Num comunicado emitido esta segunda-feira e divulgado na conta de Twitter do ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, o governo da Venezuela denuncia a ocupação ilegal e pela força de algumas das suas sedes diplomáticas nos Estados Unidos, em franca violação do que está estipulado na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.
«As sedes diplomáticas da Venezuela nos EUA apenas podem ser utilizadas pelos agentes diplomáticos oficiais que representam o governo democrático e constitucional do presidente Nicolás Maduro», lê-se no documento, acrescentando que «tolerar ou promover qualquer ameaça ou intimidação» contra esse agentes diplomáticos «por parte de cidadãos com residência nos EUA constitui uma gravíssima violação das obrigações internacionais da administração norte-americana».
De acordo com o portal Alba Ciudad e a TeleSur, esta segunda-feira ficou a saber-se que Carlos Vecchio, nomeado como «representante diplomático» nos EUA pelo deputado golpista da oposição e «autoproclamado» Juan Guaidó, invadiu duas representações diplomáticas da Venezuela em Washington. Por seu lado, Gustavo Marcano, que «exerce o cargo» de «ministro conselheiro» de Vecchio, conseguiu entrar no Consulado venezuelano em Nova Iorque.
No comunicado, o governo venezuelano «exige às autoridades norte-americanas que cumpram com as suas obrigações de direito e tomem as medidas necessárias para reverter imediatamente» a situação, «no cumprimento do previsto nos artigos 22.º e 45.º da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, sobre a obrigação de proteger as sedes diplomáticas, inclusive no caso de ruptura de relações, como o faz a Venezuela relativamente à antiga sede da Embaixada dos EUA em Caracas».
Cabello alerta para novos ataques aos serviços públicos
O primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, disse esta segunda-feira que o governo bolivariano não descarta a possibilidade de novos ataques dos EUA contra instalações venezuelanas que prestam serviços públicos, refere a TeleSur.
Numa conferência de imprensa realizada no Parque Hugo Chávez, em Caracas, o também presidente da Assembleia Nacional Constituinte disse que aquilo que se passa no país caribenho «não é um acaso», sublinhando que o objectivo dos que promovem as sabotagens é «apropriar-se dos recursos e riquezas do país».
«Os EUA não querem saber dos mortos», denunciou, acrescentando que podem vir a perpetrar «acções terroristas contra instalações como o Metro (de Caracas), escolas e hospitais». Cabello insistiu na «falta de escrúpulos» do imperialismo, nas responsabilidades dos Estados Unidos – que «dirigem um golpe de Estado, pressionam e ameaçam» – e lembrou a participação da direita venezuelana nas sabotagens.
País mobilizado em «união cívico-militar»
Destacou, no entanto, que a direita venezuelana «está derrotada nas ruas e a perder espaço junto da opinião pública mundial», e mostrou-se convicto de que «qualquer tentativa de desestabilizar o país será derrotada», revela a AVN.
Neste sentido, Cabello realçou que as forças de segurança do Estado e as forças revolucionárias se encontram mobilizadas, «em união cívico-militar», em todo o território nacional, tendo por fito travar novos ataques ao país.
Também ontem, o ministro venezuelano da Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, deu conta da concepção de um plano de acção, que deverá ser implementado em todo o território, para garantir uma resposta imediata em caso de interrupção no fornecimento de serviços básicos, como consequência de acções de sabotagem.
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