nunca tivessem sido interrompidos». «Se tiver alguma informação sobre ataques com mísseis ou bombas, peço-lhe que a forneça», disse Churkin, acrescentando que espera «uma análise objectiva» da situação actual.

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