Foi na zona de protecção da Reserva Natural do Estuário do Sado, em Setúbal, que na última semana foi divulgada a existência de um depósito clandestino de resíduos, idênticos aos que foram descobertos em 2020 no Vale da Rosa, e já classificados como perigosos, mas em maior quantidade.
Em reacção, a Câmara Municipal de Setúbal admite que o caso «tem de merecer» uma atenção acrescida da parte das entidades governamentais com competências de fiscalização nestas matérias. Neste sentido, informa que vai solicitar ao Ministério do Ambiente e à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) a adopção imediata de medidas com vista à remoção dos resíduos detectados na área envolvente à antiga empresa Eurominas Electro-Metalurgia.
«A protecção do bem maior que é o Sado e o seu estuário exige rapidez na resolução do que é um verdadeiro problema ambiental», alerta o Município. Caso se confirme a perigosidade dos resíduos, realça, o destino só pode ser um aterro destinado à recolha deste tipo de materiais.
As toneladas encontradas em 2020 ainda permanecem no Vale da Rosa, com a CCDR-LVT a não chegar a acordo com o Millenium BCP, que ficou com os terrenos onde estão depositados os resíduos após insolvência da holding Pluripar, que aí previa construir um empreendimento urbanístico.
O banco escusa-se a assumir responsabilidades e acredita que a Justiça lhe dará razão. Entretanto, o ministro do Ambiente já veio dar cobertura a esse entendimento. «Obviamente, se for considerado um passivo ambiental, se não se souber quem ali o colocou e não houver forma de o responsabilizar, essa responsabilidade cai sobre o Estado», afirmou João Pedro Matos Fernandes, em Junho do ano passado.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui