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Síria: desertor revela mais detalhes do envolvimento dos EUA com terroristas

Um desertor capturado admitiu ter sido treinado e pago pelos EUA, e que os «militantes» foram enviados para o Eufrates para realizar acções de sabotagem. Quem quer ganhar mais vai para Hasaka ou Idlib.

A Síria acusa as tropas norte-americanas de mais uma «cooperação» com os terroristas do Daesh, desta vez envolvendo «ouro roubado»
Os russos há muito que acusam os militares dos EUA de treinarem terroristas na região de al-Tanf Créditos / Sputnik News

As tropas de ocupação norte-americanas, que controlam uma área de 55 quilómetros em redor da base ilegal de al-Tanf, no Sul da Síria, têm sido reiteradamente acusadas por Damasco e Moscovo de impedir a saída dos refugiados daquela região, em particular do campo de Rukban.

Além disso, os russos chegaram a chamar à zona estratégica que circunda al-Tanf – onde se juntam as fronteiras da Síria, da Jordânia e do Iraque – um «grande buraco negro», uma zona controlada pela coligação liderada pelos norte-americanos, onde, acusa Moscovo, operam e são treinados combatentes terroristas.

As informações agora veiculadas pela imprensa – agências Sputnik, TASS e Prensa Latina e os portais Fort Russ e News Front, entre outros –, com base no depoimento de um desertor capturado em Fevereiro, vêm confirmar as acusações russas.

Terroristas treinados e pagos pelos EUA

Sultan Aid Abdella Souda, preso como desertor pelos serviços secretos do Exército Árabe Sírio (EAS) ao tentar regressar a território controlado pelo governo, afirmou que, em 2016, se juntou ao grupo jihadista Maghawir al-Thawra, tendo sido treinado por instrutores norte-americanos em «actividades subversivas».

No depoimento – gravado em vídeo pelos militares sírios, que o puseram à disposição da imprensa russa e síria –, Souda revelou que eram os «americanos» que planeavam as operações e que pagavam aos «militantes» um salário mensal de 500 dólares.

Quanto às armas, «não havia problemas: eram-nos fornecidas pelos próprios militares norte-americanos. Foram importadas através da Arábia Saudita e da Jordânia», disse o desertor do EAS, precisando que eram de fabrico chinês ou de países da NATO.

«Depois de treinados pelos instrutores norte-americanos, eles [os terroristas] eram enviados para o Leste, para o Eufrates, para levar a cabo acções de sabotagem, sobretudo em instalações petrolíferas e infra-estruturas controladas pelo governo, para intimidar as pessoas e causar danos», revelou Souda, citado pelo portal fort-russ.com.

De al-Tanf para Hasaka e Idlib

Souda afirmou não saber o que se passou, mas, a dada altura, os norte-americanos «reduziram os fundos» e disseram aos jihadistas que, «se queriam ganhar mais, tinham de realizar operações fora da zona de 55 quilómetros» em redor da base ilegal de al-Tanf.

«Alguns militantes foram enviados para a província de Hasaka, outros para a de Idlib», acrescentou o antigo coronel agora detido pelas forças de segurança sírias, deixando assim claro o envolvimento dos EUA com as forças terroristas que o EAS e seus aliados combatem, com vista à libertação do país levantino.


De acordo com a Sputnik, Souda desertou em 2013 na sequência de ameaças contra a sua família por parte do Daesh e, em 2016, começou a colaborar com os militares dos EUA, tornando-se um comandante de um ponto de apoio em al-Tanf.

Em Dezembro de 2019, foi preso, por um período de 58 dias, por usar o telemóvel no território da base militar ilegal norte-americana, que decidiu abandonar posteriormente, com a sua família, revela a mesma fonte.

Preso pelos serviços secretos militares sírios, facultou informação sobre grupos armados ilegais, a quantidade de pessoal e armas na base norte-americana, e a localização de algumas instalações importantes.

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