Numa conferência de imprensa que deram esta quarta-feira em Bilbau, os sindicatos ELA, LAB, STEILAS, ESK, CCOO Euskadi, UGT Euskadi, CNT e EHNE Bizkaia uniram-se em torno da luta do povo saarauí, a quem reafirmaram a sua solidariedade.
Procurando contextualizar a situação que actualmente se vive no Saara Ocidental, explicaram que no passado dia 13 de Novembro as Forças Armadas marroquinas quebraram o cessar-fogo vigente desde 1991 ao atacar os civis saarauís que se manifestavam pacificamente em El Guergarat (ou Guerguerat), desde 21 de Outubro.
Com o protesto, queriam denunciar «a persistência da abertura ilegal construída por Marrocos» no chamado muro da vergonha, para fins comerciais e para dar saída à «pilhagem massiva» dos recursos do povo saarauí, tal como referiu num comunicado a Frente Polisário.
Tendo em conta a ofensiva marroquina e agindo em defesa dos civis saarauís, a Frente Polisário declarou a guerra e lançou uma série de ataques ao longo do muro construído por Marrocos.
Tal como já o haviam feito no contexto das manifestações realizadas dia 16 em Bilbau e Donostia (San Sebastián), convocadas pela Diáspora Saarauí na Biscaia, a organização internacionalista basca Askapena, o Komite Internazionalistak, entre outros, os sindicatos bascos reafirmaram a sua solidariedade com o povo saarauí e a Frente Polisário.
Fizeram também questão de apontar o Reino de Marrocos como «absoluto responsável da ruptura do cessar-fogo», bem como a falta de acção da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Saara Ocidental (Minurso) nos últimos 45 anos, informa o portal ecuadoretxea.org.
Sublinharam, além disso, a falta de protecção aos civis saarauís que se manifestavam por parte da Missão das Nações Unidas – que a Frente Polisário acusa de se ter tornado «um observador passivo das acções anexionistas de Marrocos com o objectivo de entrincheirar à força e "normalizar" a sua ocupação ilegal de partes do Saara Ocidental».
Exigiram ao governo espanhol, como já o haviam feito, que assuma as suas responsabilidades e lidere, em conjunto com a Minurso, o referendo que reconheça o direito à autodeterminação do povo saarauí.
Na perspectiva dos sindicatos bascos, aquilo que se passou evidencia a falta de respeito marroquina por um compromisso assumido, bem como a indiferença da comunidade internacional perante as violações dos acordos e do direito internacional por parte do Reino de Marrocos.
«O povo basco foi e continua a ser um povo solidário com a justa causa do povo saarauí», afirmaram representantes sindicais na conferência de imprensa, sublinhando que, também agora, não vão deixar o povo saarauí sozinho.
Por isso, unidos, fizeram um apelo à participação nas mobilizações que convocaram para o próximo dia 21, ao meio-dia, em toda a Comunidade Autónoma Basca.
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