|Linha do Oeste

Modernização da Linha do Oeste continua sem ver a luz do dia

O Governo falhou os prazos no concurso para a modernização da Linha do Oeste. Utentes ameaçam com protestos: exigem o início urgente das obras e a aplicação de descontos nos passes.

A Linha do Oeste foi renovada entre 1990 e 2004
Créditos / Notícias de Coimbra

«Depois de ter falhado, em Outubro de 2019, o lançamento do concurso para a obra de modernização do troço da Linha do Oeste, entre Torres Vedras e Caldas da Rainha, este continua sem ver a luz do dia, agora que estão decorridos quase nove meses sobre o prazo assumido, com pompa e circunstância, nas Caldas da Rainha, pelo secretário de Estado dos Transportes», denuncia a Comissão para a Defesa da Linha do Oeste (CPDLO), num comunicado enviado ao AbrilAbril.

Quanto à obra do troço Meleças-Torres Vedras, a Comissão diz que «nem sinal», aproveitando para esclarecer que, mesmo que a Covid-19 tenha contribuído para atrasar o arranque desta obra, «nem uma pedra foi movida» até meados de Março (quando teve início o confinamento), e que, mesmo depois disso, as obras em curso noutros eixos ferroviários se mantiveram, nomeadamente na Linha do Norte.


A CPDLO salienta que os prazos de execução das obras de modernização dos dois troços, designadamente o de Meleças-Torres Vedras, de 24 meses, que se previa estar concluído no terceiro trimestre de 2022, e o de Torres Vedras-Caldas da Rainha, de 781 dias, para estar concluído em igual período, «estão claramente hipotecados». Embora sejam da «maior gravidade» para o futuro da Linha do Oeste.

«Os anos e anos de esquecimento e abandono a que foi votado este eixo ferroviário, pelos sucessivos governos, deixaram marcas quase irrecuperáveis no serviço público de transporte ferroviário de passageiros e mercadorias nas regiões servidas pela Linha do Oeste», lê-se na nota.

Importante para «fixar utentes»

A CPDLO critica ainda o facto de os descontos nos passes dos transportes ferroviários para 2020, acordados entre a CP, a Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM) e a Área Metropolitana de Lisboa (AML), ainda não terem sido postos em prática.

Revela que o preço máximo do passe entre as estações sediadas nos concelhos da OesteCIM e os da AML deveria ser, desde 1 de Janeiro, de 70 euros. Porém, critica o facto de esta actualização ainda não ter saído do papel, «apesar de o governo estar ciente do alcance desta medida para fixar utentes à Linha do Oeste».

A Comissão lamenta que o Executivo do PS, tal como anteriores governos,  continue sem assumir «a sua opção pela ferrovia» e admite recorrer a acções de luta perante a ausência de resposta às reivindicações dos utentes.

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