Com a iniciativa, a Associação de Vítimas do Agente Laranja/dioxina (VAVA, na sigla em inglês) pretende angariar fundos para apoiar a realização de exames e tratamentos médicos, a formação profissional, a construção e a reparação de casas de apoio, e a oferta de presentes a vítimas do Agente Laranja com menos recursos, refere a Vietnam News Agency (VNA).
Segundo refere a fonte, a medida está de acordo com a Directiva do Secretariado do Comité Central do Partido Comunista do Vietname relativa ao reforço do tratamento das consequências dos produtos químicos tóxicos utilizados pelos EUA durante a Guerra Americana (mais conhecida como Guerra do Vietname), assim como com o plano de acção nacional sobre a abordagem das consequências da contaminação por produtos químicos/dioxinas durante essa guerra para o período 2021-2030.
O presidente da VAVA, tenente-general Nguyen Huu Chinh, destacou o êxito do programa no ano de 2023. Foram angariados mais de dois mil milhões de dongs (83 mil dólares), tendo sido atribuídos mais de 1,6 mil milhões de dongs a diversas actividades, em que se incluem a construção de 14 novas casas para as vítimas, a oferta de presentes e a visita a quase 600 pessoas em 22 províncias, além do apoio que é prestado aos que residem no centro de protecção social da associação.
Entretanto, os fundos restantes de 2023 já foram distribuídos pelas vítimas em todo o país do Sudeste Asiático no primeiro semestre deste ano.
Neste sentido, a VAVA está a incentivar as doações através da leitura do código QR e das transferências bancárias. O objectivo é juntar, ao longo deste ano, mais de dois mil milhões de dongs, que continuarão a ter como destino o apoio a exames médicos, tratamentos e reabilitação das vítimas; a atribuição de capital para necessidades de produção e habitação; e a ajuda a famílias das vítimas de Agente Laranja que enfrentam dificuldades extremas.
A criação, em Janeiro de 2004, da Associação de Vítimas do Agente Laranja/dioxina (VAVA) traduziu a grande preocupação do Partido e do Estado em corrigir as consequências dos químicos tóxicos e em apoiar as vítimas.
Desde então, o Estado canalizou dezenas de milhões de dólares para ajudas mensais, cuidados médicos e reabilitação das vítimas, bem como para apoiar zonas que foram afectadas. Em simultâneo, a VAVA tem lançado iniciativas em busca de mais fundos, sendo também apoiada por associações internacionais.
«Desastre do Agente Laranja» começou há 63 anos
No próximo dia 10 de Agosto, passam 63 anos sobre os primeiros bombardeamentos dos EUA com Agente Laranja. Para que os combatentes vietnamitas ficassem privados de refúgio e alimentos, entre 1961 e 1971, a aviação militar norte-americana lançou sobre o país do Sudeste Asiático dezenas de milhões de litros de herbicida, em particular um desfolhante à base de dioxina conhecido como Agente Laranja.
Segundo refere a VNA, na década que se seguiu a 10 de Agosto de 1961, as forças militares norte-americanas lançaram mais de 80 milhões de litros de químicos tóxicos, 61% dos quais eram Agente Laranja, contendo 366 quilos de dioxina, sobre quase um quarto do Sul do Vietname. Cerca de 86% dessa área foi atingida mais do que duas vezes e 11% mais do que dez vezes.
As autoridades estimam que 4,8 milhões de vietnamitas tenham estado expostos a este tóxico. Muitos morreram e muitos outros tiveram problemas de saúde, tal como os seus descendentes, que nasceram com deformações e foram afectados por doenças mortais.
Apesar de a Guerra Americana ter terminado há meio século, as sequelas graves são ainda hoje bastante perceptíveis. A VAVA estima que mais de três milhões de pessoas tenham sofrido problemas de saúde prolongados e afirma que os efeitos tóxicos do Agente Laranja se prolongaram até à quarta geração, provocando um sofrimento incomensurável ao povo vietnamita.
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