As declarações do presidente russo, recolhidas pela agência Tass, foram feitas a poucos dias da 2.ª Cimeira Rússia-África/Fórum Económico e Humanitário Rússia-África, que se realizará esta semana em São Petersburgo.
Referindo-se à emergência no mundo de novos centros de poder político-económicos e de influência, Putin afirmou a convicção de que «uma nova ordem multipolar, cujos contornos já são perceptíveis», incluirá «sem qualquer dúvida» aquelas regiões, «que finalmente se libertarão do amargo legado do colonialismo e do neo-colonialismo, rejeitando a prática moderna» destas formas de opressão.
O presidente russo sublinhou o respeito de Moscovo pela soberania, tradições e valores dos Estados africanos, pelo direito destes a «determinar de uma forma independente o seu destino e construírem relações e parcerias livremente», lembrando que a Rússia não impõe em África «as suas próprias ideias sobre estrutura interna, formas e métodos de gestão, objectivos de desenvolvimento e formas de os atingir».
Recordando as «raízes profundas» das relações entre a Rússia e África, distinguidas segundo ele por «estabilidade, confiança e boa-vontade», Putin fez valer a herança soviética de «apoio consistente aos povos africanos na sua luta pela libertação da opressão colonial» e de assistência pós-independência, nomeadamente no «desenvolvimento do Estado e no fortalecimento da soberania» e no lançamento de projectos visando o desenvolvimento das economias nacionais.
A esse respeito recordou que, em meados dos anos 80, «mais de 330 instalações industriais e infra-estruturas de grande dimensão foram construídas em África com a participação de especialistas soviéticos», entre as quais destacou «centrais de energia, sistemas de irrigação, empresas industriais e agrícolas, que ainda hoje operam exitosamente».
Moscovo avalia muito positivamente «o capital de amizade e cooperação, a tradição de confiança e apoio mútuo partilhado pela Rússia e os países africanos». O presidente russo, segundo a Tass, referiu-se ainda à «vontade comum de desenhar um sistema de relações assente na prioridade da lei internacional e do respeito pelos interesses nacionais», indivisível das questões de segurança dos Estados, e no «reconhecimento do papel central de coordenação das Nações Unidas».
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui