O VI Seminário pela Paz e a Abolição das Bases Militares Estrangeiras, que decorre em Guantánamo desde o sábado passado, termina hoje, estando previsto que os mais de 100 delegados e convidados participantes no evento prossigam esta segunda-feira com os debates em torno da política intervencionista e agressiva dos Estados Unidos e seus aliados, e sobre os perigos que pendem sobre a paz no mundo.
De acordo com a Prensa Latina, a delegação norte-americana de defensores da paz irá apresentar ao plenário a posição de alguns sectores da sociedade que se opõem à administração de Donald Trump, em virtude das medidas coercitivas impostas e ameaças proferidas contra países como Cuba, Venezuela e Nicarágua.
Para hoje estão ainda previstas a discussão e a aprovação da Declaração Final, que será apresentada num acto público na Praça 24 de Fevereiro, na referida cidade do Oriente cubano, onde terá lugar a sessão de encerramento do seminário.
Síria, Nicarágua e Venezuela no centro dos debates
Num encontro que serviu também para denunciar o imperialismo e chamar a atenção para o perigo que representam as bases militares estrangeiras, Samer Saad, adido da Embaixada da Síria em Cuba, explicou a batalha que o seu país trava contra o terrorismo e as razões da vitória do Exército Árabe Sírio, sublinhando que a presença ilegal de tropas estrangeiras no país faz parte da estratégia imperialista dos EUA e de Israel para desestabilizar a região e controlar os recursos do Médio Oriente.
Sobre a situação da Nicarágua falou o vice-presidente das Relações Internacionais da Frente Sandinista, Carlos Fonseca, que destacou que a direita não conta, no seu país, com apoio interno, sendo a «sua escassa força assente no apoio que lhe é dado por Washington».
Outro aspecto realçado por Fonseca foram as «sofisticadas técnicas de manipulação mediática e psicológica» a que a oposição recorreu para poder influenciar uma parte da população na violenta crise que o país viveu, a partir de meados de Abril do ano passado.
«Chegaram a declarar à opinião pública um número de mortos e feridos que nunca existiu, e incluindo nos falecidos militantes sandinistas assassinados por eles, delinquentes comuns, mortos por acidente ou por outras causas, mas a verdade vem sempre à tona», frisou, citado pela Prensa Latina.
A questão da Venezuela foi abordada de forma recorrente nas intervenções dos vários delegados. Maria do Socorro Gomes, que preside ao Conselho Mundial da Paz (CMP), disse ser uma obrigação de todos os revolucionários do mundo apoiar o povo venezuelano e o presidente Nicolás Maduro.
Alertando para os riscos crescentes para a paz no mundo, decorrentes da política intervencionista norte-americana, a dirigente do CMP reclamou o fim do bloqueio imperialista a Cuba e da base naval ilegal imposta contra a vontade do povo cubano, segundo refere a TeleSur.
Homenagem a Fidel Castro
Os delegados do VI Seminário pela Paz e a Abolição das Bases Militares Estrangeiras deslocaram-se, este domingo, até ao cemitério de Santa Ifigénia, na cidade de Santiago de Cuba, para ali renderem tributo à figura do líder da Revolução cubana, Fidel Castro.
Ao desfilarem junto ao monumento que guarda os restos mortais do «Comandante eterno», delegados e convidados colocaram flores vermelhas no local, como «sinal de respeito e admiração» por «uma das figuras mais influentes do século XX, cujos ideiais revolucionários prevaleceram», num contexto de agressões imperialistas.
Ainda ontem, os participantes no seminário tiveram oportunidade de se deslocar ao município de Caimanera, território limítrofe com a base naval ilegal norte-americana, onde falaram com habitantes e autoridades locais.
Do miradouro do hotel dessa localidade, puderam ver o enclave militar mais antigo que os EUA possuem no estrangeiro, ocupado há mais de um século contra a vontade do povo e do governo da maior ilha das Antilhas.
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