As «forças de ocupação turcas e seus mercenários prosseguiram a ofensiva em território sírio», informa a agência SANA, precisando que várias aldeias e vilas no Norte das províncias de Hasaka e Raqqa foram atingidas por ataques de artilharia e de aviação, levando à fuga de mais população, aterrorizada pela «brutalidade» dos ocupantes.
Esta terça-feira, o correspondente da SANA em Hasaka revelou que as tropas turcas ocuparam a aldeia de al-Manajir, perto de Tal Tamr, e que atacaram as aldeias de al-Ibrahimyia, Arisha Tahtani e al-Salihyia, na região de Ras al-Ain, ao mesmo tempo que se registaram fortes combates entre os terroristas a soldo dos turcos e as milícias curdas.
Mais tarde, ainda segundo a mesma fonte, as forças ocupantes entraram nas aldeias de Kuzlyia, al-Amiria e Lilyan, junto à estrada que liga Alepo (a oeste) e Tal Tamr (a leste), a cerca de dez quilómetros das posições entretanto ocupadas pelo Exécito Árabe Sírio (EAS), na sequência de um acordo alcançado com as chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS), maioritariamente curdas, sob mediação russa, para travar o avanço da ofensiva turca.
A SANA denuncia maus-tratos, por parte das forças turcas, à população civil em localidades ocupadas, casas saqueadas e queimadas, bem como a execução de dois civis na localidade de Abu Surra, a norte de Ain Issa (província de Raqqa).
A agência estatal síria dá ainda conta de que 250 mulheres (companheiras de combatentes estrangeiros do grupo terrorista Daesh) foram transportadas, por tropas norte-americanas, do campo de al-Hol para a base ilegítima de al-Shadadi, a sul da cidade de Hasaka.
Exército sírio entra em Raqqa e assume controlo de Manbij
Uma fonte no terreno revelou à agência Sputnik que uma unidade do Exército Árabe Sírio entrou esta quarta-feira em Raqqa, «pela primeira vez em cinco anos, e instalou alguns postos de observação na cidade». Raqqa chegou a ser declarada como a capital de facto do Daesh, depois de cair em poder do grupo terrorista em 2014.
A reconquista da cidade ao Daesh, há dois anos, no âmbito de uma ofensiva das FDS e da chamada coligação internacional liderada pelos EUA, foi alvo de fortes críticas do governo de Damasco e de Moscovo, devido às elevadas baixas civis e ao arrasamento da cidade.
A entrada na cidade de Raqqa segue-se ao controlo total da cidade de Manbij (província de Alepo) por parte do EAS. Num comunicado emitido esta terça-feira, o Ministério russo da Defesa confirmou esse facto, bem como o de unidades da Polícia Militar russa estarem a patrulhar as áreas em redor de Manbij, junto à linha de contacto entre as tropas do EAS e as Forças Armadas turcas.
De acordo com o documento, a medida, que conta com cooperação turca, visa evitar choques directos entre as partes. Em todo o caso, o Kremlin declarou «inaceitável» a ofensiva lançada pela Turquia no passado dia 9 em território sírio e insiste que as tropas turcas, assim como todas as forças militares ilegalmente presentes na Síria, devem sair do país árabe.
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